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Diálogos em família #34

por João Miguel Tavares, em 10.02.14

- Hoje é o dia do teu teste de matemática, Carolina?

- Sim.

- O que é que tens andado a fazer nas aulas?

- Temos andado a treinar contas de multiplicar, contas de dividir e também temos feito algumas transformações.

- Carolina.

- Sim, Gui.

- Tu consegue transformar um carro num boi?

publicado às 09:27


Diálogos em família #33

por João Miguel Tavares, em 27.01.14

 

- Papá, tens de falar com a mamã.

- O que é que se passa, Tomás?

- Já não tenho idade para usar roupa interior com ursinhos.

- Mas isso nem se vê, Tomás.

- Já não tenho idade, papá.

- Hum, ok. Vamos falar com a mamã.

(...)

- Aqui o Tomás diz que já não tem idade para usar roupa interior com ursinhos.

- Eu sei, Tomás. Mas eu só te mandei essa roupa para a natação, não para a escola.

- De qualquer forma, se puderes passar essa roupa interior para o Gui, era bom. Ele não se importa. E eu já não tenho idade para usar roupa interior com ursinhos.

- Está bem, Tomás, vamos fazer isso.

publicado às 10:20


Diálogos em família #32

por João Miguel Tavares, em 18.01.14

- Papá, tu tens filhos favoritos?

- Tenho, Carolina.

- Quantos?

- Quatro.

publicado às 14:34


Diálogos em família #31

por João Miguel Tavares, em 12.01.14

- Meninos, vamos para o quarto escolher alguns brinquedos para dar a quem precisa, ok? Olhem aqui esta pistola. De quem é que é esta pistola?

- É minha, mamã.

- Gui, podemos dar esta pistola?

- Sim. Mas ela não dispara.

- Porquê?

- Não tem pilhas.

- Não a podemos dar assim, Gui. Temos de pôr umas pilhas novas primeiro.

- Ó mamã, mas com pilhas novas eu já não a quero dar!

publicado às 22:10


Diálogos em família #30

por João Miguel Tavares, em 05.01.14

- Papá, tu acreditas no pudismo?

- No quê, Carolina?

- No pudismo. Eu vi na televisão que eles acreditam na reencarnação, e que quando uma pessoa morre depois volta num outro corpo. E se tu te cruzares com ela na rua, vais ter a sensação de que já a conheceste.

- Deves querer dizer budismo, Carolina.

- Sim, isso, o budismo. Acreditas?

- Bom, na nossa cultura cristã, nós acreditamos antes que as pessoas quando morrem vão para o céu.

- Eu acredito nas duas coisas. Acho que as pessoas boas, como a tia Armanda, deviam voltar outra vez.

- Sim, mas para acreditares nas duas coisas só se criares a tua própria religião.

- A tia Armanda era muito boa, mas também tinha os seus defeitos, não era, papá?

- Como todas as pessoas.

- Então, a parte dela que era um bocadinho má ia para o céu, para aprender a ser boa junto de Deus. E a parte boa reencarnava e voltava outra vez para a terra. O que é que achas?

- Parece-me bem, Carolina.

publicado às 23:41


Diálogos em família #29

por João Miguel Tavares, em 19.12.13

- Papá, nós podemos ter várias profissões?

- Porque é que perguntas isso, Gui?

- Porque eu quero ser médico de pessoas, médicos de animais e motorista de táxi.

- Isso ia ser uma canseira.

- Não. No primeiro dia eu era médico de pessoas, no segundo dia era motorista de táxi e no terceiro era médico de animais. Assim não me cansava muito.

publicado às 11:02


Diálogos em família #28

por João Miguel Tavares, em 12.12.13

- Papá, eu vou dizer-te onde é que tu ganhas à mamã.

- Eu ganho à mamã nalguma coisa? Isso é fantástico, Gui.

- Tu ganhas à mamã no ser muito engraçado. A mamã ganha-te nos miminhos.

 

publicado às 14:29


Diálogos em família #27

por João Miguel Tavares, em 27.11.13

- Vou pôr o meu dente debaixo da almofada, papá.

- Ó Carolina, mas se tu dizes que já não acreditas na fadinha dos dentes...

- Não se trata de não acreditar. Eu tenho provas de que ela não existe.

- Então sabes como é: quando se deixa de acreditar na fada dos dentes, ela também deixa de acreditar em nós, e já não aparece à noite.

- Papá, é o meu primeiro pré-molar!

- E então?

- Então, a mamã disse que ela aparecia na mesma.

- Ai sim?

- Sim. Eu ainda sou uma criança, papá.

- Ok, e então quando é que na tua opinião a fada pode deixar de aparecer?

- Quando eu fizer 18 anos e me tornar independente.

 

 

publicado às 11:00


Carolina, a pragmática (diálogos em família #27)

por João Miguel Tavares, em 23.11.13

- Tu tens de gostar dos teus manos, Carolina, tens de ficar feliz quando eles estão felizes e sacrificar-te por eles quando vês que precisam de ti.

- (...)

- Se o Tomás caísse para um poço tu não mergulhavas para o salvar?

- Não.

- Não?!?

- Claro que não. Se ele caísse para um poço eu não iria conseguir salvá-lo. Se saltasse, em vez de morrer só um, morríamos os dois.

- Ah, ok. E se fosse para uma piscina?

- Para uma piscina saltava.

publicado às 16:21


Diálogos em família #26

por João Miguel Tavares, em 20.11.13

- Onde é que vamos, papá?

- Vamos ao dentista, Gui.

- Ao dentista dos dentes?

publicado às 17:28



Os livros do pai


Onde o pai fala de assuntos sérios



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