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Zmar e a marca do Z

por João Miguel Tavares, em 29.04.13
Um leitor perguntou-me a opinião sobre o Zmar - cujo pomposo subtítulo é "eco campo resort & spa" -, já que estava a pensar lá ir. Nós dormimos no Zmar, uma enorme herdade ecológica ao lado da Zambujeira, duas noites, de sexta para sábado e de sábado para domingo, e dada a dimensão do nosso agregado familiar e a mobilidade limitada da Ritinha não podemos propriamente andar de um lado para o outro. Mas, de um modo geral, diria que fiquei desiludido, sobretudo pela relação qualidade/preço.

Foi a Teresa que marcou as noites e que se lembrou do Zmar (os miúdos tinham pedido "um fim-de-semana na natureza"), por não ficar demasiado distante de Lisboa. Na verdade, este "não demasiado distante" é só mesmo no mapa: demorámos mais de duas horas a chegar lá, tanto como se tivéssemos ido para Portalegre ou para Albufeira. Quando se larga a autoestrada e se começa a circular no litoral alentejano, as estradas deixam muito a desejar. Ainda por cima, as indicações do site eram manhosas e chegámos já alta noite à nossa Zvilla: uma casa de madeira de 40 metros quadrados com capacidade para seis pessoas (um quarto de casal mais outro quarto com dois beliches).


Ao acordar, a vista era esta. Nada mal.


Mas apesar da qualidade da vista, da beleza do espaço (embora faltem ainda árvores), da piscina de ondas (só faz ondas durante dez minutos a cada hora, mas são boas ondas) e do parque infantil (do qual os miúdos gostaram muito, sobretudo por causa dos três slides), não há justificação para o preço: 180 euros por noite para a nossa Zvilla, com pequeno-almoço incluído, o que significa que só a estadia ficou por 360 euros. O quarto não o justifica, o pequeno-almoço ainda o justifica menos, e quando vamos somando extras o preço ainda fica mais absurdo.

O almoço sai por 14 euros para cada adulto e 8,5 euros para crianças entre os seis e os 10 anos. A comida que se oferece em troca disso, no enorme restaurante onde também se toma o pequeno-almoço, é uns bifes grelhados na hora, umas entremeadas, umas postas de peixe ou umas pizzas em forno de lenha, tudo feito na hora, mas sem serviço à mesa. No final, agradecem que coloquemos os tabuleiros nos carrinhos, para alegadamente poderem "manter os preços". Mais quais preços? Aqueles preços?

Pois é: quando se constrói um empreendimento auto-sustentável, não deveria ser para explorar os clientes como se estivessem num hotel de quatro estrelas. Não se paga 14 euros por pessoa para comer de bandeja. Não faz sentido alugar bicicletas a sete euros se as bicicletas estão a cair de podres (só eu tive de trocar duas). Nem se cobra valores de época alta para depois se acrescentar que o arborismo e o tiro com arco (extras que deveriam estar disponíveis) afinal só começam em Maio.

Divertimo-nos? Divertimos. Mas os preços precisavam de uma reduçãozita de 40% para ficarem de acordo com o que valem. Assim, pensei muitas vezes no Z, de facto. Mas no Z de Zorro, não no Z de Zmar.

publicado às 01:15


1 comentário

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De Anónimo a 02.05.2013 às 10:00

Experimentem as pousadas da juventude - as portuguesas são das melhores da europa. Há muito que deixaram de ser só para jovens (em idade cronológica) e consegue-se aceder a serviços a preços módicos. Algumas têm apartamentos, óptimos para famílias alargadas, incluindo pequeno-almoço, wc privativo, cozinha e acesso a lavandaria. Outras têm cantinas e cozinhas de alberguista. Só para quem não tem peneiras e gosta de ir à aventura, sem pacotes pré-definidos. Eu vou ficar a 5 minutos a pé da praia. Literalmente. Entre VNMilfontes e a Zambujeira. Pena é que com esta história da troika o Estado esteja a desmembrar a Movijovem - que é quem gere as pousadas - pelo que temo pelo futuro deste tipo de oferta.

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