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Dificuldades de aprendizagem

por João Miguel Tavares, em 28.10.14

Porque o PD4 também é dos seus leitores, fica aqui a partilha desta mãe, muito preocupada com as aparentes dificuldades de aprendizagem do seu segundo filho. O seu pedido de ajuda estava na caixa de comentários deste post, onde vários leitores já opinaram sobre o tema, mas aqui ele tem mais destaque e outras pessoas podem ajudar com dicas e palpites.

 

Se me permite vou deixar o meu "problema", quem sabe algum dos comentadores me ajude com as suas experiências de vida.


Tenho dois filhos. O mais velho (7.º ano) sempre foi bom aluno, estudioso e, verdade seja dita, nunca me deu problemas com a escola. Talvez seja este o problema, por eu "pensar" que seria assim com a segunda filha. Ela está agora no 2.º ano. Desde o ano passado que a professora me diz que "é distraída, faladora e desconcentrada" (noto isso também), que demora a entender os conceitos e ... que tenho de trabalhar muito com ela em casa.

 

Mas aqui está o problema. Eu sinto que não estou a conseguir contribuir para melhorar o seu desempenho e o (pouco) tempo que estou com ela à noite e aos fins de semana está a tornar-se num suplício. Tentar explicar-lhe matemática é para esquecer! Parece que não percebe mesmo...

 

O estranho (ou talvez não, já nem sei nada) é que é uma miúda inteligente, muito perspicaz, decora o sítio de tudo (se eu não souber de algo em casa, ela sabe de certeza), é responsável, faz a mochila e o saco da piscina sozinha, nunca se esquece de nada. Será que é mesmo "limitada" para a matemática? Como poderei ter a certeza?

 

Tudo me tem passado pela cabeça. Pô-la em explicações (coisa que sempre me pareceu absurdo no 2.º ano...), levá-la a um psicólogo para tentar avaliar a sua capacidade (se ela não tiver realmente capacidade, vou andar a massacrá-la?). Não sei mais o que fazer. Só sei que me sinto a falhar sempre que falo com a professora, que me diz que tenho de "trabalhar muito com ela". 

 

Eu faço o que posso, mas nunca é suficiente. Já não brincamos, já não saímos... Estou a ficar desesperada! Há alguém na mesma situação?

 

publicado às 16:37


49 comentários

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De Anónimo a 01.06.2018 às 20:07

Sei que já passaram uns aninhos desde este post, mas talvez ainda tenha algum contributo. Concordo e valorizo com todos os posts sobre a educação diferenciada e uma pedagogia que respeite o ritmo e o interesse de cada criança. O meu filho frequenta uma escola assim. Mas recomendo uma consulta de despite de Síndrome de Deficiência Postural. O meu filho fez e fiquei muito impressionada com os resultados. Finalmente percebo como uma criança inteligente e curiosa pode ter fraco rendimento na escola e como a dislexia e o SHDA podem ter um tratamento sem recorrer a fármacos nem aulas extras. http://www.master.com.pt/entrevista-com-dr.-orlando-alves-da-silva-0001-11-30
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De eduarda a 30.09.2016 às 11:13

