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Rita cherry picking

por João Miguel Tavares, em 30.06.13
E depois do banho, a apanha da cereja. Depois da Urra (concelho de Portalegre), os Montes da Senhora (concelho de Proença-a-Nova). Acabei de receber mais esta fotografia, ainda dentro da linha "olha o que estás a perder", referida no post anterior. A verdade é que tenho sempre a sensação de que os meus filhos se divertem imenso quando estão sozinhos com a mãe. Há que fazer isto mais vezes. Para bem das crianças, claro.


publicado às 17:43


Miss Rita at the pool

por João Miguel Tavares, em 30.06.13
Depois de na semana passada ter sido eu a ir depositar os filhos ao Alentejo, coube agora à Teresa ir buscá-los. Eu fiquei em Lisboa a trabalhar (versão minha)/ a descansar (versão da excelentíssima esposa). E como sempre acontece nas raras ocasiões em que a família se divide, já fui inundado de fotografias vingativas, do género: "ai quiseste ficar em Lisboa?, repara no que estás a perder, palhaço". E aquilo que eu perdi desta vez foi o primeiro banho de piscina da Rita, como podem verificar em baixo. Snif, snif.

A primeira foto captura-a em pose de estrela de Hollywood, a fingir uma falsa naturalidade, preferindo fixar o fora de campo em vez da câmara, como quem diz: "há mais na minha vida para além do brilho dos holofotes". Reparem também na subtileza do product placement dos boiões de fruta da Compal, uma das suas sobremesas de eleição, ao mesmo tempo que enverga um fato de banho do estúdio de cinema com o qual mantém relações privilegiadas. Tudo é pensado até ao mínimo detalhe, como só os grandes profissionais do star system são capazes de fazer:


A segunda foto captura-a em pose de estrela de Hollywood a simular uma comunhão com os elementos telúricos da natureza, como quem diz "sou uma mulher linda, mas ainda assim simples", um clássico da temática bucólica característica do Romantismo:


Apesar da indesmentível sofisticação dos enquadramento, peço desculpa pela miserável qualidade das fotos. Tal deveu-se ao facto de ter manifestamente faltado à equipa o apoio técnico do gajo que é o responsável pelos ALCTB (Aparelhos que Lá em Casa Têm Botõezinhos), e que conseguiria com certeza, e sem grande esforço, retirar do equipamento uma definição superior à dos telemóveis de 1998.

publicado às 13:19


Peço desculpa, senhora filha

por João Miguel Tavares, em 29.06.13
Na semana passada os dois filhos mais velhos estiveram em casa dos avós paternos, no Alentejo. A Carolina, vá-se lá saber porquê, viu-me com o meu novo look de Verão no Governo Sombra (que passa às 11 da noite, mas tentemos esquecer esse pormenor - sobretudo porque a minha mãe, quando eu tinha a idade dela, me obrigava a ir para a cama religiosamente às 21 horas).

Ó pra mim tão lindo

Bom, mas o que interessa para aqui é que às tantas apita o meu telemóvel, com a seguinte mensagem vinda da Carolina: "Tu cortaste o cabelo sem a minha autorização?" Pumba. Assim. Só isto. Parece que me esqueci de enviar o requerimento de desbaste capilar para despacho à minha gestora de imagem. Que eu nem sequer sabia que existia.

Um grande "oh, oh", é o que é. A minha filha só tem nove anos e já está igual à mãe. Todas me detestam ver com o cabelo pequeno. Eu até percebo: quanto mais pêlo e cabelo a taparem-me a fronha feia mais bonito fica o mundo. Mas podiam ao menos disfarçar. Um bocadinho, vá.

publicado às 21:00


Contra a depressão

por João Miguel Tavares, em 27.06.13
Para chamar a atenção para os problemas da depressão, uma agência de publicidade de Singapura teve esta ideia extraordinária, em que a inversão de uma mensagem de felicidade revela aquilo que está escondido. Há mais anúncios em forma de ambigrama além deste que aqui fica retratado, mas nenhum outro é tão eficaz. Genial.


