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Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho #3

por João Miguel Tavares, em 18.11.13

Desculpem voltar ao tema Carrilho/Bárbara, sobretudo depois de já vos ter chateado com isto duas vezes (aqui e aqui). É que embora a saga já não esteja a animar tantas conversas de café, a mim continua a supreender-me - e a surpreender-me ao ponto de até ter comprado a Lux desta semana.

 

Não por causa da chamada maior da capa (mais uma acusação imprópria de Carrilho, neste caso afirmando que os filhos "foram sujeitos a uma lavagem cerebral"), mas por causa de um suposto "exclusivo", que garantia mostrar "todo o fim de semana de Carrilho com os filhos após o divórcio de Bárbara".

 

 

Eu li aquilo e pensei: "Exclusivo do fim-de-semana? Então mas o homem andou com um fotógrafo atrás no primeiro par de dias em que ficou sozinho com os filhos?" Sim, pelos vistos andou: há fotos de Manuel Maria, Dinis e Carlota num café à porta de casa; fotos de Manuel Maria, Dinis e Carlota a passear à beira-rio; fotos de Manuel Maria, Dinis e Carlota a almoçar; fotos de Manuel Maria, Dinis e Carlota na Avenida de Roma.

 

Obviamente, não me é possível garantir que aquilo foi combinado entre Carrilho e a revista (embora tudo aponte para que sim), mas ainda que não tivesse sido combinado, foi certamente consentido. Até porque Carrilho corrobora o trabalho com um longa entrevista à jornalista Natália Ribeiro, onde dá pormenores do divórcio e volta a atirar-se a Bárbara Guimarães.

 

Ora, porque é que tudo isto me dá a volta à tripa, e porque é que me parece tão importante eu continuar aqui a sublinhar a diferença de comportamentos de um e de outro num caso que tem sido exposto na praça pública? Por duas ordens de razões:

 

1. Primeiro, porque Manuel Maria Carrilho está a querer destruir a carreira de Bárbara Guimarães. Não há outra justificação para o seu comportamento. O que é que leva um professor universitário, um ex-ministro e um destacado filósofo português a expor-se desta forma em revistas cor-de-rosa? Porque se presta ele a entrevistas atrás de entrevistas a um tipo de comunicação social que nada tem a ver com ele nem com o seu trabalho intelectual, que pertence a um outro mundo, a um outro planeta, cuja superficialidade mediática ele próprio já criticou bastas vezes?

 

Só há uma resposta para esta pergunta: Carrilho ataca Bárbara Guimarães em revistas que não são frequentadas pelo seu público, mas que são frequentadas pelo público dela. Ele perde alguma coisa, mas ela perde muito mais, e por isso Carrilho acha que ganha no somatório de perdas. Carrilho terá feito as contas na sua cabeça, e concluído que entre o prejuízo que aquilo lhe traz a si e aquele que provoca à sua ex-mulher, a coisa compensa no seu planozinho de vingança.

 

E é por isso que eu, que pertenço mais ao público de Carrilho do que de Bárbara Guimarães, faço questão de estar aqui novamente a denunciar este seu comportamento. A sua atitude é uma vergonha desde o princípio e continua a sê-lo semanas depois, quando as cabeças já deveriam ter esfriado. Mas, pelos vistos, a cabeça de Manuel Maria nunca esfria. Vive em permanente estado de ebulição trauliteira.

 

2. E como vive em permanente estado de ebulição trauliteira, vai de repetir acusações a Bárbara Guimarães: "completamente tresloucada", com "um comportamento completamente alucinado", "alcoólica", que "não sabe o que é educar". Mas se Carrilho se limitasse a renovar as acusações em relação à mãe dos seus filhos, não haveria aqui qualquer novidade. Aquilo que mais me impressionou na entrevista, e a razão essencial deste segundo ponto e de eu voltar a este assunto, foi o que o caro filósofo disse sobre os seus filhos.

 

Carrilho diz que sentiu os filhos "ansiosos", que estiveram "sequestrados" durante três semanas, que foram "sujeitos a uma lavagem ao cérebro", que não está descansado por Bárbara Guimarães estar a cuidar deles, que está "inquieto com a educação" dos filhos, que está "muito preocupado com o seu futuro", que o que "a Bárbara fez é criminoso", que os filhos não deveriam viver "com pessoas de comportamentos instáveis e previsíveis".

 

Certo. OK. Tudo bem. Vamos por um momento admitir que tudo isto é verdadeiro até à última sílaba. Mas então, a ser absolutamente verdade, que tipo de pai é que, diante desta paisagem de apocalipse emocional, aceita um acordo de divórcio em que abdica da custódia dos filhos e fica com o direito de os ver apenas uma tarde por semana (das 16 horas até à hora de deitar) e estar com eles um fim-de-semana de 15 em 15 dias?

