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Então é assim: este que vêem na imagem sou eu, e esta foto não está aqui para apreciarem os meus sapatos, mas para conversar sobre aquilo que transporto na mão esquerda. Isto sou eu na tarde de dia 31 de Dezembro de 2013 a caminho sabem de onde? Da estação dos CTT da Avenida de Roma.

 

A minha excelentíssima esposa criou uma tradição familiar (a expressão "tradição" é dela) que, como é característica das nossas "tradições familiares", nasce de uma iniciativa sua com a qual nunca concordei mas que um dia, por artes mágicas, acaba por cair em cima de mim. Nem imaginam a quantidade de "tradições" que me vêm parar ao colo sem que eu tenha alguma vez tradicionalizado o que quer que fosse. Esta é apenas a última.

 

Bom, e esta "tradição" consiste no seguinte. Sempre que a Teresa passa uma semana longe dos miúdos, o que acontece para aí, na loucura, duas vezes por ano, em Agosto e no Natal, quando o infantário está fechado (e sim, esta semana não temos miúdos em Lisboa, é por isso que ando tão caladinho, estou numa espécie de zen interior), nem assim, apesar da raridade da ocasião, a excelentíssima esposa repousa, esquece, sossega, descansa, oblitera, folga, acalma, tranquiliza ou, simplesmente, encosta.

 

Para além de uma média de oito telefonemas diários para saber se está tudo bem, e de dores agudas no ventrículo direito por estar afastada dos seus queridos filhinhos fofinhos, existe a "tradição" da prendinha. Sim, a prendinha. Que começou por ser uma. Depois duas. Depois três. E agora já são quatro, porque até o raio da Rita, que só gosta de fazer desabar utensílios de cozinha e outro material doméstico, já tem direito ao seu "miminho" (a expressão "miminho" é dela).

 

Ou seja, acreditem ou não, todas as vezes que a Teresa está longe deles por mais de 48 horas manda-lhes umas mini-prendas pelo correio. A sério. Como se já não bastasse os putos andarem na maior a divertirem-se, longe dos pais, nas montanhas da Beira ou nas planícies do Alentejo, cheios de ar puro nas narinas e com os avós e as madrinhas a fazerem-lhe as vontades todas, ainda têm direito a prebendas postais.

 

Quando é a Teresa a tratar disso, ainda é como o outro. Só que esta semana ela anda a trabalhar todos os dias de manhã à noite (e eu que até estava disposto a tratá-la tão melhor do que os seus doentes...), e teve de ser moi-même a ir amochar para os CTT, e até mesmo andar a comprar uma prendinha previamente seleccionada que faltava no pacote. Tão lindo, não é? Não, não é!

 

Por amor de Deus, eu não quero ficar com os louros da fofice. Mais: eu não quero ser assim tão simpático para com os meus filhos. Demasiada felicidade na infância pode trazer graves prejuízos na idade adulta, porque nunca nada voltará a ser tão bonito como já foi. E ainda por cima, com feriados e greves, tive de mandar dois pacotes para locais diferente por CTT Express!

 

Portanto, acho que vou aqui promover um inquérito público, para saber se o problema é meu ou dela. Digam-me lá o que é que acham:

 

a) A minha excelentíssima esposa é a mãe mais querida do mundo, eu tenho uma sorte incrível em ter desencantado esta mulher, devia era estar contentíssimo, calar o bico, fazer os embrulhos, colar os selos e agradecer a Deus.

 

b) A minha excelentíssima esposa é a mãe mais querida do mundo mas de vez em quando também tem, digamos, uns momentos ligeiramente pírulas, que podem acontecer aos melhores, como é manifestamente o caso.

 

c) A minha excelentíssima esposa pensa que está a ser a melhor do mundo mas, na verdade, só está a mimar excessivamente os seus filhos e deveria dar mais vezes ouvidos ao seu sapientíssimo, super-equilibrado e majestoso marido.

 

Agora basta ligarem para a caixa de comentários e votarem a), b) ou c). Os resultados serão divulgados assim que possível.

publicado às 11:56


1 comentário

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 03.01.2014 às 22:16

A

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