por João Miguel Tavares, em 10.04.13
A
Maria Calais Pedro levantou no Facebook uma questão muito interessante, com a qual nós, pais de famílias numerosas, estamos constantemente a confrontar-nos: o facto de os alegados "bilhetes de família" nunca, mas nunca, contemplarem as nossas próprias famílias. Ela escreveu isso a propósito da exposição da Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda, cujo preçário é este:
Preços:
Normal – 10€
Jovem – 5€ (dos 6 aos 18 anos)
Sénior – 5€ (maiores de 65 anos)
Criança – Entrada gratuita (até aos 6 anos)
Estudante – 5€ (até aos 25 anos, mediante apresentação do cartão de estudante)
Família 1 – 20€ (2 adultos + 1 criança entre os 3 e os 18 anos)
Família 2 – 24€ (2 adultos + 2 crianças entre os 3 e os 18 anos)
Fast Lane Adulto – 15€ (acesso prioritário)
Fast Lane Jovem – 10€ (acesso prioritário)
Escolas – 4€ (até ao 12.ª ano. 1 professor com entrada gratuita por cada 20 alunos)
Universidades – 4€
Acrescenta a Maria Calais Pedro:
Adoro a família 1 e 2! Vê-se que somos uma excepção... ou então que famílias com mais de dois filhos não são dadas à cultura (ou não podem sê-lo).
Nem mais. Quem faz o raio destes preçários, seja no Palácio da Ajuda, seja no Pavilhão do Conhecimento, nem que fosse por uma questão de amabilidade demográfica, poderia contemplar o facto de ainda existirem uns malucos que fazem três filhos ou mais. O país gosta muito de chorar a sua falta de criancinhas, mas a verdade é que nunca mexe um dedo - nem que seja simbólico - para acarinhar quem se reproduz com tão patriótico entusiasmo. Isto não é uma questão de medidas políticas - é de cultura, mesmo, e num sentido mais abrangente do que aquele que Joana Vasconcelos lhe dá.