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Viva o ministério da Educação!

por João Miguel Tavares, em 02.10.13

Eis as coisas que já aconteceram à minha filha Carolina desde que há três anos e umas semanas ela entrou no ensino básico:

 

1. Teve uma óptima professora nos dois primeiros anos. Só que esta, cansada de cortes e recortes e colocada perante o desejo assolapado do governo de correr às cegas com funcionários públicos, sejam eles maus ou excelentes, resolveu pedir a reforma.

 

2. Essa reforma foi-lhe atribuída não durante as férias lectivas, mas - para sua própria surpresa - três semanas depois de começarem as aulas do terceiro ano.

 

3. Foi então preciso encontrar uma professora substituta com as aulas a decorrer.

 

4. Encontrou-se uma professora substituta, que originalmente até era professora de Música, mas que se integrou muito bem na turma. Era a segunda professora, mas os miúdos adoraram-na, os pais respiraram de alívio, a escola estava contente.

 

5. Acabou o terceiro ano.

 

6. Essa professora continuou com a sua turma no quarto ano? Nope. Azarucho: ela não fazia parte do quadro da escola e apesar de ser suposto as crianças do primeiro ciclo serem acompanhadas pelo mesmo professor durante os quatro anos, que nenhum aluno perturbe as burocracias centralistas do ministério da Educação. A professora teve de ir outra vez a concurso.

 

7. Não ficou colocada.

 

8. No dia em que começaram as aulas a turma da minha filha ainda não tinha professora. Sabia-se que havia uma professora colocada mas ninguém sabia quem era, nem onde essa professora andava.

 

9. Essa professora não se chegou a apresentar: meteu logo à cabeça vários dias de baixa.

 

10. Durante dez dias, a turma da minha filha teve aulas com a directora da escola, foi distribuída por outras turmas ou então - e esta é a parte bonita - teve aulas com a sua antiga professora, que embora reformada se voluntariou para dar uma ajuda.

 

11. Em resumo, a minha filha não tinha a professora que queria, os pais não tinham a professora que queriam, a escola não tinha a professora que queria, e a professora que todos queriam e que também queria lá estar não tinha emprego (ver ponto 7).

 

12. Finalmente, a professora colocada lá se apresentou.

 

13. Era originalmente professora de Educação Física.

 

14. Depois de ter dado uma aula, a ex-professora de Educação Física colocada a dar aulas a crianças do quarto ano anunciou que se ia embora. Tinha sido colocada noutra escola.

 

15. Aprendi que enquanto a uns falta trabalho no ministério da Educação, a outros sobra: esta professora tinha conseguido colocação em duas escolas.

 

16. Foi preciso encontrar uma professora substituta para substituir a professora colocada que substituira a professora subsituta da professora da minha filha mais velha.

 

17. Ontem, dia 1 de Outubro, 18 dias depois de as aulas terem começado, parece que chegou a nova professora da minha filha.

 

18. A minha filha gostou dela. É dos Açores. O ministério da Educação, tão necessitado de cortar, deve ter-lhe pedido para vir a nado.

 

19. A nova professora, tendo sobrevivido à travessia, espero que sobreviva agora a quase 30 putos desnorteados e a um ministério que, citando Nuno Crato antes de ser ministro, deveria implodir.

 

20. E deveria implodir não só por fazer asneiras deste calibre, que seriam facilmente evitáveis se as escolas tivessem um pingo de autonomia naquilo que conta, mas também por se mostrar incapaz de distinguir os excelentes dos medíocres, e por colocar o seu funcionamento e as suas burocracias da treta sistematicamente à frente das crianças que deveria servir.

 

21. Eu e a Teresa sempre estudámos no ensino público, e ambos temos uma dívida para com ele. Sempre quisemos que os nossos filhos estudassem no ensino público, e tentamos ajudar naquilo que a escola precisa. Mas com exemplos como este, não admira que quem tem dinheiro meta os filhos no privado. Por os professores serem melhores? Não necessariamente. Acima de tudo porque lá existe uma coisa preciosa chamada organização, e porque quem manda nessas escolas não é uma hidra de mil cabeças barricada num prédio gigante da 5 de Outubro.

publicado às 10:27


86 comentários

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De JP a 21.02.2014 às 17:23

Concordo plenamente, entre outros, com o comentário da Iris Afonso Pais a 03.10.2013 às 00:19.

