Bom, a actualização deste blogue tem estado uma desgraça. Peço desculpa, mas nada me leva tanto tempo como estar entretido a ser pai. É uma canseira imensa, um trabalho incrível, uma exploração do homem pela criança que deveria ser impedida pela Constituição Portuguesa. Junte-se a isso uma net gaguejante, daquelas que torna proibitivo o
upload de fotos, mais os preços do
roaming, e o resultado foi este vergonhoso hiato, logo numa altura em que há tanto para escrever. Somos uns
bloggers amadores, é o que é.
Voltando à
vaca fria: sim, estamos vivos e, durante uns cinco dias, fomos espanhóis. Viajar com quatro filhos de avião em Agosto, para passar férias fora de Portugal, está praticamente fora de questão sem assaltar um banco, por isso agarrámos na nossa linda
Sharan, cheia de malas até ao tecto, e metemo-nos a caminho da Catalunha, que fica a apenas 1100 quilómetros de Portalegre, onde está a casa dos meus pais.
Nós queríamos que os miúdos respirassem um ar que não fosse português, e eu queria, sobretudo, que eles tivessem uma experiência para mais tarde recordarem. Eu sou alérgico a 15 dias de férias parado onde quer que seja, e de cada vez que me falam em Algarve os meus cabelos elevam-se em direcções insuspeitas. Praia + Algarve + Agosto = JMT Serial Killer. Só que neste momento também não há pilim para passar duas semanas no Pacífico, a saltar de ilha em ilha.
Donde, a minha tese é esta: uma experiência curtinha mas muito intensa. Mais vale dois ou três dias num sítio
out of the box mas que eles adorem, do que 15 dias a comer sandes de atum salpicadas de areia com perseguições regulares por entre toalhas ao homem das bolas de Berlim. O resultado que saiu desta complexa equação foi este sítio:
Ou seja, Port Aventura, o parque de diversões que já foi do estúdio Universal e que fica em Salou, a cerca de uma hora de Barcelona. À ida ficámos uma noite em Madrid, e depois instalámo-nos durante duas noites num dos hotéis do próprio parque, uma óptima ideia da qual não estamos na arrependidos: a diária é bastante cara (cerca de 350 euros por um quarto para seis pessoas, que na verdade era um quarto duplo), mas dá direito a pequeno-almoço, a três dias no parque para os seis, e, sobretudo, estávamos a 100 metros de uma entrada exclusiva para clientes do hotel, o que é um privilégio num parque que fecha à meia-noite (e é à noite que não há filas e dá para aproveitar todas as atracções). Era saltar da montanha russa directamente para a cama.
Comparando com a Eurodisney, onde fomos com a Carolina e com o Tomás há uns quatro anos e meio, o Port Aventura é mais
teen e menos criançola. Não conseguimos aproveitar algumas das atracções mais chanfradas (para grande pena do papá) porque exigem pelo menos 1,40 metros de altura (e eles são inflexíveis ao milímetro), coisa que a Carolina ainda não tem. Mas, ainda assim, divertimo-nos bastante e os miúdos adoraram - incluindo o Gui e a Rita, que apesar de tudo tinham um espaço "Rua Sésamo" para eles dentro do parque. Depois faço uma descrição detalhada da viagem, filho a filho. Para já deixo algumas fotografias:
A família numa das atracções para os mais pequenos
A Rita na única coisa em que podia andar em todo o parque (snif, snif)
A mamã e os três filhos mais velhos antes de embarcarem no mui divertido (e molhado) Grand Canyon Rapids
À vinda, enchemo-nos de coragem e enfiámos uma directa de Barcelona - onde passámos mais duas noites, para eles conhecerem a obra do senhor Gaudí - até Portalegre. Mais de dez horas de carro, estoicamente aguentadas pelos quatro miúdos, em boa parte graças à melhor invenção de todos os tempos: o DVD no automóvel.
Mais histórias em breve.