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Na quarta-feira, o Tomás escreveu na escola uma descrição da aldeia de Piódão, suponho que a partir de alguma fotografia que a professora tenha mostrado à turma na sala. À noite, disse-me, pela primeira vez, que tinha de passar o texto a limpo no computador. E assim fez.

 

Abri-lhe um documento Word, explique-lhe onde se apagava e se fazia parágrafos, e ele lá copiou o seu texto. No final, eu dei apenas alguma ajuda na formatação, num par de vírgulas e pontos finais e em duas ou três repetições de palavras, que pedi para ele tirar.

 

 

O texto, como se pode ver, não tem nada de especial - é uma descrição normalíssima de uma criança do terceiro ano (aquele 2.ºA é ainda o fantasma do ano lectivo anterior a falar). Mas, apesar de toda esta banal normalidade, vocês não podem imaginar o orgulho que o Tomás sentiu na transposição do manuscrito para o computador.

 

Quando viu a página impressa, acho que teve uma reacção semelhante à minha quando olhei para o primeiro texto assinado "João Miguel Tavares" no Diário de Notícias, em 1998. Género: "Eu fiz uma coisa importante!" À primeira ainda olhei para o Tomás com ar "what the fuck is he bragging about?", mas depois tentei emendar o desinteresse e acompanhá-lo na sua felicidade.

 

A verdade é que, muitas vezes, quando estamos mais desatentos, não percebemos como para eles pode ser completamente novo o que para nós é absolutamente banal. "A aldeia do Piódão" foi o primeiro texto que o Tomás escreveu e imprimiu em computador. Claro que era uma coisa importante para um menino aplicado como ele é - e uma chamada de atenção para um pai distraído como eu sou.

 

publicado às 16:01


12 comentários

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De Adriano França a 19.09.2014 às 22:16

Para mim para além da conquista de uma nova capacidade aprendida o que me cativou mais foi mesmo o próprio texto porque dá ênfase àquelas pequenas coisas que já ninguém parece reparar e na nossa sociedade damos muitas coisas como adquiridas sem pensar que por detrás de tudo o que temos à nossa disposição existe uma enorme evolução tecnológica que penso que neste momento está a ficar insuportável principalmente nas grandes cidades.
As nossas cidades deveriam ser mais verdes e inseridas na própria natureza mas o Homem tem o dom de destruir e esgotar os recursos naturais só se preocupando com o presente e com dinheiro sem pensar que tipo de planeta vamos deixar para os nossos filhos.
É realmente na simplicidade que deveria estar o nosso foco diário mas ao invés complicamos o que é fácil .
Penso que os nossos antepassados neste aspecto tinha uma melhor qualidade de vida.
Parabéns ao Tomás por conseguir ter uma clarividência que falta a alguns adultos.
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De ... a 19.09.2014 às 22:45

Idem. Confesso, isto não é o "banal" de composição de aluno da terceira classe. Curiosa para ver composições dele nos 12, 13 anos. Mesmo!! E não, não é o elogio do "wow, começou a andar com 10 meses 3 dias e meio", a verdade é que gostei mesmo do que ele evidenciou.

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