encontro me numa situacao complicada o meu filho tem apenas 6 anos e ferquenta o segundo ano sempre foi um menino casmurro mas muitio educado com vontade de aprender antes de ferquentar a escola andou no infantario que ate ingles sabia e com 4 anos ja escrevia o seu nomegosta muito de aprender ele proprio me pede para fazer trabalhos mas acontece que no primeiro ano logo no inicio do ano letivo a a professora faltava imensas vezes e nao tendo professora para substituir eles eram dispersos por varias turmas fizemos queixa mas nada foi feito ouve situacoes em que pais viram a professora a colocar miudos de parte nas peças de teatro e chegando a confrontala as palavras dela foi nao sabe fazer nada mais vale estar quieto a mae desse menino apresentou queixa e disse que mudaria o filho de turma pode se dizer que a professora so nao beija o cu a essa mae porque porque , outra situacao de dizer perante a turma tu nao sabes nada..varias vezes fui chamada a escola porque o meu filho partiu os oculos ou porque lhe bateram subia a sala e deparava me com a professora a ler um livro para os alunos mas so alguns a estavam a ouvir pois os restantes andavam em pe a correr em clusive a saltar da mesa para a cadeira uma barulheira termenda fica boqueaberta com aquele aparato agora no segundo ano vieram os meus problemas comprei os livros logo no inicio quando vou entregar a professora ela diz me que ele nao precisa deles porque esta com o livro do primeiro ano porque o meu filho nao sabe nada nao sabe ler nao sabe escrever nem faz juncao de palavras fiquei parva nao sabe como assim ele em casa faz as coisas tem dificuldades tem desde o 1 ano em relacao aos colegas ta atrazado mas ate ao ponto de me dizer que nao sabe nada nem pintar disse que iria falar com o meu filho e assim fiz peguei nos livros do primeiro ano para puxar por ele e fui apagar tudo para ele voltar a fazer quando começo a desfulhar os mesmos fiquei chocada poço dizer que nada foi corrigido o meu filho nao respondia as peerguntas simplesmente as copiava as respostas escritas a mao pela professora outras estavam com o visto de certo mas estava tudo mal coloca certo e o texto cheio de erros ele fazia mal e assim ficava e ainda punha certo nas coisas a vermelho comfronteia com isso ao qual negou e disse que nao foi ela e que era mentira disse lhe que entao lhe iria mostrar as fotografias que tirei ao livro notei que ficou muito ATRAPALHADA E JUSTIFICANDO QUE O MEU FILHO NAO SABE NADA..O MEU FILHO SAI DA ESCOLA A 5 E MEIA CHEGA A CASA NEM 6 H SAO PORQUE MORAMOS A UM PE DA ESCOLA E ELE FICA ATE AS 8 HORAS A ESTUDAR NAO COMPREENDO COMO É POSSIVEL ME DIZER UMA COISA DESSAS SE EM CASA ELE JA LE NAO PERFEITO MAS VAI LENDO FAZ JUNCAO DAS PALAVRAS E ESCREVE O NOME DIREITINHO COMPLETO A DATA POR EXTENSO E MAIS FAZ O ABECEDARIO TODO SOZINHO...
NO DIA SEGUINTE PERGUNTEI COMO TINHA CORRIDO AS PALAVRAS DA PROFESSORA FOI NAO CONSIGO NAO SEI MAIS QUE FAZER ELE NAO SABE NADA MAS COM UM AR DE CHATEADA QUERO SEGUIR COM OS MIUDOS COM A METERIA DO SEGUNDO E NAO CONSIGO ACOMPANHAR O SEU AQUILO CAIU ME TAO MAL AO DIZER QUE ELE IA REPROVAR ESTE ANO E AINDA TAMOS NO INICIO .CHEGUEI A CASA IRRITADA POR EU PASSAR POR MENTIROSA COLOQUEI O MEU FILHO A ESCREVER O ABECEDARIO A LER FRASES E TEXTOS E FILMEIO AO MESMO TEMPO ELE TROUXE O CADERNO PARA CASA PRQUE OS LIVROS FICAM NA ESCOLA SO TRAZEM O ESTOJOS E AS FICHAS DE CASA ELE SEM QUERER COLOCOU NA MOCHILA GRACAS A DEUS PORQUE MAIS UMA VEZ EU ANDEI A CORRIGIR 20 FOLHAS CORRIGIDO PELA PROFESSORA E MAL CORRIGIDO COLOCA CERTO NOS TRABALHOS QUANDO ESTAO ERRADOS COM CORRIGE OS ERROS E O RESTO MAL FEITO HOJE TEREI AO FIM DA TARDE UMA REUNIAO COM O DIRETOR DA ESCOLA COM AS PROVAS DE QUE O MEU FILHO SABE FAZER AS COISAS ALGO ESTA MAL DENTRO DA SALA VOU EXIGIR QUE MUDE O MEU FILHO DE TURMA CASO NAO SEJA POSSIVEL DE ESCOLA TOU CANSADA EU E O MEU FILHO A REMAR EM DIRECCAO CERTA E PROFESSORA A FAZELO REMAR PARA TRAZ ASSIM NAO DA.

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De Ana Margarida a 17.06.2016 às 18:31

Olá a todos,

Tudo isto nos aconteceu na 1ª classe, a minha não é distraída depois de meses em psicólogos descobriram o problema défice de atenção-TDAH , não consegue se concentrar em nada, mais que 30 minutos, mas realmente só me apetecia bater nas pessoas que tiveram a ideia de tornar a primária na preparatória só porque os pais estão a trabalhar todo o dia.
Mesmo que eu fique uma hora e meia para fazermos juntas 3 exercícios sinto que esta época é muito difícil para as crianças e a educação escolar deixou de ter o lado humano, são como os frangos no aviário.
Pessoas famosas com defice de atenção:

Walt Disney, o inquieto fundador da Disneylândia
Will Smith, ator, produtor, rapper e “desatento”
Adam Levine
Steven Spielberg, Thomas Edson, Einstein, Leonardo da Vinci, Walt Disney, John Lenon, Louis Pasteur, Darcy Ribeiro

Há um equívoco comum: as pessoas acreditam que os portadores de TDAH se tornam distraídos demais para fazer qualquer coisa que seja. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Hoje, há cerca de 5 a 7% de adultos em média afetados pelo transtorno, variando um pouco de país para país. Incluídas nestas porcentagens, encontram-se algumas das pessoas mais influentes do mundo.