 

Manuel Maria Carrilho acha que os filhos estão a habitar uma casa de doidos e à beira do descalabro, mas em vez de ir lutar por eles para tribunal, para lhes dar uma educação equilibrada, ponderada e cheia dos melhores valores, deixa-os entregues a uma mãe alcoólica, que não faz ideia do que é educar, e aceita um acesso limitadíssimo aos filhos, mais limitado do que provavelmente conseguiria num divórcio litigioso, mesmo que este lhe corresse mal.

 

Portanto, não há volta a dar: ou Carrilho é um grande mentiroso, ou é um péssimo pai, ou é as duas coisas em simultâneo. E só lamento que a jornalista da Lux não lhe tenha feito a pergunta obrigatória, a única que se impunha, depois de ter escutado mais aquele chorrilho de queixas e indignações: "Mas ó senhor professor, se a situação actual dos seus filhos é assim tão má, porque é que abdicou de lutar por eles?" Adoraria ouvir a resposta.

publicado às 09:30


15 comentários

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De M vc a 19.11.2013 às 20:29

Ainda bem que alguém diz estas coisas! Vivemos num mundo tão politicamente correcto e mesmo assim um homem que, pelo que tudo indica, abusou fisicamente da mulher possa continuar a fazê-lo psicologicamente de uma forma tão pública.
É por isso, e pelo nosso consentimento silencioso ( por muito que se reprove mentalmente) que a violência doméstica vai manter o mesmo ciclo...
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De Maria Cruz a 19.11.2013 às 11:04

Só penso nas crianças... Imaginar que, daqui há algum tempo, quando conseguirem perceber melhor as coisas, vão se deparar com essas notícias do passado, essas acusações, essa baixeza.
Mas infelizmente esse não é um caso único de comportamentos hipócritas e egoístas, quantos casais se separam e não poupam seus filhos das suas próprias dores.


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De Mena a 18.11.2013 às 22:15

Só se compreende que não tenha feito a pergunta "que não quer calar" com interesse €€€ditorial. Depois como combinavam mais um exclusivo se o sr. filósofo e pai extremoso ficasse zangado?
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De Margarida Leitão a 18.11.2013 às 15:26

"Mai" nada !!!
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De Sónia Fernandes a 18.11.2013 às 12:55

"Certo. OK. Tudo bem. Vamos por um momento admitir que tudo isto é verdadeiro até à última sílaba. Mas então, a ser absolutamente verdade, que tipo de pai é que, diante desta paisagem de apocalipse emocional, aceita um acordo de divórcio em que abdica da custódia dos filhos e fica com o direito de os ver apenas uma tarde por semana (das 16 horas até à hora de deitar) e estar com eles um fim-de-semana de 15 em 15 dias?"

E pronto, com isto está tudo dito! Exactamente o que pensei quando vi que a "novela", agora pós divorcio, continuava.
Estou 100% de acordo!!!!
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De ana rute cavaco a 18.11.2013 às 12:50

ele é péssimo. ponto final.
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De Anónimo a 18.11.2013 às 12:23

' "Mas ó senhor professor, se a situação actual dos seus filhos é assim tão má, porque é que abdicou de lutar por eles?" Adoraria ouvir a resposta. '

Eu diria porque se calhar aí já não podia estar na Lux a falar mal da ex mulher.

Se existe coisa que já se sabia de Carrilho é que é uma pessoa dada a viganças e facadas nas costas. Tudo sobre a Barbara pode ser verdade, não sabemos, mas a personalidade do Carrilho essa não deixa surpresa.
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De Caco a 18.11.2013 às 11:56

É que nem retiro uma vírgula. É mesmo, mesmo, isso.
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De Andrea a 18.11.2013 às 11:10

Caramba...li a entrevista na Lux e foi isso precisamente que pensei no final....
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De Eugénio Amorim a 18.11.2013 às 10:58

Concordo consigo inteiramente.
Sinto um nojo especial pela generalidade da falta de nível: da Lux já não me admiro; do Manuel Maria Carrilho, depois do que conheci dele, também não; mas que haja outra comunicação social que dê guarida a esta manipulação, para citar o MMC, que estejam a ser "sujeitos a uma lavagem ao cérebro"…
Como dizia António Barreto há já alguns anos: este "Dandy sub-urbano parisiense…"…
Nem só uma boa formação académica dá uma boa formação intelectual, social e outras.
Há quem viva num mundo construído, vivido entre "cortes" mediáticas e outras…
A quem eu não esperava dar os parabéns - pelo menos por ora - era à Bárbara Guimarães. Tem conseguido manter uma certa decência em toda esta telenovela… mexicana… parisiense… ou lisboeta, daquela Lisboa que oscila entre os bares onde jornalistas "encontram" as notícias, às tertúlias "culturais", numa sobranceria, que MMC sempre cultivou.
Lamento!
Um abraço!

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