Não sou professora mas "apenas" mãe e acérrima defensora do ensino público. Os meus filhos entraram este ano para o 1º ano na mesma escola público onde frequentaram dois anos de pré-escolar. Rezei para que lhes calhasse a professora que eles têm agora. Ela largou uma turma do 4º ano no ano passado e as as referências que fui recolhendo ao longo dos dois anos anteriores eram muito boas: exigente com os miúdos mas com sensibilidade para as diferenças e ritmos individuais. Confere. Apesar de estar efectiva nesta escola, acho que irei rezar todos os anos para que ela continue a ser a professora deles até ao 4º ano.

Também não tenho razão de queixa da escola relativamente às faltas dos professores. A professora titular não falta mas uma das professoras das AEC precisa, infelizmente, faltar com alguma regularidade por motivos de saúde. Nunca os miúdos ficaram sem ocupação: ou ficam com a coordenadora da escola, que lhes dá uma aula extra de apoio ou tem sempre actividades lúdicas alinhavadas para estas necessidades, ou são distribuídos por outras AEC, pelas outras turmas. Não ficam soltos pela escola até à hora dos pais os irem buscar.

Nem todas as escolas públicas são assim tão boas mas também nem todas as escolas do ensino privado são tão boas como as pintam. Ao longo dos últimos anos desenvolveu-se um endeusamento do ensino privado que eu justifico com o aumento do poder de compra das pessoas. As pessoas que conheço que pior dizem do ensino público são profissionais de sucesso que, imaginem só, fizeram toda a sua escolaridade no ensino... público! No entanto, fazem questão de trazer os filhos no privado. Na verdade, além de terem condições financeiras para o fazer, têm o "pacote completo": depois da escola, os miúdos ficam atolhados de actividades até às 19h e, assim, à noite é um "descanso" - não há TPC para ajudar a fazer, o jantar decorre tranquilamente com as notícias na TV e os miúdos sedentos de atenção enquanto os pais teimam em ver as notícias que podem ser vistas mais tarde, mas ao mesmo tempo da série ou novela favorita... Ao fim de poucas horas estão na cama, o tormento rapidamente acaba com a promessa de que no dia seguinte, entregam os catraios no mesmo colégio para levarem com outro pacote de qualidade em cima.

Desculpem pela extensão deste comentário, mas ao que quero chegar é ao seguinte: além do status e conveniências pessoais/profissionais dos pais, o ensino privado acaba por não dar muito trabalho aos pais que não querem ter trabalho com a educação dos filhos. Esse trabalho e responsabilidade ficam depositados no colégio privado. O mesmo não se passa no ensino público, onde tem mesmo de existir trabalho e colaboração entre a escola, os professores e a família e muito empenho, empatia e até mesmo cumplicidade entre a família e os professores na educação das crianças. Pelo menos no 1º ciclo acredito que tenha de ser assim.
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De Patricia a 13.01.2014 às 11:02

A turma de 4º ano do meu filho começou o ano com a Prof. que os acompanhou desde 1º ano, mas infelizmente esta adoeceu. Prontamente a escola encontrou uma "professora" substituta que adorava levar os netos para as aulas e também adorava tratar os miudos como lixo. O tormento durou 2 semanas até que nos caiu do céu uma Prof. que agarrou na turma e os ajudou a levantar as notas :) Os pais estavam todos contentes, os miudos mais contentes estavam e o agrupamento não gostou... A 2 semanas do fim do 1º periodo a bomba caiu, a Prof. de que todos gostavamos tinha de se ir embora e quem a iria substituir era uma prof. que estava nesse momento a dar aulas de matemática ao 5º e 6º ano...
Resumindo esta história: os alunos desmotivaram, as notas desceram como que por magia (alunos de 90% passaram a ser alunos de 50%) e a prof. foi contrariada dar aulas a alunos de 4º ano que têm exame no final deste ano lectivo...
Acho que este é o panorama geral das escolas públicas portuguesas e a tendência é para piorar se ninguém conseguir para o ministro Nuno Crato...
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De Margarida Mendes a 15.10.2014 às 12:57

Partilho dessa historia... 4º 2ª Neste momento tem a prof do ano passado a dar aulas de matematica...
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De Teresa Muge a 21.10.2013 às 06:31

