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Uma família 1991-2012

por João Miguel Tavares, em 08.01.14

Da mesma forma que a reconstituição de fotos antigas não é uma novidade, também não o são estes conjuntos de imagens anuais. Mas, mais uma vez, os resultados são irresistíveis.

 

Nesta caso, foi o fotógrafo Zed Nelson quem convenceu um casal amigo a deixar-se fotografar anualmente desde o nascimento do seu primeiro filho. Vinte anos depois, o resultado de conjunto é maravilhoso. Eu também quero!

 

1991

 

 

1992

 

 

1993

 

 

1994

 

 

1995

 

 

1996

 

 

1997

 

 

1998

 

 

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2000

 

 

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2009

 

 

2010

 

 

2011

 

2012

publicado às 11:00


Para o João

por Teresa Mendonça, em 18.12.13

publicado às 12:34


Para quem vai a última fatia de pizza?

por João Miguel Tavares, em 17.12.13

A Teresa Cruzeiro vive em Espanha e enviou-me via Facebook um anúncio que ela acabara de ver na televisão:

 

 

E a acompanhá-lo vinha a seguinte mensagem:

 

Vivo em Espanha e ontem vi este anúncio na TV e lembrei-me do seu post sobre os sacrifícios familiares... Talvez o anúncio esteja a estereotipar o papel das mulheres-mães. Eu ainda não tenho filhos, mas talvez seja uma coisa de mães - meter a felicidade dos filhos em primeiro lugar... Isso deixa para o homem-pai a "tarefa" de colocar a felicidade da relação (marido-mulher) em primeiro lugar. Também é um trabalho bom...

 

Parece-me uma óptima observação por parte da Teresa - mas dentro do espírito "os homens precisam de mimo", mostra também que o papel dos homens na dinâmica familiar (aquilo a que chamou "a tarefa de colocar a felicidade da relação em primeiro lugar") é muito menos valorizado do que aquilo que merece.

 

Vocês deviam tratar-nos um bocadinho melhor, minhas senhoras. Mas vejam o vídeo, que vale a pena.

publicado às 14:46


Um gráfico que diz tudo

por João Miguel Tavares, em 21.11.13

No Público de hoje:

 

publicado às 15:00


Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho #2

por João Miguel Tavares, em 01.11.13

Deixem-me voltar ao tema da Bárbara Guimarães do Manuel Maria Carrilho, porque ele me interessa triplamente: como jornalista, como pai e marido, e como simples cidadão. Nos comentários ao post anterior, a leitora que assina como Infinitiva (01.11.2013 às 00:42) colocou a questão de uma forma com a qual concordo em absoluto:

 

Vamos a ver: se apresentaram uma queixa por violência doméstica, essa vai ser investigada e a justiça determinará se é justificada ou não. A violência doméstica é um CRIME, e denunciá-la a quem de direito não é nem pode ser considerada "tornar a coisa pública" [NR: um leitor anterior criticava Bárbara Guimarães por ter sido a primeira a falar nisso]. Aliás, é um crime público - "o que significa que o procedimento criminal não está dependente de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o conhecimento do crime, para que o Ministério Público promova o processo."

 

Sugerir que uma vítima de violência doméstica devia "esconder" a situação, não a "denunciando", para "defender os filhos" é contribuir para que o problema da violência doméstica não seja resolvido, é contribuir para a perpetuação da vergonha, do estigma, do preconceito.

 

Este caso levanta questões muito complexas, e ainda ontem escrevi um texto no jornal Público (o link fica aqui, mas o espaço de opinião é fechado, por isso é preciso pagar para ler) criticando a opção por não noticiar o caso. A direcção do jornal entende que uma queixa à polícia não é suficiente para justificar aquilo que é, manifestamente, uma violenta invasão da vida privada do casal. É um bom argumento, e um argumento respeitável (com o qual, aliás, concordaram a maior parte dos leitores que me escreveram, discordando de mim e concordando com a opção do jornal), só que este é um daqueles casos em que não há boas soluções. E não havendo boas soluções, e sendo uma questão que foi publicamente comentada por duas pessoas maiores de idade, acho que é dever dos media noticiá-la.

 

Se volto ao assunto é por vários leitores deste blogue identificarem as notícias acerca do tema - e por extensão o seu debate na esfera pública - como um "descer muito baixo", ou então reagirem com o clássico "mas o país não tem nada melhor para discutir?". Bom, suponho que haja sempre melhores coisas para discutir, mas o meu ponto é que esta é uma discussão muito importante.

