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Que cão ter em casa? #2

por João Miguel Tavares, em 27.11.13

Caríssimas senhoras e senhores, agradeço imenso todas as sugestões à minha questão do cão. O que não falta por aqui são nomes de raças, mas eu fiquei com uma dúvida, que gostava de ver esclarecida por quem percebe do assunto.

 

Imensa gente sugeriu a adopção de um animal, coisa que obviamente agrada a qualquer alminha com o coração no sítio - para quê comprar um cão de raça quando se pude ir buscar um bicho infeliz a um abrigo? Sou totalmente sensível a isso. Mas eu tenho quatro filhos, com nove, sete e cinco anos, mais a Rita que tem pouco mais de um ano. Trazer um cão adulto para casa não pode ser um risco, tendo em conta que é impossível controlar a interacção dos quatro miúdos com o bicho?

 

Agradeço respostas sinceras e muito pragmáticas. Eu conheço todo o argumentário do quando-um-animal-é-agressivo-a-culpa-é-sempre-do-dono, mas a verdade é que não tenho meio de saber qual a educação de um cão adulto, nem aquilo por que passou.

 

Assim sendo, não é, de facto, um perigo deixar um animal desconhecido, que não cresceu com os meus filhos, ao pé deles, quando pode de repente estar a ser puxado pela cauda ou pelas orelhas, ou então a meterem-lhe a mão na boca quando está a comer? É um risco ou não é um risco? 

publicado às 10:05


50 comentários

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De Padrinhos Civis a 27.11.2013 às 14:10

Comentei o post anterior e afinal devia ter comentado este. Adotar bebé é ótimo. Mas adotar adulto tem grandes vantagens: os voluntários das Associações (eu falo na União Zoofila porque fui lá) ajudam a família a escolher o animal adequado. Eles conhecem bem os animais que lá têm e querem que o acolhimento tenha sucesso, não recomendam um animal com feitio complicado e traumas a uma família com 4 crianças! Quando eu lá fui, com a minha filha de 6 anos, o que não faltava lá eram cães dóceis, com perfil para crianças que se distraem e pisam caudas, brincam de maneira mais descuidada, correm e pulam. Não custa nada ir lá ver - e não é obrigado a trazer, ninguém força. Os voluntários não querem que as pessoas levem o animal para no dia a seguir virem devolver. Vão até lá, vejam os cães, mexam neles, façam perguntas. Com tanta escolha disponível, vai correr bem!
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De Padrinhos Civis a 27.11.2013 às 16:18

Eu disse que adotar adulto tinha grandes vantagens e não expliquei quais são: um cão adulto já tem a personalidade formada e quem lida com ele já sabe dizer se é pachorrento e calmo, ou medroso e desconfiado (características que não recomendo para quem tem criançada). Quando vamos a uma associação, não estamos a apanhar um cão qualquer na rua (bem, eu apanhei o meu Paquito há 13 anos na rua...), porque os respetivos voluntários que lidam todos os dias com os cães que lá estão, conhecem-nos.
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De MissPapaia a 27.11.2013 às 14:03

Eu fui uma das pessoas que aconselhou um labrador. Por acaso o meu não foi comprado mas veio bebé para minha casa. Estou rodeada de pessoas que adoptaram cães e acho a ideia genial (tb me custa pagar tanto por um cão quando há deles a precisar de ajuda) mas, numa casa com crianças ou com pessoas com pouca paciência, nunca adoptaria um cão adulto.

Ainda hoje é dia em que um cão da familia foi adoptado com cerca de dois anos e não só não se dá com outros cães mas volta e meia ainda dá dentadinhas às pessoas de casa. E já lá vai mais de um ano a ser tratado com o maior amor, carinho e paciência.

Na minha opinião, ou se conhece o cão que vai ser adoptado ou mais vale que seja bebe, independentemente da raça.
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De Luisa Santos a 27.11.2013 às 13:40

