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Coitadinho do bracinho da Carolina

por João Miguel Tavares, em 31.01.14

Há dois dias ligaram da escola à Teresa e a Teresa ligou-me a mim: era preciso ir às Urgências da Estefânia fazer um raio X ao braço da Carolina. Uma turba de miúdos tinha caído em cima do seu braço esquerdo, numa daquelas brincadeiras parvas típicas da idade, e ela estava muito queixosa na zona do cotovelo.

 

A Teresa estava no hospital, onde há sempre gente que tem coisas mais graves do que braços amolgados, e lá tive de ir eu, que aqui por casa nunca se passa nada de particularmente estimulante. Ainda há pouco tempo dizia a alguém que eu tinha a sorte de nunca precisar de pôr os pés numa urgência, e pimba, ora embrulha que é para não te andares a armar em esperto.

 

No Hospital da Estefânia, fomos muito bem recebidos e muito rapidamente atendidos (parece que na Ortopedia não costuma haver filas de espera), tanto por funcionários como por uma médica, aliás bem gira (é incrível como só há médicas giras na minha vida - parece que vivo dentro de um episódio da Anatomia de Grey). Lá se lhe apertou o bracinho, lá se fez o raio X à menina, e lá se percebeu que aquilo era mais mariquice do que qualquer outra coisa, tendo eu contribuído involuntariamente para aumentar as estatísticas das falsas urgências. Gelo durantes dois ou três dias, um anti-inflamatório e tchauzinho.

 

Disse tchauzinho? Não deveria ter dito tchauzinho. Porque dentro da lógica cutchi-cutchi que hoje em dia impera em todas as relações adultos-crianças, a senhora doutora colocou um fio de gaze à volta do pescoço da Carolina e aconselhou o repouso do braço até domingo. Eu tive de conter o riso interior, mas a Carolina escutou naquele momento tudo o que queria ouvir - o braço ao peito durante cinco dias! Uma magnífica desculpa para ter pena de si própria e exibir o seu traumatismo aos coleguinhas da escola, que dela iriam ter tão dedicada pena...

 

E pronto, cá anda ela por casa com arzinho de estropiada, com respostas muito dolorosas sempre que lhe perguntamos como está. Aquele braço esquerdo, nota-se, é uma cena lancinante. Excepto... bom, excepto quando é preciso passar mais um nível ao Super Mario 3.

 

publicado às 09:45


10 comentários

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De Storyteller a 31.01.2014 às 10:13

As maravilhas das Drama Queens... Cá em casa também há uma dessas, com nove anos. Ainda outro dia, ouvi um choro compulsivo vindo da casa-de-banho, onde a minha Drama Queen estava a tomar banho. Fui a correr, a pensar que a rapariga tinha caído na banheira, que tinha levado com o chuveiro no alto da cabeça, que se teria entalado em alguma coisa. Ná! A criaturinha apenas tinha-se esquecido que me tinha pedido para não lavar o cabelo naquele dia e deu por si cheia de champô na cabeça!
Repito: Drama Queens no seu melhor!

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