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10 incríveis fotos de gravidez

por João Miguel Tavares, em 30.07.14

Desde os tempos das fotos de casamentos russos que eu não fazia isto, mas a net continua cheia de extraordinárias imagens de casalinhos embevecidos. Desta vez, um especial dedicado a fotografias de gravidez, para vocês desatarem a aumentar a natalidade em Portugal que nem coelhinhos:

 

1. The Circle of Life, ou como dar cabo para sempre das nossas recordações de O Rei Leão. Coitado do Simba.

 

 

2. Como levar a paixão pelo gótico um bocadinho longe demais. Coitado do bebé-esqueleto.

 

 

3. O afundanço do bom-gosto.

 

 

4. Hesito sobre o que é melhor, se os músculos e os peitorais do senhor, se a lingerie acetinada da senhora.

 

 

5. Preparação para o parto.

 

 

6. Admirável palhaçada.

 

 

7. Eu também tenho um pança proeminente, mas bolas, não me orgulho dela.

 

 

8. Maravilhoso Photoshop, que resulta numa coisa que parece simultaneamente barriga, mama e rabo. Notável.

 

 

9. Acho que o senhor percebeu mal as palavras do obstetra quando ele aconselhou a "tomar alguns cuidados durante a gravidez". Ou então foi o fotógrafo que lhe engravidou a mulher.

 

 

10. Uma rotunda família, onde infelizmente a criancinha é a única que parece feliz.

 

 

 

publicado às 12:21


O sempre sensível tema da biologia

por João Miguel Tavares, em 29.07.14

Eu sou daqueles que se assanha um bocadinho com o uso demasiado entusiasmado da palavra "igualdade" sempre que se trata de definir as relações entre homens e mulheres. Não porque ache que homens e mulheres devam ter direitos distintos, mas porque a igualdade é, demasiadas vezes, um rolo compressor que tende a esbater todas as diferenças, a esquecer as especificidades genéticas dos sexos masculino e feminino e, em última análise, a diminuir a diversidade do mundo.

 

Nesse sentido, a febre igualitária pode, a meu ver, ser empobrecedora - e por isso sou sensível às questões biológicas e respeitador de certas predisposições genéticas. Não sou daqueles que acha que os meninos gostam mais de soldados e as meninas mais de bonecas simplesmente porque há uma sociedade opressora que define os papéis sociais de cada um.

 

Dito isto, as abordagens biológicas encerram os seus perigos - nomeadamente, os de legitimação de certos preconceitos que me parecem algo desfasados do tempo. Peguemos, por exemplo, em dois comentários do José Moreira. Um deles cita o livro O Mito da Monogamia:

 

"Os espermatozóides são baratos e facilmente repostos; os ovos são caros e difíceis de obter. Não é com surpresa, por isso, que descobrimos que os machos são geralmente muito liberais com os seus espermatozóides, ao passo que as fêmeas tendem a ser cuidadosas e exigentes quanto ao modo com dispõem dos seus ovos."

 

Continua José Moreira:

Uma análise que se aplica aos passarinhos, mas poderá também aplicar-se, com as devidas adaptações, a humanos. (...) O amor é lindo. A biologia é que não.

 

Por aqui, eu tenderia a concordar com o José Moreira (e com a biologia). Mas depois ele volta ao tema num outro comentário:

 

Uma pequena provocação estatística: as mulheres que mais vezes recusam sexo com os maridos, têm maior probabilidade de ser traídas. O sexo no casamento não deveria ser encarado como um dever, como é óbvio. Mas também é óbvio que homens e mulheres, biologicamente, têm diferenças de apetites no que diz respeito ao truca-truca: aqueles sempre com fomeca, estas nem por isso. (...)

Como pequeno incentivo para as senhoras: pensem nisso como uma contrapartida do dever de fidelidade. Bem sei que este é recíproco, mas o esforço dos gajos para o cumprir é muito maior. Enfim, é a biologia. ;)

 

Eh pá, não, José, aqui é que eu acho que nós nos separamos e a biologia vai longe demais - porque o que o José está a fazer (ainda que com uma dose assumida de provocação) é encontrar uma justificação biológica para a infidelidade masculina. Tipo: por favor, tenham pena de nós, potentes gajos, que temos mais propensão para isso do que vocês, castas mulheres.

 

No way, José. Se calhar é falta de líbido da minha parte, mas nunca achei, em nenhuma altura da minha vida, que fosse mais difícil manter-me fiel à Teresa do que a Teresa a mim. A propensão masculina para o encornanço, aos meus olhos, é simples tanga.

 

Aliás, se nos mantivermos no estrito domínio da heterossexualidade, eu tenho um argumento matemático para contrapor ao argumento biológico: supondo que as traições não se fazem a sós, um homem infiel precisa de uma mulher para cometer a infidelidade. 

