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Grande vantagem de ter um blogue lido por pessoas simpáticas: recebemos convite inesperados. E muito, muito bons. O Diogo Pedrosa é engenheiro na TAP ME (Manutenção & Engenharia) e já em Junho, depois deste post sobre um avião feito pelo Gui, ele nos tinha convidado para visitar os hangares da TAP, onde trabalha. Na altura acho que o mail e a resposta que ele merecia se perderam no turbilhão de coisas que tenho sempre para fazer. Mas o Diogo, em vez de ficar justamente ofendido pela minha indelicadeza, decidiu voltar à carga após o Gui ter reinvestido nos seus dotes aeronáuticos, como ficou testemunhado aqui, e convidou-nos outra vez.
Desta vez não deixámos passar a oportunidade e no final da semana passada lá fomos nós a caminho dos hangares da TAP, no aeroporto da Portela, onde a empresa faz a manutenção da sua frota de Airbus. Devo dizer-vos, para ficarem invejosos, que é definitivamente uma visita de primeira classe (o que significa que está acima da classe executiva e a léguas da classe turística), daquelas em que nos sentimos mesmo privilegiados. Além de o Diogo ser um notável anfitrião, há dúvidas fundamentadas sobre quem se divertiu mais, se os pais, se os filhos.
Andar por dentro de aviões em pelota, que praticamente só têm a fuselagem, é uma experiência incrível, e quando os miúdos tiveram oportunidade de visitar um cockpit, já não queriam de lá sair. Como forma de modesto agradecimento, este fim-de-semana eles decidiram fazer um desenho para o Diogo, assinalando a sua inesquecível visita. Apesar de não ser uma prática nada habitual - e, receio bem, potencialmente conflituosa -, os três lá uniram esforços para desenharem todos juntos numa única folha de papel o seu retrato da visita, e o resultado é este:
Por aqui se vê que os meus filhos terão certamente mais jeito para pilotar aviões do que para fazer desenhos, mas o que conta é a intenção. O Diogo é o senhor que está ao meio, no cimo da escada. Foi o Gui que o desenhou. Tentou fazer-lhe um bigode, mas acabou por sair um nariz de palhaço - as minhas desculpas ao Diogo, que não merecia tamanha maldade. O Tomás desenhou o avião propriamente dito e a turbina (que é aquela coisa que parece uma flor a levitar). A Carolina desenhou os irmãos (a Rita ficou em casa, que aquilo não era sítio para ela), o sinal de proibido fumar (sempre muito saudável, a minha filha mais velha) e a frase "Diogo membro oficial da TAP", que eles todos fixaram, vá lá saber-se porquê.
Estando as minhas criancinhas numa fase recolectora, no final andaram ainda pelo chão dos hangares, meio às escondidas, a apanhar parafusos nos cantos e nas fendas. Espero que não tenham cometido ilegalidades, mas quando escutaram o Diogo explicar-lhes que no mundo da aeronáutica é tudo caríssimo, e uma pequeníssima peça pode custar 200 euros, qualquer parafuso (mas sobretudo os rebites dourados) passou na cabeça deles a valer uma pipa de massa. No final, quando chegaram a casa trataram logo de exibir - e expor - os seus troféus:
E quatro dias depois, continuam entusiasmadíssimos a falar de trens de aterragem e rebites (os tais que, segundo eles, custam 200 euros cada um).
Foi um grande sucesso e uma grande visita, e por isso é mais do que justo que a família dê este abraço público ao Diogo. Vai daqui um grande obrigado pela sua simpatia e generosidade.