Caro Doutor António Cunha

Vejo que conhece o relatório da OCDE de trás para a frente e que é com enorme facilidade que interpreta dados estatísticos; conhece a 'realidade' portuguesa e de outros países; não o afirma, mas terá estudado ciências da educação para produzir afirmações de forma tão escorreita; quase já não são opiniões: são análises de confiança e de confiar!; até nem faltam os ratios professor/alunos (p.ex. 8 alunos vírgula quatro - coitado do desgraçado que nem a meio chega!); com o seu comentário adquiriu o direito a aspirar a um cargo governamental em qualquer sector - tal é o à vontade que demonstra na destilação de conclusões! Aconselho-o é a guardar para si aquilo que com certeza já sabe (shhhh)... aquilo...😉... ainda não percebeu? Caramba, quer mesmo que eu diga? Veja lá! Olhe que lá se vai o cargo governamental! Posso? OK: aquilo de nós termos uma maior percentagem de primeiro ministro que qq outro país europeu! É - e de presidente da rp também! Pior que nós só o quê... o Luxemburgo? Estou inteiramente de acordo consigo, temos de racionalizar as coisas, ninguém pode estar melhor que ninguém, essa é que é essa!
Olhe, sabe a história da nacionalidade dos caranguejos? O pescador inglês punha-os num balde e tapava-o com tampa pesada. O português, não lhes punha nada por cima. O inglês: ― Olhe que eles vão trepando com a ajuda uns dos outros até chegar acima, e depois os primeiros vão puxando os outros até à borda e saem todos num instante... O português: ― Ná! Os meus são cangrejos portugueses! Se algum começa a subir, os outros puxam-no logo para baixo! — Pois claro, assim é que está certo! Não está certo que um professor esquimó ganhe menos que os professores portugueses: toca a baixar os salários aos portugas que aumentar o do esquimó está fora de questão! É a lógica da 'convergência' entre reformas e aposentações: até aos que do trabalho se vão libertando desejamos uma velhice de cangrejo: cá em baixo!
My god! Estamos em Democracia e em Igualataria? Ó Regina, onde estão os meus comprimidos?
Abraços cordiais
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De Rosa a 08.10.2013 às 14:55

se eu pudesse, eu professora do ensino público, 23 anos de serviço, mudava as minhas filhas para o ensino privado. não por os professores serem melhores, mas porque no ensino privado pode-se fazer seleção de alunos e separar o trigo do joio, e é com muita mágoa que digo isto, mas quando os meninos estão na escola não para aprenderem, mas para não perderem benefícios sociais ou não serem referenciados para a CPCJ está tudo dito. É o Inferno: ninguém aprende e ninguém ensina. Bem haja
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De teresa muge a 05.10.2013 às 21:57

Conheço bem este caos...! Teve num passado mais ou menos afastado - dg (durante guterres) - momentos de sementeira de uma organização menos atrofiada por menor dependência da hidra, e noutro mais ou menos próximo - ac (antes de crato) - momentos de retoma de uma racionalização tecnocrática, mostrando que a hidra ainda estava viva, embora a soro e a oxigénio. Neste agora, dc (durante crato), parece que o bicho não só voltou a atacar, como foi deixado à solta a reivindicar vinganças e outras demandas de mau perdedor. Mas o que verdadeiramente me deixou intrigada, foi aquela coisa das professoras de música e de educação física a assumirem o papel de professoras do primeiro ciclo! Caramba, reformei-me apenas há pouco mais de um ano! Portanto, até há muito pouco tempo, era preciso curso superior específico para se ser professor deste nível de ensino! Alguém que saiba, por favor que me explique: isto agora é assim? isto é mais uma das 'invenções inovadoras' nunocratenses? se é, nem me espanta, pois é gémea de muitas outras com a mesma origem, experimentadas, postas de lado e já mortas há duzentos anos...! De facto, há dois séculos atrás, não havia formação de professores! Ó pá, estou farta disto, quero ir para cabeleireira, não me apetece aprender nunocratês para perceber estas coisas! Hoje não estou mesmo nada protestante! Fiquem com Alá para Deus descansar um bocadinho. O Buda agradece.
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De Bruxa Mimi a 23.12.2013 às 09:17

Não li todos os comentários e se calhar alguém já esclareceu a dúvida que apresentou, mas aqui vai a minha contribuição. Durante alguns anos (anos 90), as ESE não tinham cursos exclusivos para lecionar no 1º Ciclo, ou seja, quem queria ser professor deste nível de ensino tinha de estudar simultaneamente para ser professor do 2º Ciclo (e vice-versa), em alguma vertente. Na ESE onde estudei, havia as variantes Matemática/Ciências, Português/Inglês, Português/Francês e Música (depois de eu sair da ESE, houve também a variante de Educação Física). Com o curso terminado, cada um se candidatava ao grupo que queria. Por vezes, para conseguir colocação, o professor concorria num leque mais vasto, indo parar ao nível que não era a sua primeira escolha. Daí que professores de Música ou Educação Física ou de outras variantes, que se apresentam assim por terem dado aulas dessas disciplinas nos anos anteriores, possam legitimamente dar aulas no 1º Ciclo.
Espero ter ajudado.
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De Antónia Guerra a 05.10.2013 às 13:46