 

Eu sou muito pró-biologia, mas também sou muito pró-cultura. Sou muito pró-instinto, mas também sou muito pró-cabeça. Não estamos condenados a que as partes baixas mandem nas nossas vidas.

 

 

publicado às 12:54

Ainda a propósito do tema do sexo no sagrado matrimónio, e a queixa daquele senhor americano sobre o défice de pinanço na sua vida, a Teresa Pinho deixou nos comentários um link para este texto, cuja tese não poderia ser mais clara, sexualmente falando: "as mulheres não te devem nada."

 

A coisa vem acompanhada de gráfico colorido...

 

 

...e de fotografia esclarecedora:

 

 

Mas eu, sem querer dar uma de machista, permito-me discordar. Porque, na verdade, tanto a mulher como o homem casados devem várias coisas um ao outro. Entre as quais, sexo.

 

Sim, sexo. Um casal tem a obrigação legal de pinar. O sexo está na lei, na medida em que a jurisprudência o considera parte integrante do dever de coabitação, estabelecido no artigo 1673º do Código Civil. Aliás, juridicamente o sexo tem a magnífica - e inesquecível - designação de "débito conjugal".

 

Escreve a jurista brasileira Clarissa Bottega:

 

Apresenta-se o débito conjugal na doutrina e na jurisprudência como o direito-dever dos cônjuges de cederem reciprocamente seus corpos no intuito de obterem satisfação sexual.

 

Da mesma forma que um casamento católico pode ser considerado inválido e anulado se não for "consumado" (ou seja, se não houver truca-truca), também no casamento civil a queca está subentendida na lei: se não houver débito conjugal, não há verdadeiro matrimónio.

 

Como em tudo, há complicação e leituras divergentes (veja-se o mui interessante artigo de Clarissa Bottega acima referido), mas no caso de a sua vida sexual andar pelas ruas da amargura, pode sempre tentar o argumento jurídico: "ou damos uma queca ou processo-te". Pode ser que a líbido desperte com a visão de uma barra de tribunal.

 

Enfim, é só uma ideia.

 

publicado às 11:29

O jornal The Independent publica hoje um estudo (soube dele via Observador, que tem vindo a dar - e bem - muita atenção a estas coisas da família e das relações) que demonstra que, a partir dos anos 90, os casamentos têm tendência para serem mais sólidos se homem e mulher tiverem o mesmo nível de educação.

 

Não era assim nos anos 50, em que o homem casava abaixo das suas habilitações - afinal, era o tempo em que eles preferiam as loiras. As loiras baixavam a bolinha, conformavam-se ao seu papel de fadas do lar, e os casamentos duravam e duravam. A partir dos anos 60 tudo isto implodiu, e pelos vistos foram precisas três décadas para os casais conseguirem assimilar um posicionamento igualitário dentro de casa.

 

Só que igualdade com igualdade se paga - e aqueles contos de fada do príncipe que descobria uma qualquer Cinderela infeliz e poeirenta tornaram-se mais complicados. Infelizmente, eles já não vivem felizes para sempre: o príncipe do século XXI não tem pachorra para uma Cinderela pouco letrada.

 

O título do artigo do The Independent é: "Gentlemen prefer brains: similarly educated couples last". Mas a questão não é só dos "brains" - é que a educação e o "upbringing" têm um efeito poderosíssimo em relações não-hierarquizadas, como é suposto serem as actuais. Se ela é professora universitária e ele tem a quarta classe, a vida nunca será fácil. É pouco romântico, mas é mesmo assim.

 

 

publicado às 10:50


Diálogos em família #40

por João Miguel Tavares, em 26.07.14

- Papá.

- Diz, Gui.

- O contrário de chapéu é sapatos?

- Não, Gui. A palavra "chapéu" não tem contrário, da mesma forma que vaca não tem contrário. O que tem contrário é alto e baixo, gordo e magro, vivo e morto.

- Papá, eu acho que já sei porque é que as pessoas morrem.

- Porque é que é, Gui?

- É porque o mundo está sempre a girar. Como ele gira as pessoas ficam um pouco tontas, e depois às vezes morrem.

 

publicado às 10:06


Os pré-requisitos para ter sexo

por João Miguel Tavares, em 25.07.14

O Carlos Duarte dá uma útil achega ao debate:

 

O homem considera o sexo como parte do que necessita para estar feliz e bem disposto (i.e. precisa de descontrair? sexo; levantar a moral? sexo), enquanto as mulheres tendem a ver o sexo como o culminar do bem estar (e.x. o dia correu bem, o jantar foi excelente e a companhia melhor?, então sexo). 

Resultado, há ou pode haver incompatibilidades. Exemplo: enquanto o homem pode querer sexo para ficar bem disposto, a mulher quer o sexo quando o homem (e ela) está bem disposto... E o homem quando estiver bem disposto até lhe pode apetecer é ir fazer outra coisa.

