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A discriminação pela sinalética

por João Miguel Tavares, em 08.03.14

Achei curiosa esta notícia surgida no Público sobre a discriminação sexual dos sinais de trânsito. A abordagem é feita pelo lado da tese "porque é que a mulher não está representada nos sinais?", mas a mim sempre me pareceu bem mais interessante o contrário disso, ou seja, o modo como é tratada das poucas vezes em que ela está representada.

 

Não me chateia que uma figura de calças sirva como representação geral do ser humano. Chateia-me, isso sim, que quando a mulher é representada na sinalética é porque há, invariavelmente, crianças metidas ao barulho. As mulheres nunca são apenas mulheres (a não ser nos sinais clássicos de WC) - são sempre mães. Isso não é apenas apoucar o papel das mães. É também desmerecer o trabalho dos pais. É como meter os fraldários apenas dentro das casas de banho femininas. Então um homem não pode querer mudar o raio da fralda a um filho?

 

Nem por acaso, quando vinha a regressar de Paris, tirei estas duas fotos muito emblemáticas:

 

Aeroporto de Orly

 

 Aeroporto de Lisboa

 

Em França, pelos vistos, já se admite que seja um homem a mudar as fraldas. Em Portugal, numa casa de banho novinha em folha, na parte acabada de reabilitar do aeroporto da Portela, uma casa de banho familiar ainda tem a mãezinha a tomar conta dos meninos.

 

Nesta terra, a igualdade de género ainda tem um longo caminho a percorrer. Não pela ausência da representação da mulher nos sinais, lá está, mas sim pela forma preconceituosa como ela continua a ser representada.

publicado às 20:47


1 comentário

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De Anónimo a 09.03.2014 às 19:47

Tem toda a razão, mas recentemente vi, julgo que nas Amoreiras, mas sem certeza, uma casa de banho para homens, outra para mulheres e outra só para crianças, com fraldário, onde entrará Pai ou Mãe - ou seja quem for que estiver com a criança - para mudar uma fralda.
Isto sim, está bem feito.
Mas a não ser assim, não compreendo porque é que não há um fraldário em cada uma das casas de banho - feminina e masculina. Sobretudo nos dias que correm, com tantos casais separados, em que os pais andam muitas vezes sozinhos com as crianças.

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