A mensagem da campanha é: "The signs are there if you read them. Help us save a life before it's too late." Acho que qualquer um de nós, infelizmente, se pode identificar com ela.

Mais detalhes aqui.

publicado às 11:05


Os arquivos do Gui

por João Miguel Tavares, em 26.06.13
E por falar no Gui, ontem ele chegou orgulhosíssimo a casa com o seu dossiê dos trabalhos que fez na escola durante todo o ano lectivo. Eu e a Teresa tivemos de amochar 40 minutos no sofá enquanto víamos cada trabalho um a um, devidamente comentado, com reflexões elaborados sobre o conteúdo e as técnicas utilizadas. De entre os trabalhos que me dizem respeito, estes são os meus favoritos.

Eis como o Gui me descreveu à sua professora:


Gosto sobretudo da parte de eu ser giro e magro. E este é um incrível desenho a carvão da minha pessoa. Ó pra mim tão lindo:


publicado às 10:33


Querida, estiquei os miúdos

por João Miguel Tavares, em 26.06.13
Vocês já alguma vez foram invadidos pela sensação de o vosso filho ter crescido durante a noite? Há sempre aquela ideia de que nós, porque passamos a vida ao seu lado, não notamos que eles crescem a não ser pela roupa que vai deixando de servir. Mas hoje de manhã olhei para o Gui e ia jurar que alguém entrou no seu quarto enquanto todos dormiam, puxou-lhe pela cabeça e pelos pés, e ele já não voltou ao normal. Hoje de manhã olhei para ele e estava um trinca-espinhas com mais dois centímetros (pelo menos), um ponto de exclamação virado do avesso, com as suas perninhas muito altas e da largura do meu pulso.

Bom, mas também é verdade que acordei às quatro e meia da manhã. Posso perfeitamente estar a alucinar.


publicado às 10:07


O ballet da Rita

por Teresa Mendonça, em 25.06.13
Como infelizmente a Rita não pôde ir ver os Monstros (só porque não deixam menores de três anos assistir a sessões de cinema no ECI, o que é uma verdadeira injustiça, no caso da nossa mini-cinéfila), lá foi obrigada a ficar em casa. Mas também teve direito à sua sessão de diversão.

A minha irmã mais nova, que vive na Irlanda, emprestou-nos este fantástico bouncer, muito popular por lá, mas até agora a Ritinha não sabia aproveitar as suas potencialidades e limitava-se a baloiçar para um lado e para o outro ao ritmo dos nossos empurrões. Padecendo de uma rara preguicite aguda, a menina Rita é mais dada a boleias de adultos do que a esforçar-se por se deslocar sozinha, e por isso, sempre que baloiçava no bouncer, não se dava ao trabalho de pôr os pés no chão para dar os seus próprios impulsos.

Mas isso acabou este fim-de-semana, e agora é vê-la num autêntico ballet, com os seus delicados pés a fazer toda a espécie de pliés, enquanto vai praticando a sua algaraviada de bebé reguila.

Un...

...deux...

...trois!

publicado às 08:56


Três exames e uma ida à Universidade

por Teresa Mendonça, em 25.06.13
Este sábado, depois de uma radical entrega de cintos de taekwondo (com três horas de demonstrações de esgrima lusitana, sequências de taekwondo e exames de cinto preto capazes de roubar um enérgico kihap ao mais molenga ser vivo do universo), os nossos fantásticos taekwondistas voltaram para casa em perfeita harmonia de cinturas: agora temos um cinto verde, um cinto camuflado e um cinto verde-Tiny Tiger (por ordem decrescente de graduação e idades) a enriquecer o agregado familiar.


É claro que, terminada a cerimónia, cada um comentava no carro o que mais os marcou, de acordo com as suas personalidades: a Carolina sonhava alto como irá ser fantástico o seu exame de cinto preto; o Tomás lamentava a sorte da senhorita que quase desmaiou em pleno exame, tal era a intensidade dos exercícios e da ansiedade, apesar de ser uma exímia praticante desta arte marcial;  já o Gui não parava de se admirar no vidro do carro com a sua fantástica faixa para a cabeça, a que só os Tiny Tigers tiveram direito, e que ele há tantos meses ansiava e já tantas vezes fantasiara com os mais variados materiais.

