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A Carolina achou o exame de 4.º ano de Matemática um pouco mais difícil do que o de Português, e portanto, quando nos encontrámos durante a tarde de ontem, ela trazia meticulosamente dobrada na sua bolsa a folha de rascunho que lhe havia sido fornecida durante o teste, para tirar comigo algumas dúvidas.
Embora eu sempre tenha detestado corrigir testes mal eles acabam - sempre preferi esperar primeiro pela nota e depois ver o que estava mal, para evitar desnecessárias angústias -, lá estive a ver os "três problemas" em que ela teve maiores dificuldades. A folha era esta:
Pelos desenhos dela, as notícias pareceram-me boas: acho que acertou nos três problemas que classificou como mais difíceis. Todos eles, pelos vistos, ocorreram na primeira parte do exame. E devo dizer que também gostei do profissionalismo dos desenhos - pareceu-me que tinha ali uma menina concentrada naquilo que estava a fazer.
Isto, claro, até virar a folha de rascunho e analisar os raciocínios a propósito da segunda parte do exame. Para além de ângulos obtusos, rectos e agudos, o que se via era isto:
Desenhos de personagens dos Angry Birds, dos dois professores vigilantes e um auto-retrato a dizer: "Quero passar no exame!"
Perguntei-lhe que raio era aquilo e ela respondeu-me que já tinha acabado e revisto o teste e ainda faltavam dez minutos. Portanto, entreteve o tempo a desenhar.
Tentei explicar-lhe que essa não era a melhor forma de aproveitar o tempo livre num teste importante. Ela não me ligou grande coisa. Mas, pelo menos, existe nisto um lado positivo, que tem a ver com conversas já tidas neste blogue: perantes aqueles devaneios gráficos, não se pode dizer que a rapariga estivesse minimamente angustiada durante a prova.
Ou seja, desaprovo os desenhos da Carolina ao mesmo tempo que gosto bastante deles. Até porque anda a desenhar bem. É um orgulho, esta filha.