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A Força esteja com os ditados

por Teresa Mendonça, em 21.04.13
Uma das coisas que mais me dá a volta ao miolo é ver gente crescida a escrever português com erros ortográficos claríssimos, daqueles que só uma pessoa muito desatenta não detectaria ou consideraria gralhas. À conta disso, mostro-me sempre horrorizada de cada vez que dou com a Carolina a dar erros escandalosos e chego a pendurar listas de palavras difíceis no frigorífico para ela nunca mais na vida se esquecer como se escrevem.

No final do segundo período do seu primeiro ano, resolvi arranjar-lhe um livrinho de ditados que só servisse para treino de português, coisa que ela nunca gostou de fazer. Escolhi um livro de capas duras, estiloso, que não se parecia com um caderno de exercícios e com uma ilustração do Tintin (que ela tinha descoberto há pouco tempo e pelo qual estava completamente fascinada). Apesar de um pouco contrafeita, como sempre, a Carolina já criou uma relação especial com o seu livrinho e sempre que peço para o ir buscar ela não reclama. Foram poucos os ditados que fizemos até hoje, muito menos do que ela precisaria, mas tenho a convicção de que têm ajudado a Carolina a conhecer algumas palavras importantes e a evitar alguns erros básicos.

Agora chegou a vez do livrinho do Tomás. Com ele tenho, por um lado, a vida facilitada, pois é super-responsável e adora fazer os seus trabalhos de casa. De um modo geral, só preciso de o ir vigiando, para perceber se beneficiaria de alguma ajuda, aqui ou ali. Mas, por outro lado, o Tomás tem toda a pinta de vir a ser um homem mais dado aos números do que às letras, o que significa que o português é onde mostra um pouco mais de dificuldades (embora seja normal: ele entrou este ano para o primeiro ano e os progressos no português são sempre mais lentos do que na matemática).

Por causa de tudo isto, este fim-de-semana chegou a vez de apresentar ao Tomás o seu livrinho de ditados. E foi um sucesso! O João murmurou um qualquer comentário sobre gastar dinheiro com cadernos Moleskine da Guerra das Estrelas para fazer ditados (já não me lembro o quê exactamente, mas desconfio que fosse sobretudo inveja), mas o orgulho que o Tomás mostrou compensa tudo isso. E estou certa de que o irá ajudar a preparar o seu futuro com grande estilo.


publicado às 16:10


8 comentários

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De Teresa Mendonça a 24.04.2013 às 17:10

Comprei na Barata, na Av. de Roma, mas imagino que haja um pouco por todas as papelarias que vendem cadernos Moleskine. São óptimos! Os miúdos levam-nos mais a sério do que os tradicionais para exercícios. E duram vários anos. É engraçado poder ver, no mesmo caderno, como progrediram na escrita ao longo dos anos. É quase um diário de aprendizagem.

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