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A Agência dos Direitos Fundamentais (FRA), uma instituição da União Europeia, realizou um impressionante inquérito aos 28 países da UE acerca da violência sobre mulheres (inclui violência doméstica, violência sexual ou assédio sexual), baseado em mais de 42 mil entrevistas.

 

Os números são assustadores: uma em cada dez mulheres já experimentou alguma forma de violência sexual a partir dos 15 anos de idade, uma em cada 20 já foi violada, uma em cada cinco já sofreu violência física e/ou sexual do seu parceiro ou de parceiros anteriores, e uma em cada dez indicou ter experimentando alguma forma de violência sexual por parte de um adulto ainda antes dos 15 anos de idade. O jornal The Guardian faz um resumo das conclusões do estudo aqui.

 

Mas aquilo que realmente mais me surpreendeu foi a distribuição geográfica dessa violência. Eis os cinco países onde é praticada maior violência sobre as mulheres:

 

1. Holanda

2. Suécia

3. Finlândia

4. Dinamarca

5. Reino Unido

 

Há quem argumente que os números são mais altos nesses países porque há neles uma maior conscencialização sobre os direitos das mulheres. Mas confesso que me faz alguma impressão a defesa de que é necessária muita conscencialização para uma mulher perceber o que é a violência doméstica ou uma violação.

 

Se trago para aqui estes números é também para voltar, de forma assumidamente provocadora, à vaca fria do bater ou não bater nos filhos. Em Janeiro deste ano eu coloquei aqui um post sobre a Suécia, país apontado por muita gente como grande exemplo a seguir, na medida em que lá é criminalizada qualquer tipo de palmada a uma criança.

 

Pelos vistos, não está a servir de grande coisa a longo prazo. A palmada que muitas das crianças não levam quando pequenas, passam depois a dar na idade adulta. Claro que estas inferências podem ser algo abusivas. Mas o que estes números demonstram é que, ao contrário do que pensam muitos leitores assolapados, que consideram uma simples nalgada a um filho violência doméstica, não há qualquer espécie de relação entre corrigir uma criança com uma palmada e a sua futura tendência para a pancadaria. A Suécia que o diga.

 

publicado às 10:26


20 comentários

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De Andorinha a 13.03.2014 às 23:26

Boa noite João,

Chamo-me Sofia, e vivo na Holanda.
Tenho por hábito definir os Holandeses como "animais civilizados". O Holandês é igual ao Português em termos de civismo, mas o reforço das leis e da implementação das mesmas através de multas muito pesadas leva a que as leis sejam cumpridas. Se um homem colocar um dedo numa mulher e a denúncia for feita, esse homem não fique em casa impune, além da "restraining order", ainda tem de fazer trabalho cívico e terapia da séria. Se os vizinhos ouvirem gritos, não têm qualquer prurido em ligar pra polícia e depois há 4 grupos de apoio diferente à vítima, há processos e mecanismos accionados, uma loucura. E a se vítima não denunciar, juro-lhe que qualquer vizinho o fará imediatamente.
O número de casos que faz com que a Holanda esteja em primeiro lugar deve-se a este mecanismo potente de denúncia e consequência.
Curiosamente, a Holanda é uma sociedade muito matriarca, eu imaginaria mais depressa um homem Holandês a levar no focinho ou a sofrer de abusos psicológicos que uma Holandesa. Aqui quem manda são as mulheres, ponto.
A título de exemplo, as Holandesas mantêm uma agenda onde anotam com o companheiro os dias em que vão ter sexo. Está escrito: todas as manhã de domingo. Os meus antigos vizinhos de baixo, era sagrado! :))
Não me estranharia que a violência doméstica reportada fosse feita e contabilizada por mulheres que acharam que era demasiado abusivo que o marido quisesse ter sexo fora da agenda.
As pessoas acham que os holandeses saem de trabalhar e vão beber cerveja como se não houvesse amanhã. Não podem estar mais longe da verdade. Os Holandeses são caseiros, pessoas que adoram ir pra casa e estar com a família e os filhos, até aos miúdos fazerem 18 anos, não há mais nada na vida além disto. Não é com certeza o alcool ingerido que os torna violentos.
Repare, não estou a relativizar e a dizer que não existe violência doméstica na Holanda, com certeza que, infelizmente, é real. Mas o critério que define violência sexual ou doméstica muda consoante o País.
E eu acredito que na Holanda seja diferente do nosso. Até porque basta dizer que Holandesa alguma tolera que um homem lhe levante a voz....
Eu quando vi esse estudo pensei....nah, nao me cheira!

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