 

O meu argumento é este: a entrada de uma queixa na polícia sobre violência doméstica dizendo respeito a uma figura pública e a um ex-político é notícia, da mesma forma que seria notícia se alguém apresentasse uma queixa na PJ contra Manuel Maria Carrilho por corrupção. Ambos são crimes públicos. O que há a fazer, nesse caso, é ouvir a outra parte, para que ela se possa defender.

 

No caso em apreço, surgiu um problema concreto: a outra parte (Manuel Maria Carrilho) respondeu de forma completamente descabelada à acusação, invadindo a esfera mais íntima de Bárbara Guimarães. O que fazer neste caso? A meu ver, noticiar. Não se pode ignorar as palavras de uma das partes, ainda que os media possam indirectamente servir de meio para efectuar uma vingança e tal possa vir a penalizar - como penalizou - Bárbara Guimarães, que se efectivamente tiver razão na sua queixa de violência doméstica é, assim, duplamente agredida.

 

É uma boa opção? Não é que seja uma boa opção. Mas é, na minha opinião, a melhor das más opções. É que não me parece haver forma de a opção pelo silêncio não ser encarada como uma defesa do "isso é lá com eles", ou do "isto é demasiado sujo para nós metermos as mãos". A meu ver, a questão da violência doméstica nunca deve ser encarada como "isso é um problema deles, eles que resolvam em família ou na pacatez da esquadra da polícia". Esta posição tem como consequência dar força ao algoz e enfraquecer a vítima.

 

Pode esta ser uma falsa acusação de Bárbara Guimarães? Pode, claro. Mas teoricamente tudo pode ser uma falsa acusação. Quantas notícias não deram em nada? Quantas acusações de corrupção morreram nos tribunais? Para aí 99%? E é por isso que os media não as noticiam? Não, os media continuam a noticiar, a correrem o risco de serem injustos, porque é esse o seu trabalho. Enquanto jornalistas temos a obrigação de ser o mais responsáveis possíveis, com certeza, daí a regra de se ouvir sempre as duas partes, de se estar na posse, sempre que possível, de informação fundamentada, mas obviamente que os media não se substituem aos tribunais na atribuição de culpas.

 

A mediatização é um processo muito complexo, porque não é nunca possível controlar todos os seus efeitos. Mas também não é, de todo, óbvio, que Bárbara Guimarães, Manuel Maria Carrilho e respectivos filhos estejam todos eles pior hoje do que estavam há 15 dias, quando nada disto se sabia. E se nós vivemos num país onde a violência doméstica é um problema gigantesco, acho desadequado virarmos a cara para o lado quando a sordidez de um caso específico nos atinge directamente na cara.

 

Sim, não há quaisquer dúvidas que o caso é sórdido de mais. Mas qual é a melhor opção? Indignarmo-nos com as abstracções dos números e das estatísticas da violência doméstica (meu Deus, tantas agressões!) e fecharmos os olhos a um caso concreto quando ele nos entra pela casa dentro?

 

Eu sei que isto acaba invariavelmente no voyeurismo, nos abusos dos tablóides, nas perguntas à frente dos filhos sobre as alegadas tentativas de violação da mãe. Mas o caminho alternativo não é, nem pode ser, a não-notícia ou o não-comentário. É a investigação, é a reportagem, é o debate, é o cruzamento de opiniões, é a tentativa de saber mais, na medida em que estamos a falar de uma questão importantíssima e de um problema que, emanando da esfera privada, é da sociedade como um todo. E um problema que a sociedade deve ter a coragem de enfrentar, analisar, ponderar e combater. Mas nunca silenciar.

 

publicado às 11:17


Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho

por João Miguel Tavares, em 29.10.13

Diante de casos como o de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho há muita gente que torce o nariz e diz: "isto é vida privada". Sim, é vida privada, só que neste momento há queixas na polícia (a própria violência doméstica é um crime público, o que significa que a denúncia pode ser apresentada por qualquer pessoa e a vítima não tem direito a retirar a queixa, mesmo que queira), há comunicados de imprensa, há entrevistas a jornais, e a consequência de tudo isso é o inevitável circo montado em torno da família.

 

Além disso, a linha entre vida pública e vida privada sempre foi bastante maleável no caso de Bárbara e Manuel Maria. Se bem se recordam, nos tempos em que Manuel Maria Carrilho tentava conquistar a câmara de Lisboa, ele não teve qualquer pudor em utilizar a imagem da família e do (então único) filho para carregar no glamour e procurar ganhar as eleições.

