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Quem gostou deste vídeo que mostrava a enorme diferença entre o olhar que as mães têm delas próprias e a imagem que delas fazem os seus filhos, talvez ache curioso saber que a ideia já estava, com contornos semelhantes, presente num anúncio da Dove, que teve esta óptima ideia: colocar um daqueles desenhadores da polícia, especializados em traçar retratos de suspeitos a partir da descrição de testemunhas, a desenhar a imagem de uma mulher comum a partir das suas próprias palavras.
O método foi este: primeiro, ele fez o desenho a partir do modo como essa mulher se definia a si própria (isto sem nunca a ver, claro, havia uma cortina a separar a senhora do desenhador do FBI); depois, ele fez o desenho da mesma mulher mas com base na descrição de um estranho com quem ela havia conversado à entrada. Eis o resultado:
Claro que isto é um anúncio, e há que lhe dar o devido desconto em matéria de pôr o pessoal a sentir-se maravilhosamente e ir a seguir comprar sabonetes. Mas a experiência - que suponho que deva ser daquelas coisas que se estuda no primeiro ano de qualquer curso de Psicologia - é muito curiosa, e sempre dá algum ânimo interior. Até porque os desenhos não parecem aldrabados - não se trata de desenhar uma mulher horrorosa versus uma mulher esplendorosa, mas sim de pequenas alterações subtis, onde é perfeitamente detectável o olhar mais generoso que os outros têm sobre nós próprios.
E já agora, porque isto é importante: a verdade - ou seja, a real imagem da mulher - está mais próxima do retrato do estranho, como é facilmente comprovável pelo vídeo. Nós todos, de um modo geral, e as senhoras, de um modo particular, temos uma enorme tendência para amplificar os nossos defeitos. Tanto a nível físico, como a nível psicológico.