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E beijar os filhos na boca? Pode-se? #3

por João Miguel Tavares, em 26.11.14

A quantidade de reacções aos postos dos beijos na boca tem sido muito supreendente - olhem ali para baixo, à direita, para a contagem dos posts mais comentados de sempre deste blogue: estão lá os dois -, e é impossível trazer para aqui todos os comentários interessantes já feitos pelos leitores.

 

Queria, no entanto, chamar a atenção para um acrescento do Dr. Mário Cordeiro, explicando porque é que o beijo na boca é tão diferente de outras manifestações de carinho:

 

O dar a mão, como se escreveu aqui abaixo, é um argumento que não colhe. Repare: se vir duas pessoas (não interessa agora se são homem e mulher, dois homens ou duas mulheres) de mão dada ou a dar um beijo na face ou um aperto de mão, fica sem saber a sua relação. Podem ser - imagine agora dois homens a beijarem-se na face, para ir buscar um exemplo que, no nosso país, não é tão comum - familiares, pai e filho ou até velhos amigos.

 

Não consegue descobrir a sua relação - no sul de França e em muitos outros locais os homens beijam-se em público, quando dois amigos se encontram. Agora, aqui ou na China, se vir duas pessoas a dar um beijo na boca, a relação só pode ser uma - a de amantes - porque se entrou numa intimidade que só tem um significado (salvo se for no ecrã de um cinema ou num teatro!). É essa a razão.

 

E queria também dar conta da partilha da C.S., não porque corrobore a opinião do Dr. Mário, que ele não precisa de guarda-costas, mas por demonstrar a impressionante complexidade das cabeças dos seres humanos.

 

Sou filha, não mãe, por isso o meu comentário vale o que vale. Sempre fui educada com regras q.b., palmadas no rabo e na cara q.b., puxões de orelha q.b., 'nãos', beijinhos na testa, na cara, na barriga, no "pescocinho delicioso" como dizia o meu pai, levei ataques de cócegas, tomei banhos familiares, recebi massagens para adormecer ou acalmar em pequenina e sempre andei de mão dada com a minha mãe pela rua.

Aos 20 anos encontrei o meu 'príncipe encantado' e sofri e fiz sofrer porque não lhe sabia 'demonstrar carinho e amor'. Após uma ida a um psicólogo/sexólogo percebemos, duas horas depois, que a proximação excessiva, já pouco nítida por causa da adolescência, entre mim e os meus pais (e não sou filha única, se é que a educação difere sendo um ou dois filhos) me estaria a bloquear a maneira de sentir e demonstrar os sentimentos.

Houve um afastamento q.b. dos meus pais para que pudesse dar lugar à minha relação. E agora estou bem amorosamente e amo muito mas mesmo muito os meus pais, e se alguma vez forem para um lar não será porque não os amo, apenas porque quero que tenham um resto de vida confortável e feliz, mas comigo e com a minha irmã sempre por perto :-)

Devem estar a pensar "o que tem a ver isso com o assunto?". Serviu-me de experiência para agora, 4 anos depois, poder 'ajudar' os pais de uma amiga que teve uma depressão assustadora (com risco de suicídio) aos 17 anos. Em tempos foi gozada por dar beijos na boca aos pais, acabou por se mostrar ao mundo cedo demais e agora não entende o sentido da vida.

Acredito a 100% que educar uma criança a quem queremos todo o bem do mundo e mais algum seja difícil, mas pela minha pouquíssima experiência de vida atrevo-me a dizer que "Tudo o que é demais, faz mal". A nós, filhos, e aos que nos querem bem.

 

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publicado às 14:41


E beijar os filhos na boca? Pode-se? #2 (parece que não...)

por João Miguel Tavares, em 25.11.14

O Dr. Mário Cordeiro, que até costuma dar uma ampla liberdade às idiossincrasias dos pais, é absolutamente contra os pais beijarem os filhos na boca. Eis a sua argumentação:

 

Nããããão! É dar a ilusão de que a relação parento-filial se pode tornar numa relação conjugal, que é um interdito entre pais e filhos porque corresponde à fantasia dos dois anos de idade. As pessoas cumprimentam-se de todas as maneiras, e os homens com 3 beijos nos países árabes ou no sul de França, ou na Rússia.

 

Todavia, um beijo na boca é como dormir na cama dos pais - um sinal de inversão do triângulo pai-mãe-filho, e uma intrusão do filho na relação conjugal dos pais, com perturbação da sua futura relação conjugal (seja com o Noddy ou a Ursa Teresa, com o João ou a Teresa do Infantário, ou mais tarde com o Príncipe ou Princesa encantados).

 

Portanto, JMT: nãããããão !!!!! A menos que gostem de lançar bombas atómicas ou deixar o percurso de vida dos vossos filhos cheios de minas!

 

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publicado às 10:15


E beijar os filhos na boca? Pode-se?

por João Miguel Tavares, em 24.11.14

Antes que comecem a acusar-me, após a mega-polémica da amamentação, de me estar a transformar no Bloco de Esquerda da vida familiar - por aqui, é só temas fracturantes -, devo dizer-vos que a pergunta não é minha, mas da leitora Ana, que me desafia a opinar sobre dar beijos na boca dos filhos. E acrescenta:

 

Não acho nojo, mas incomoda-me.

 

Este "não acho nojo" é uma resposta directa ao conteúdo deste post da Joana Paixão Brás, no blogue A Mãe É que Sabe.

 

Eu não só não acho nojo como até acho fofinho de ver, pelo menos nos filmes de Hollywood. Mas pessoalmente não pratico. Até porque não saberia em que altura da vida parar. Se em 2020 alguém me apanhasse na rua a dar chochos a uma miúda de 16 anos corria o risco de acharem que não era minha filha - o que daria problemas em casa.

 

Mas parece que a questão começa a discutir-se em muito lado, incluindo nos países onde beijar na boca é habitual.

 

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publicado às 09:59



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