 

publicado às 14:18


Porque é que têm de ser sempre eles a tomar a iniciativa?

por João Miguel Tavares, em 24.07.14

LA-C não quer ser PPP, mas se juntarmos o penetrante (até porque tem a ver com o tema) ao pertinente, ao polémico e ao perspicaz, isso faz dele um P4, que é uma espécie de comentador honorário do PD4. Serve o rebuscadíssimo intróito apenas para me aproveitar de mais um citilante comenário seu, sobre a questão de quem toma a iniciativa no truca-truca.

 

Como eu não quero terraplanar as diferenças entre homens e mulheres, sou bastante complacente em relação às idiossincrasias de cada um dos géneros. Mas o P4 LA-C tem aqui um ponto forte no combate àquela igualdade de género que só é igualdade quando dá jeito às mulheres. Ora leiam:

 

Numa entrada anterior, chamaste-me "alegadamente sério". Agora chamas-me PPP! É só insultos!


Quanto ao tema, é evidente que o homem andava a fazer investidas só para poder acrescentar umas linhas negativas ao Excel. Mas, mesmo assim, ler os comentários ao teu post é maravilhoso. Tu que passas a vida a queixar-te de ser discriminado, porque não dão o devido falar às mudança de papéis que os homens têm sofrido na última década, tens aqui umas leitoras/comentadoras porreiras. Então para as levarmos, temos de ser subtis, reparar nos pequenos pormenores, ser gentis, aquecê-las, etc, etc. Sobre o inverso quase nem uma palavra. É como se o homem estivesse sempre à sua disposição. A sua função é estar sempre a bater à porta. A mulher abre a porta quando quer. 

Meninas, ao menos não se queixem das desigualdades homem/mulher. Essa atitude perante a vida e os homens é um convite à discriminação de género.

 

publicado às 10:43


Anúncios em que o pai é o maior #2

por João Miguel Tavares, em 24.07.14

O meu amigo Hugo Neves - e a leitora Maria João Resende, quase ao mesmo tempo - diz que viu este anúncio aos cereais Cheerios e se lembrou logo de mim. Tomo-o com um elogio. E, tal como nestes dois casos, ou ainda mais do que nesses dois casos, este é um anúncio absolutamente extraordinário, onde o pai é tratado como o maior.

 

Não percam, porque vale mesmo a pena. "This is how to dad", indeed.

 

publicado às 10:00


O sexo é o melhor remédio contra a dor de cabeça

por João Miguel Tavares, em 23.07.14

Não sei se estão a acompanhar os óptimos comentários a este post, mas estão a surgir ali testemunhas muito credíveis (ou seja, mulheres) que dizem que o sexo é o melhor remédio para a dor de cabeça.

 

Este blogue está prestes a revolucionar a vida sexual dos portugueses.

 

publicado às 16:41


O clássico "dói-me a cabeça", mas agora em Excel #2

por João Miguel Tavares, em 23.07.14

Queria alertar para dois óptimos comentários a propósito deste post e do famoso mapa Excel com as desculpas que ela arranjou durante mês e meio para limitar o pinanço:

 

 

O primeiro comentário é do sempre pertinente, polémico e perspicaz (PPP) LA-C:

 

A acreditar que a folha de Excel não omite nada de relevante, somos levados a concluir que a mulher não tomou a iniciativa uma única vez durante um mês e meio. Já o marido tomou a iniciativa 20 vezes. Não houve comentários a esse respeito?

 

É uma óptima questão - porque a verdade é que ainda vivemos num mundo onde é suposto ser ele a tomar a iniciativa. Por outro lado, há que admitir que o gajo do Excel é um verdadeiro coelhinho, que não deve ter mais nada com que se entreter: é que ele tentava quase todas as noites.

 

É certo que só foram três "yes" em mês e meio, o que é muito "no" (fiz as contas: dá 89,3% de negas, o que eu diria ser um número complicado de sustentar numa relação feliz), mas, por outro lado, mesmo depois dos "yes", o gajo tentava logo novamente nas noites a seguir. Das duas uma, ou o sexo era muito fraco ou ele conheceu a mulher há 15 dias. 

 

Já o segundo comentário que eu queria trazer para aqui é uma confissão corajosa - louve-se a frontalidade - da Maria:

 

Isto é a realidade em mais de metade dos casais com mais de meia dúzia de anos de relação. Lá em casa é igual. Ele insiste e eu tenho sempre desculpas. Muitas delas parecidas com estas (mas tomo banho depois de ir ao ginásio :) E quem disser que é mentira, ou mente ou é uma raridade. 

 

Será mesmo assim? A vida sexual do homem e da mulher casados há muitos anos está condenada a nove "hoje dói-me a cabeça" por cada 10 tentativas de queca? Ora aqui está uma questão que merecia ser discutida neste blogue.

 

Vá lá, não sejam tímidos, que por aqui ninguém vos conhece.

 

publicado às 09:44

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Onde o pai fala de assuntos sérios



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