por João Miguel Tavares, em 12.03.13
Está
fora de moda, cara
Teresa, pela simples razão de que somos cada vez menos sensíveis ao adiamento das gratificações imediatas. Há um lado bom nisso, na medida em que durante séculos e séculos as pessoas viviam enfiadas em relações nas quais não acreditavam, e onde a traição masculina era aceite pacificamente. Que hoje em dia tal seja impensável é obviamente um ganho. Mas, por outro lado, exige-se agora que o amor seja uma paixão permanente, o que é de todo impossível. Resultado: as pessoas separam-se a velocidades estonteantes, sempre à procura de um Mr. Right que nunca aparece, ou que aparece apenas durante curtíssimos períodos de tempo. Eu diria que, nesta questão, a virtude está mais ou menos no meio: nem deixarmo-nos arrastar em relações sem futuro, nem levar o "carpe diem" a um extremo tal que parece que a única coisa que importa é o presente.