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Em defesa da honra (e das calças ao contrário)

por João Miguel Tavares, em 27.02.13
Em relação a este post, venho defender a minha honra, embora já um bocado atrasado, o que é sempre mau para a defesa da honra. É que estive ocupado a espancar crianças e não tive tempo (mais uma piada infeliz). Bom, a verdade é esta: um gajo ganha a injustíssima fama de ser um bocado distraído, e a partir daí leva com o carimbo de pai-maluco no meio da testa, carimbo esse que irá ostentar até ao fim dos seus dias, mesmo que de repente se transforme num relógio-suíço de competência na gestão da logística familiar.

Não fui eu que vesti aquelas calças ao Gui, ok? O que eu fiz foi - num acto de grande desejo emancipatório, tomado pela vontade de promover a independência da criança, imbuído de um espírito ambicioso com o intuito de o ajudar a enfrentar a vida com melhores armas - dizer simplesmente ao Gui: "Vai-te vestir, pá!" E ele lá foi vestir as suas próprias calças.

Que o Gui, com quase cinco anos, pense que faz chichi pelo rabo, é lá com ele. Só é comigo na medida em que deveria ter produzido filhos mais espertos. Provavelmente, estaria desconcentrado na altura em que o estava a produzir, que é uma coisa que costuma acontecer nessas situações.

Ou melhor, sejamos justos: o Gui de parvo não tem nada. O que ele tem é uma técnica incrível de fazer chichi: de cada vez que chega a altura de se aliviar, as calças vão todas para baixo, quer faça chuva quer faça sol, quer esteja no campo ou na cidade, quer seja em frente à sanita da sua casa de banho ou da casa de banho de um restaurante. Para ele é-lhe absolutamente indiferente a geografia: calças para baixo e lá vai disto. Nesse sentido, para quem pratica tal actividade radical, a localização da braguilha é completamente indiferente.

O importante é fixarem isto e repetirem 30 vezes: "não foi o pai dele, não foi o pai dele, não foi o pai dele". Devia ter olhado para ele depois de se ter vestido? Devia, com certeza. Mas provavelmente havia um congestionamento de filhos no corredor e eu não consegui chegar ao carro da frente. Acontece, senhores. Aliás, a minha excelentíssima esposa fica tão feliz com estas oportunidade para gozar comigo, que vale sempre a pena. Reparem como alegrámos o dia a tanta gente.

Mas NÃO FUI EU, ok? (Repitam só mais uma vez.)


publicado às 12:48


1 comentário

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De Unknown a 27.02.2013 às 13:57

Tenho a impressão que a esposa não vai gostar da frase "Provavelmente, estaria desconcentrado na altura em que o estava a produzir, que é uma coisa que costuma acontecer nessas situações" :)
Parabéns pelo blog, faz-me rir todos os dias!

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