Infelizmente, os abrigos de animais abandonados estão cheios (demasiado cheios, ao ponto de muitas vezes estarem mais do que sobre-lotados e não poderem receber mais animais) com animais de todas as idades. Assim, se ficar mais descansado com um animal mais novinho, também é possível. Mas, na minha opinião que sempre convivi com cães de portes diferentes e idades diferentes, parece-me que há raças mais meigas que outras. A idade, pelo convívio, também afecta mas se for um animal que foi abandonado fica (na minha experiência, que vale o que vale) eternamente grato e extremamente dócil. é sempre excelente tirar um animal de um abrigo (percebe-se de imediato, quando se pega num, a alegria e gratidão que transmite) seja de que idade for. Os rafeiros costumam ser muito dóceis mas os abrigos têm cães de todas as raças (os cockers, os golden retrievers e os labradores também são muito dóceis). Quanto mais adultos, mais calmos. É possível que venham com hábitos mas os animais aprendem em várias fases da vida, não só em cachorros, desde que lhes ensinem horários e mostrem o que pode e não pode ser feito.
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De Alexandra a 27.11.2013 às 12:50

João, não sao só os cães adultos que são abadonados, Há pessoas que abandonam cadelas com crias recém-nascidas ou até mesmo grávidas. Que esse não seja o motivo para não adoptar!
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De Margarida Leitão a 27.11.2013 às 12:47

Vale o que vale, mas tenho um Cocker que comprei novinho, lindo de morrer ... que se tornou num pequeno/médio "terror", vive connosco e tem 17 anos !! Em contrapartida tenho também um rafeiro, quase gigante à 8 anos que é a doçura das doçuras ( tolera quase tudo dos meus 3 filhos, dois com 13 e um com 5 anos )
Mas nunca, pois, nunca deixei os meus filhos sozinhos com nenhum deles ! Não deixam de ser animais que se protegem, defendem ...what ever ... com os dentes e atenção que confio bastante nos meus cães !!
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De Carlos Gilbert a 27.11.2013 às 12:40

Obviamente que um cão adulto tem muito mais dificuldade em se adaptar a um novo ambiente fechado e aos que nele habitam. Se for num quintal, adapta-se com bastante facilidade, pois instintivamente sente que é lá que é bem tratado, alimentado, etc. Quem ele vê ele associa a esse "bem estar", mas não deixa de reagir como "aprendeu" nos seus primeiros tempos de vida. Daí que a inter-acção com crianças ser bastante complicada. Até por uma razão que até agora não vi aflorada e é essencial (diz-me a experiência de uns 5 cães que tive): Só com aprendizagem sistemática é que podemos incutir "hábitos" num cão, e é um tremendo erro pretender-se que um cão (e muito mais um gato) se comporte como nós queremos. Ele não é um humano, não pode agir como um humano (sobretudo quando se contraria o que ele quer). Tudo num animal depende dos hábitos, da convivência, do treino (educação).
Um cão depende imenso (!) do que foi aprendendo na sua "infância": se foi desde "miúdo" habituado ao trânsito na rua, aceita. Se foi habituado a andar de automóvel, aceita. Etc., etc. Vá agora o João Miguel tentar incutir isso (e outras coisas, muitas, como os hábitos de higiene, p.e.x) a um cão adulto e ainda por cima num andar...
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De Carlos Gilbert a 27.11.2013 às 12:42

Obviamente que o que digo depende muito das circunstâncias (idade do animal, raça, temperamento, etc.) e cada caso é um caso.
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De eva lima a 27.11.2013 às 12:22

Também tenho 4 filhos, 1 cão, 1 gata e um coelho anão e , confesso, não muita paciência.
Cá em casa quase sempre tivemos 1 cão, o primeio foi uma rafeira encontrada atropelada (com cerca dum ano e viveu connosco 11 anos), foi o cão com o amor mais incondicional, suportava todas as tropelias das crianças, por vezes escondia-se delas quando já não aguentava.
Depois da sua morte tornámo-nos família de acolhimento de cães-guia, labradores retriever, raça que aconselho, embora sejam granditos têm uma doçura, vontade de agradar ao dono e inteligência que facilita muito o treino básico.
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De Romina Salsa a 27.11.2013 às 11:43

João.
A sua preocupalção é legitima. Mas como já foi dito existem cães para adoptar de todas as idades. Se bem que se a familia se " apaixonar " por um cão já mais crescido, podem sempre contar com os conselhos dos tratadores ou das familias de acolhimento, pois eles melhor do que ninguém conhecem a personalidade dos " seus " cães.
Mas tenha em atenção que cada cão tem a sua personalidade e até mesmo um cão criado por si, poderá ter um " pequeno Marley " no seu interior.
Mas os animais são como as pessoas, nada como o carinho, a amizade e a atenção de ambas as partes para um relacionamento feliz .
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De Anónimo a 27.11.2013 às 11:36

