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A Maria João Resende já não me consegue aturar:
E se fossemos para o sofá falar sobre um filme? Ou ver fotos parvas de pessoas com ar incrível? Ou contar as novidades do Gui, da Ritinha, ou as novas conquistas da Carolina e do Tomás? E se fôssemos comentar profundamente um tema inesperado, e encontrar nuances curiosas em coisas de todos os dias?
Eu sei que já passei do prazo de me preocupar com filhos, e ainda não estou numa de netos, e que será talvez por isso que já não aguente mais estas conversas sobre bater, e não bater, e o diabo a PD4. Eu sei, também, que acompanhar os interesses dos seus leitores será uma das suas prioridades, e que o número avassalador de comentários que estes temas merecem parece indicar que o principal interesse das pessoas está aí.
Mas será que o que quer para o seu blog é ser um agregador de comentários sobre os GRANDES TEMAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL? Só???
São as "audiências" a mandar? E não irão as "audiências" matar o que me parecia ser a essência deste blog?
Não sei! Só sei que tenho saudades da vossa família, das vossas histórias, e da forma como, sem nos chapar na cara o "hoje vamos falar sobre A, B ou C", éramos convidados a pensar em coisas sérias, muitas vezes de forma bem ligeirinha. Apetece-me atirar-me para o chão e, correndo o risco de apanhar uma valente palmada que a minha mãe não hesitaria dar-me, gritar bem alto: 'QUERO O MEU BLOG FAVORITO DE VOLTA!'
A Carolina também quer o mesmo:
Antes não passava um dia sem vir cá, agora sou capaz de só vir uma vez por semana. Tenho saudades dos tempos iniciais do blog e estou um bocadinho farta de tantas discussões sobre assuntos polémicos. Quero saber sobre os "pais e os quatro" não sobre apenas e só as "discussões sobre como educar os quatro.
Três comentários rápidos a propósito disto:
1. Acho que muita gente está sobretudo com saudades da Teresa. Eu também estou. A sua ausência prolongada deste blogue tem como consequência diminuir muito a variedade dos temas, até porque boa parte do que eu escrevia também era inspirado nos seus textos. Se quiserem fazer um abaixo-assinado para ela regressar ao blogue, eu subscrevo. A última vez que a Teresa escreveu aqui foi a 6 de Junho. Passaram 24 dias. Invariavelmente, sem ela, eu tendo a ficar mais chato e meditativo.
2. As audiências não são nenhuma preocupação especial. No PD4 (isto está a pegar, Conceição M.) escrevo sobre aquilo que me apetece. Por uma razão simples: embora este blogue tenha exploração comercial, e eu sempre tenha querido que fosse assim, os rendimentos que daqui retiro não são significativos ao ponto de justificar preocupar-me demasiado com isso, ou sequer ter uma estratégia de marketing encapotada. Por aqui, e até ver, as audiências mandam muito pouco.
3. Mas se as audiências mandam pouco, a comunidade de leitores manda muito. Como me parece ser bastante visível, eu sempre privilegiei o diálogo com os leitores deste blogue. Nesse sentido, sou naturalmente sensível aos temas que mais interessam às pessoas, como é o caso da palmada. Para mim, o PD4 é uma espaço de partilha de experiências, e uma das partes mais recompensadoras do blogue é aquilo que eu aprendo com as partilhas de dezenas de outras pessoas. Nem pensar em abdicar disso. Se eu escrevo tanto aqui é também para poder vir a ser melhor pai. E bem preciso, como a Maria certamente concordará.