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A discriminação pela sinalética

por João Miguel Tavares, em 08.03.14

Achei curiosa esta notícia surgida no Público sobre a discriminação sexual dos sinais de trânsito. A abordagem é feita pelo lado da tese "porque é que a mulher não está representada nos sinais?", mas a mim sempre me pareceu bem mais interessante o contrário disso, ou seja, o modo como é tratada das poucas vezes em que ela está representada.

 

Não me chateia que uma figura de calças sirva como representação geral do ser humano. Chateia-me, isso sim, que quando a mulher é representada na sinalética é porque há, invariavelmente, crianças metidas ao barulho. As mulheres nunca são apenas mulheres (a não ser nos sinais clássicos de WC) - são sempre mães. Isso não é apenas apoucar o papel das mães. É também desmerecer o trabalho dos pais. É como meter os fraldários apenas dentro das casas de banho femininas. Então um homem não pode querer mudar o raio da fralda a um filho?

 

Nem por acaso, quando vinha a regressar de Paris, tirei estas duas fotos muito emblemáticas:

 

Aeroporto de Orly

 

 Aeroporto de Lisboa

 

Em França, pelos vistos, já se admite que seja um homem a mudar as fraldas. Em Portugal, numa casa de banho novinha em folha, na parte acabada de reabilitar do aeroporto da Portela, uma casa de banho familiar ainda tem a mãezinha a tomar conta dos meninos.

 

Nesta terra, a igualdade de género ainda tem um longo caminho a percorrer. Não pela ausência da representação da mulher nos sinais, lá está, mas sim pela forma preconceituosa como ela continua a ser representada.

publicado às 20:47


19 comentários

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De Teresa A. a 10.03.2014 às 13:34

Aproveito este post para pôr uma questao que há pelo menos 4 anos me coloco: como é possível aos pais e maes alfacinhas sobreviverem nos transportes públicos de Lisboa?
Já tentaram andar de Metro com um carrinho de bébé? Experimentem!

http://www.metrolisboa.pt/informacao/planear-a-viagem/diagrama/

Quase nao há estacoes com elevadores e eu nao me estou a ver a ir com um carrinho de bébé nas escadas rolantes!
Se tiverem sorte, há um elevador mas só numa direccao...
E é isto uma capital europeia.
O que mais me choca é que nem sequer em Sete Rios, onde se faz transbordo de comboio e autocarro e metro, é possível andar sem "esbarrar" em escadas.
Viva o apoio ao deficiente! É que eu, com um carrinho de bébé ou arrastando uma mala de 20 kgs, ainda encontro gente simpática que me dao uma ajudinha. Mas o que fazer quando se "vive" numa cadeira de rodas? Ou se é idoso e as pernas já nao conseguem subir lancos de escadas?

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