Tenho uma cadela com 15 anos e um filho com 14. Ela veio para nossa casa com 3 meses e teve aulas de obediência, agility e tuditudo. Um cão é um cão e tudo pode acontecer. Quando os meus filhos eram bebés nunca, nunca os deixei sozinhos com a cadela. Se eu ía tomar banho, os miúdos vinham apanhar vapores que só lhes fazia bem.... eu confiava nela mas nunca me esqueci que "acidentes acontecem". Os meus filhos aprenderam (às vezes porque ela lhes mostrou) que não se mexe num cão que está a comer e que não se acorda um cão que está a dormir.
Não vejo diferença (em risco) entre adoptar bebé ou adulto. A minha cadela está na recta final e já decidi que, a ter outro cão, vou buscá-lo adulto: terei mais facilidade em avaliar a sua personalidade, se é um cão equilibrado, medroso, excitado, agressivo.
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De Sandra B a 27.11.2013 às 14:58

Concordo com tudo escrito pelo "anónimo" das 11.36. Tenho 38 anos e sempre tive cães, para mim, fazem parte da família. Mas é preciso respeitá-los e não deixar as crianças "usá-los" como um brinquedo. Actualmente tenho 3 cães e 2 filhos, um com 12 e outro com 2 anos, e apesar dos cães serem muitos meigos, nunca deixei-os a sós, nem permito que os miúdos mexam neles enquanto comem.
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De Tânia Carraquico a 27.11.2013 às 11:35

Caro João,
Respondi ao seu post anterior sugerindo-lhe um cão de raça labrador e mantenho a minha escolha. Não sou grande expert em matéria de cães e apenas lhe posso dar um pouco da minha experiência pessoal. Vivi parte da minha vida com pânico (não é medo, é pânico) de cães. Se visse um na rua atravessava para o outro lado, ou ficava congelada sem me conseguir mexer. O meu marido, pelo contrário, amava cães... por isso em nome do amor, no nosso primeiro natal juntos ofereci-lhe um labrador, com dois meses. Levei um ano antes a decidir-me. Queria adoptar, porque acho que comprar um cão quando tantos precisam de um lar e de amor e carinho não faz muito sentido. Mas ao fim de ler tudo e mais alguma coisa não me conseguia decidir. Porquê? porque há argumentos em ambos os sentidos. Há quem ache que são melhores os de raça, ou quem ache que os rafeiros são iguais ou melhores. Mas no fundo, concluí eu, seria uma questão de sorte. Podia ir buscar um rafeiro e correr bem... ou não. E eu não podia arriscar! Era uma pessoa a tentar ultrapassar o meu próprio medo. Trazer para minha casa um animal com o qual eu tinha de aprender a lidar e gostar. Não podia arriscar. Optei por trazer um labrador, puro, em bebé. Não me arrenpendo nada. Mudou a minha maneira de ser e de estar na vida. Actualmente tenho dois e gosto de todos os cães, de raça ou rafeiros. Se pudesse tinha uma quinta para salvar imensos que andam por aí à fome e ao frio e sem carinho e tinha mais não sei quantos labradores. Tudo isto para lhe dizer o que aprendi entretanto: se a pessoa estiver segura de si e de que realmente quer passar por esta experiência, tanto faz se é rafeiro ou se é de raça, porque muito do que o cão vem a ser vai depender da forma como é recebido e integrado na família, das regras e do tempo que lhe dedicam. Infelizmente nos dias que correm há também já nas várias associações imensos cães de raça para adoptar, caso seja essa a opção. Quanto a ser cachorro ou cão adulto, é claro que os cães mais novos são muito engraçados, podemos ensiná-los e criá-los como queremos. Mas há também o outro lado, roem-nos as coisas, demoram a aprender, fazem mil e uma tropelias (que nuns dias nos rimos, noutros vamos à lua...) e não é certo que tenham mais paciência para crianças, pois eles próprios são crianças , precisam de tempo, paciência, regras e treino. Depois deste testamento, um conselho mais prático, antes de adoptarem vão em família (ao canil, a uma associação ou criador, se optarem por comprar), observem vários cães, o temperamento... se são mais mexidos, mais activos, ou mais passivos e meiguinhos... e tentem sentir qual se adequa mais ao vosso estilo de vida particular. Mas não resista mais João. Vai ser uma grande mais-valia na vossa vida familiar, isso lhe garanto!

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