por João Miguel Tavares, em 29.01.13
Um leitor pediu para saber como se chama o hotel das Penhas Douradas onde nós ficámos de domingo para segunda. Chama-se simplesmente
Casa das Penhas Douradas. O nome pode não ser muito original, mas o espaço é - e muito. Nós encontrámo-lo ao pesquisar na net, adorámos as imagens, e na verdade só conseguimos quarto nesta altura do ano porque fugimos à sexta e ao sábado.
Chegámos por volta das 19 horas de domingo, já noite cerrada e um frio de rachar, e a entrada parece escavada no meio da rocha, o que dá aquele ar de casinha de chocolate encontrada por acaso no meio da floresta, com a vantagem de não haver bruxas lá dentro. Pelo contrário: atendimento cinco estrelas, com a mistura certa de familiaridade e profissionalismo. Para mais - coincidência das coincidências -, os donos do espaço são também os responsáveis pelo desenvolvimento de uma marca portuguesa que a Teresa adora: a
Burel.
A Burel abriu no ano passado (se não estou em erro) uma loja no Chiado (Rua Serpa Pinto 15B), e ela tem vindo a trilhar o caminho mais interessante dos produtos portugueses, aliando a preservação dos métodos artesanais dos lanifícios de Manteigas (onde têm um fábrica) com um design contemporâneo. Os resultados são magníficos e estão espalhados por todo o hotel.
É esse nível de detalhe que coloca a Casa das Penhas Douradas num patamar muito elevado, e que justifica os seus preços, que não são baratos. Como nós somos uma família numerosa, tivemos de reservar dois quartos contíguos, a 120 euros cada (havia uma suite a 190 euros, onde cabíamos todos, mas estava ocupada). O pequeno-almoço está incluído (além de fruta, sumos e queijos ao longo de todo o dia), mas a esse valor convém somar o jantar, porque ninguém vai sair dali à noite para ir comer a outro lado (a não ser que se goste muito de descer e subir uma serra gelada, escura como breu e com estradas mais estreitas do que a cintura da Naomi Campbell). O preço do jantar é de 30 euros para adultos e de 10 euros para as crianças. Mas, mais uma vez, o preço está justificado: a cozinha tem a consultadoria do chef Luís Baena e posso garantir que comemos à grande e com um nível de requinte que não se está à espera de encontrar no meio do nada, a 1500 metros de altitude.
Resumindo, em apenas duas palavras: altamente recomendável.
À hora de deitar, tínhamos um presente à espera no quarto
O banho matinal do Tomás e do Gui. Não se tem disto todos os dias...