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Os miúdos, dotados de uma memória selectiva e, aos nossos olhos, bastante aleatória, recordam-se das coisas mais bizarras. Ontem à noite, o Gui não se calava com o aniversário do seu Leãozinho (um dos seus peluches favoritos):
- O Leãozinho faz hoje anos! Temos de lhe cantar os parabéns!
Eu não estava a perceber nada daquela conversa. Por que raio é que o Leãozinho fazia anos? Afinal, quem ontem fazia anos era a minha mãe. O que é que o peluche tinha a ver com isso? O Gui explicou:
- O Leãozinho faz anos no mesmo dia da avó Orquídea! Temos de lhe cantar os parabéns!
E, de repente, aquilo lembrou-me qualquer coisa. Decidi, então, ir aos arquivos do blogue investigar o que tinha acontecido no dia 8 de Janeiro de 2013. E não é que o puto tinha razão? Lá estava um post escrito pela Teresa, com o Gui a soprar as velas ao Leãozinho, na altura a comemorar o seu "quarto aniversário".
Aqui está a foto de há um ano para o provar:
Assim sendo, havia que cumprir a tradição que essa cabeça de vento chamada Guilherme Mendonça Tavares estranhamente preservara na memória. E assim foi: vestido, por mais um acaso do destino, exactamente com o mesmo pijama e o mesmo robe de 2013, acabámos a noite a cantar os parabéns e a soprar as velas ao Leãozinho.
Foi um quinto aniversário bonito e bem festejado, até porque as velas eram daquelas irritantes, que só se apagavam ao fim de 58 sopros. Suponho que para o ano haja mais.
Depois de ir deitar o Gui, fiquei a pensar em Italo Calvino e num conto de As Cidades Invisíveis sobre uma cidade cheia de fios, que assinalavam as relações entre os seus habitantes e que se enredavam das mais diversas formas, causando acidentes que acabavam por revelar sentidos surprendentes e lembranças inesperadas. Como - quem sabe? - o aniversário de um leãozinho.