 

 

Ainda assim, e como é bastante visível, a linha entre vida pública e vida privada não é, para mim, nenhuma vaca sagrada - basta olhar para este blogue, onde passo o tempo todo a falar dos filhos e da mulher. Donde, posso eu ter alguma coisa a dizer sobre aquilo que se está a passar? Na verdade, diria imodestamente que sim, porque há formas muito diferentes de fazer as coisas - e é porque as coisas estão a ser tão horrorosamente feitas neste caso que ninguém neste momento fala de outra coisa em Portugal.

 

Eu sou perfeitamente a favor de dar visibilidade aos filhos e à família, e de eles terem um papel de relevo em termos públicos. Numa época em que cada vez menos gente tem filhos, e em que ser mãe, mas sobretudo ser pai, parece ter-se transformado numa actividade semi-underground, na medida em que os homens com intervenção pública respeitável (chamemos-lhe assim) praticamente não falam da paternidade por ser "vida privada", eu faço absoluta questão de falar dela - porque gosto e porque acho que é preciso.

 

Ter filhos, constituir família, e falar das suas alegrias e dificuldades não tem de ser um feudo de revistas pirosas. E o que eu sempre tentei, assim que comecei a escrever sobre esta coisa de ser pai e marido, foi encontrar um caminho alternativo (ambição não me falta, como vêem) de dar visibilidade aos filhos e ao amor de uma família sem ser em tons cor-de-rosa foleiros.

 

Contudo, é absolutamente necessário traçar a linha entre aquilo que é vida privada, e que no meu caso não tenho nenhum problema em tornar pública (pelo contrário, até o faço com orgulho), e aquilo que é vida íntima e deve ser cuidadosamente preservada.

 

O que é que isto tem a ver com Bárbara e Manuel Maria? Tem tudo. Porque o problema deste caso não está na invasão da vida privada mas na forma desbragada como Manuel Maria Carilho decidiu trespassar a vida íntima da família. Mesmo deixando de lado a questão da violência doméstica, da qual eu não faço ideia se é culpado ou inocente, ainda que Joana Varela (a sua primeira mulher) já tenha vindo publicamente solidarizar-se com Bárbara Guimarães, de uma coisa eu sei que ele é culpado, porque o vi com os meus olhos - das declarações inacreditáveis que fez sobre a sua mulher e a sua família.

 

Até pode ser que Bárbara Guimarães tome dezenas de comprimidos por dia, esteja traumatizada com a chegada dos 40, se tenha enchido de silicone e botox, consuma uma garrafeira diariamente e tenha sido vítima de tentativas de violação. Nada disto seria novo, acontece todos os dias com milhares de mulheres no mundo inteiro, está em muitos livros e em muitos filmes. O que é inacreditável é Manuel Maria Carrilho vir para a praça pública dizê-lo, apregoá-lo em voz alta, disparando sobre tudo o que mexe, num imparável frenesim vingativo.

 

Ainda que ele estivesse a ser injustamente acusado, fosse um homem encantador e a sua mulher tivesse enlouquecido, Manuel Maria Carrilho parece ter-se esquecido de dois pequenos detalhes - os seus dois filhos. Mesmo que tudo aquilo que ele diz sobre Bárbara Guimarães fosse absolutamente verdade (e tenho algumas dúvidas), os seus dois filhos não podiam ser expostos a acusações daquele calibre sobre a mãe que cuida deles e com quem vivem.

 

É por isso que a inacreditável frase da jornalista da Correio da Manhã TV nesta peça, dita à frente de um filho de nove anos - "o seu marido diz que o seu ex-padastro a tentava violar" -, não deveria só encher de vergonha a jornalista e o canal que a transmite, mas sim, e em primeiro lugar, o homem que possibilitou que essa pergunta fosse feita. E esse homem foi Manuel Maria Carrilho. É ele o autor da pergunta.

 

Que esse homem seja, ao mesmo tempo, um sofisticado intelectual e um homem cultíssimo apenas demonstra, para nosso desconsolo, aquilo que já sabíamos desde Auschwitz  - a cultura de nada serve quando faltam valores essenciais.

 

Bárbara Guimarães respondeu simplesmente à jornalista da CM TV: "Tenho aqui os meus filhos, por favor." E eu estarei sempre do lado de quem dá essa resposta. Independentemente do número de copos que beba à noite.

publicado às 10:57


Uma família é isto

por João Miguel Tavares, em 28.10.13

Uma família é isto:

 

 Partilhar os melhores momentos.


 

Ajudar quando é preciso.

 

Nunca deixar ninguém cair sozinho.

publicado às 10:59



Os livros do pai


Onde o pai fala de assuntos sérios



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