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Eu tenho alguns problemas com certos exercícios de Português (e às vezes até de Matemática) dos meus filhos. Acho frequentemente que as perguntas estão mal formuladas ou são de interpretação mais do que dúbia.
Ontem, a Carolina estava a fazer uma ficha baseada num conto de João Aguiar, em que uma pergunta parecia de resposta fechada mas que eu só conseguia entender minimamente se ela fosse de resposta aberta, na medida em que não descobri nada no texto original que nos ajudasse a saber quem era o tal "senhor de bata branca". Então disse à Carolina, já sem grande paciência para aquilo: "Olha, inventa." E ela levou a minha sugestão tão à letra que respondeu isto:
"Eu acho que é um médico porque eles estão sempre de bata branca e porque o meu pai disse que era para inventarmos."
Ora embrulha. Suponho que não vá restar nada do meu prestígio pedagógico depois da professora ler o TPC da minha filha. Mas a verdade é que: 1) eu disse aquilo; 2) inventar em vez de deixar uma resposta em branco é um dos melhores conselhos que lhe posso dar na sua vida escolar (já para não falar na própria vida, sem o escolar).
Portanto, para meu grande azar, ficou mesmo assim. Eu passo vergonhas, mas a sinceridade ganhou o dia.