Que corja.
http://www.youtube.com/watch?v=m-v8acrboWY
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De Luisa Carinhas a 04.10.2013 às 12:32

Adorei o comentário e também defendo o ensino no público. E daqui a uns anos quero ver como vai ser quando houver menos crianças, coitados dos professores!!!
Agora não deixa de ser ridícula toda esta situação, quando há professores tão perto de certas escolas no nosso país terem de se deslocar e mudar a sua vida toda por causa de uma lei. Temos de continuar a lutar com as poucas armas que temos e esperar que venham aí melhores dias.
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De alegria a 04.10.2013 às 11:19

Olá a todos. Sou professora e os meus dois primeiros anos de trabalho foram num colegio particular na Amadora. Este colégio até é bem conhecido e é visto como um bom colégio. Posso dizer-vos que o pano que limpava a sanita era o mesmo que limpava a bancada da cozinha, a comida era do pior que pode existir, os alunos viviam numa cnstante pressão com medo do diretor, os professores eram maltratados, os recreios e as salas de aula não tinham condições...
Por isso não venham dizer que os colégios privados é que são bons e a escola publica não presta. O que acontece é que os pais não sabem o que se passa no colégio, ao contrario da escola publica que tudo se sabe. Se soubessem não tinham lá os filhos.
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De Bruxa Mimi a 23.12.2013 às 09:23

Eu também trabalhei dois anos num colégio particular e não gostei da experiência, mas não havia nada desse baixo nível que referiu. Há colégios mesmo muito bons, há outros que são maus, sim, tal como há escolas públicas que só têm professores do quadro que se dão bem e que lá permanecem ano após ano, criando um clima de escola muito bom (apesar das duvidosas políticas ministeriais) e escolas públicas onde os professores estão sempre a rodar, tornando (mais) difícil (não impossível) que se obtenham os bons resultados que tornam famosas algumas escolas.
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De Ana Melro a 04.10.2013 às 10:43

Olá Teresa, Olá João Miguel e Olá minha Sombra Favorita!!!

E acredite... eu queria mesmo muito ter continuado com a Turma... não só por continuar desempregada, pelo (forte) elo de ligação que criámos, mas também por todo o apoio e reconhecimento que tive e senti, de vós Pais ao longo da minha breve "estadia" na escola! Hoje em dia são muito poucas as ocasiões em que o nosso trabalho, esforço e dedicação são respeitados e/ou reconhecidos!
Beijinhos a todos de muitas saudades!
Ana Rita
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De João Miguel Tavares a 08.10.2013 às 16:29

Eu sei bem disso, professora Ana Rita... Espero que esteja tudo bem consigo e tenha encontrado a escola que merece. A mini-sombra manda muitos beijinhos. Está cada vez mais pré-adolescente.
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De Sam a 03.10.2013 às 19:31

Caros,
Acredito que, como em tudo, também no que toca a professores, escolas públicas e privadas, é preciso ter um pouco de sorte. Tenho dois filhos, um que acabou de fazer 17 anos e uma com 11. Ambos, até completarem o 4.º ano, frequentaram escolas privadas, depois passaram para o ensino público. O mais velho, sempre teve sorte, tanto no privado como no público, aliás, foi a escola pública que, e sem qualquer intervenção de nós, progenitores, no 5.º ano achou que ele não iria fazer nada para o 6.º, e pediu o nosso consentimento para o transitar directamente para o 7.º, assim foi. Este ano entrou para o Engenharia Mecânica no IST, que era o que queria. Já com ela a história tem sido outra. Esteve numa escola privada, de cariz religioso, em Cascais, onde a professora primária batia nos meninos. Como é óbvio, só lá fez o 1.º ano e depois passou para outra, A Associação Escola 31 de Janeiro, na Parede, que, sem dúvida, foi a melhor escola que já conheci, e que, curiosamente pagava quase metade do que na anterior. Hoje vivemos em Lisboa e está numa escola pública, vamos ver como corre. Para já, o professores de EF já se foi.
A questão é que a escola são pessoas, umas melhores outras piores, umas mais motivadas e outras menos, umas, e para mim isto é dos pontos mais importantes, umas com maior vocação e outras com menos. E eu sempre achei que para se ser professor tinha que se ter vocação, e muita, e infelizmente há muitas pessoas que foram para o ensino meramente como uma solução de recurso, isto há uns anos, e que lá se mantêm.

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