Para festejar com pompa e circunstância fomos directamente para o cinema ver o Monstros: A Universidade e, para não destoar, em vez de pipocas levámos hosomakis e nigiris de salmão para matar a fome. As expectativas eram altíssimas, pois os Mendonça Tavares pertencem aos milhões de fãs da Pixar, mas apesar de ser difícil não saber a pouco e de não haver no filme nenhuma nova personagem à altura da inesquecível Boo, a improvável amizade dos simpáticos Mike e Sulley fez-nos ganhar o dia.


publicado às 08:44


Exploração infantil

por João Miguel Tavares, em 24.06.13
Vários problemas logísticos ocorridos no dia de hoje (poupo-vos aos pormenores) obrigaram a D. Rita a ir parar ao meu trabalho, de forma a afundar mais um bocadinho a produtividade nacional. De qualquer forma, foi uma presença marcante e cheia de estilo, embora ligeiramente macambúzia. Guardou os sorrisos todos para si, mas em nenhum momento lhe deu para as birras, o que já não é mau. Foi uma menina pacífica e antipática, exactamente como o pai. Aqui está ela no seu posto de trabalho a ouvir Seu Jorge:


E aqui está ela a mostrar o seu desagrado pela minha demora em sair da Time Out, com o típico olhar de Bambi, que faz sempre imenso sucesso:


publicado às 21:44


As certezas do brilhante amor

por João Miguel Tavares, em 24.06.13
José Carlos Fernandes

Eis o meu texto de ontem na revista do CM:

O recente debate sobre a co-adopção permitiu que nos confrontássemos com os nossos valores mais profundos: o que é uma família?, o que entendemos por “lei natural”?, qual o verdadeiro interesse superior da criança? São questões fundamentais, que merecem uma boa discussão. E por isso nesse debate eu estive – e estou – convictamente do lado da aprovação da lei, que me parece um caso elementar de direitos humanos, valorizando relações afectivas já existentes em detrimento de preconceitos antinatura.

Este não é o local certo para avançar com demorados argumentos filosóficos e políticos, mas é o sítio certo para reflectir sobre a perplexidade que sempre me acompanhou ao longo deste debate: ver os opositores da co-adopção por homossexuais defenderem, com absoluta certeza, que a família perfeita – a única, no seu entender, que assegura o crescimento equilibrado de uma criança – é aquela que replica a estrutura da família tradicional, sugerindo que tudo o que se afasta desse cânone é disfuncional ou, pelo menos, desaconselhável.

Como por esta altura o caro leitor já saberá, encontrar uma família mais tradicional do que a minha não é tarefa fácil. Eu não só sou um monogâmico praticante com quatro filhos, como namoro com a mesma mulher desde 1992, tinha eu uns ridículos 18 anos e ela nem isso. Mas o facto de me ter casado com a minha primeira namorada, e de até hoje me considerar muito feliz com essa decisão, não me faz andar por aí a pregar que esse é o único, nem necessariamente o melhor, caminho para a felicidade.

O orgulho que sinto pela minha família, e a felicidade que, apesar de inúmeras confusões e frustrações, sinto no seio dela, dá-me para a gratidão – não para a imposição. Eu agradeço a todos os santinhos a imensa sorte que tive, mas não me passa pela cabeça achar que existe uma fórmula fechada para se construir uma família equilibrada ou que as certezas sobre o meu mais brilhante amor são facilmente extrapoláveis.

Nós vivemos ainda numa extraordinária ignorância sobre o funcionamento da nossa cabeça e sobre a matéria de que são feitos os nossos sentimentos. E por isso, tenho para mim que a atitude mais sábia é manter uma permanente modéstia e seguir o conselho de Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres.” Este deveria ser o primeiro artigo de todas as leis da República. E esta é a única certeza que aqui deixo.

publicado às 08:49

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Os livros do pai


Onde o pai fala de assuntos sérios



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