Isso mesmo. Alguns dos maiores filósofos, atletas e empresários de todos os tempos “sofrem” ou “sofreram” desta condição não tão rara. A verdade é que, quando as pessoas com TDAH são capazes de encontrar algo que lhes causam paixão, elas provavelmente se dedicam mais do que qualquer um. E exemplos não faltam…
O meu papel é ajudar a descobrir o que a "move" e ultrapassarmos esta escola chata,exigente,desumana - com apenas um satisfaz!
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De Anónimo a 05.08.2015 às 14:43

Olá, eu tenho um filho de 06 anos, ele é uma criança muito imperativa, aventureiro e que gosta muito de conversar e brincar.Ele não leva os estudos a sério, não presta atenção no que falamos quando estamos estudando, a turma dele (todos são mais novps do que ele a maioria com 4 anos) já sabe ler e escrever e ele ainda não sabe ler e escreve muito ruim.Além da escola particular, pago um reforço com uma professora muito boa, porém mesmo assim ele "não sai do canto" , não sei mais o que fazer, vou procurar um pisicologo, uma fonodiologa e neuro para saber se ele tem algum problema, sem contar que ele é muito sensivel, por tudo ele chora, aí vive chorando por que ele é muitooooo teimoso e eu tenho que reclamar toda hora.aff está muito dificil, eu mão estou sabendo lidar com meu proprio. Filho!
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De Anónimo a 29.10.2014 às 13:47

Boa tarde
Também tenho uma filha que anda no 2º ano e que é rotulada de distraída, conversadora, desconcentrada... e se já me chateei bastante com isso e com os TPC's, a verdade é que há bem pouco tempo tomei a decisão de parar! parar de a pressionar, parar de exigir o impossível, parar de querer que ela seja o que não é... sim é verdade que adora conversar o que fará dela uma adulta comunicadora, é verdade que é muito distraída porque tudo lhe dá curiosidade para explorar, é verdade que se desconcentra e aí estou a tentar ajudá-la de outra forma - conheci agora um projecto de filosofia para crianças e que irá começar a frequentar em breve. Deixei de me importar com os TPC's, pois eu não sou professora, sou apenas mãe e a minha função é compreende-la e ajudá-la naquilo que sei, não é de todo ensiná-la as matérias. O que também faço em casa é tentar de forma divertida (sempre oralmente e enquanto estamos a fazer coisas como tomar banho, ou comer, andar de carro) ajudar a compreender a matemática - invento problemas para ela resolver , procuramos sólidos geométricos pela casa, contamos pares e impares; tal como a português - já é ela que lê as histórias antes de dormir, inventamos frases com palavras-chave... enfim, tentamos trazer as disciplinas para o dia-a-dia para tornar as coisas mais interessantes e aprender a pensar! Acima de tudo acho que temos de nos divertir com eles, aproveitar o tempo e não nos preocuparmos tanto...
Tomar esta decisão já fez de mim e da minha filha pessoas mais felizes e tem estado a resultar!
É apenas a minha opinião enquanto mãe. Boa sorte e tudo de bom!
Cátia
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De Anónimo a 29.10.2014 às 14:04

Obrigada pela seu comentário.
Eu também tento fazer isso e ser "apenas" mãe. Mas depois tenho a professora a dizer-me que "tenho de puxar por ela, que a matéria é muita e que se não trabalharmos com eles em casa, eles não vão conseguir acompanhar tudo, em especial crianças que demorem mais tempo".
Saio da escola com vontade de ser mãe-professora, com vontade de ajudar a minha filha a apanhar o comboio e depois? Depois sinto-me frustrada porque não consigo, porque me zanguei com ela, porque gastamos (perdemos?) o nosso tempo (pouco tempo) juntas a estudar...
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De Cátia a 05.11.2014 às 10:48

Olá. Sou professora de filosofia e facilitadora de filosofia para crianças, embora não exerça de momento nehuma destas funções. Parecia que me estava a rever enquanto criança, sempre fui uma aluna razoável, muito boa a umas disciplinas e péssima a outras como as ciências exactas. Equanto professora da disciplina que em simultâneo consegue ser a mais entediante e/ou a mais interessante no ensino secundário(depende muito do professor) digo-lhe que, na minha humilde opinião fundamentada apenas pelas minhas experiências pessoal e profissional, está a fazer o que deve ser feito e prevejo resultados muito bons. Sempre transmiti uma visão muito prática da filsofia aos meus alunos, tentado abordar a matéria leccionado com exemplos do seu quotidiano, chamava-lhe "a vida em teoria", dizia-lhe que a filosofia era colocar nos livros tudo o que era vivido, pensado, sentido no quotidiano e que serviria para eles encontrarem o seu lugar no mundo, para perceberem quem são e do que gostam, falávamos de sair à noite, de namorar, do amor, das artes como a música que eles tanto gostam e assim se dava a filosofia. Espero honestamente que resulte e tenho pena que o sitema educativo formate e molde as crianças tolhando-lhes aquilo que faria delas (de nós) adultos criativos e criadores, empreendedores, mas é assim que se vive em sociedade civil infelizmente.
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De Ruben a 29.10.2014 às 12:28

Eu acho exagerado só pelo comentário apresentado, estar já a falar em psicólogos e medicação, e em diagnósticos de hiperatividade e dislexia.
Se o problema é na matemática, que é um problema muito comum, porque não tentar despertar o interesse pela matéria de outras formas? Uma pesquisa no google pode mostrar diversas formas de ensinar matemática de forma mais interessante e divertida do que a convencional leccionada na escola.

A partir do momento que uma criança (ou mesmo um adulto) passa a interessar-se e a dominar uma matéria, será bastante mais fácil a participação e a resolução dos problemas na escola, devendo reduzir o tal deficit de atenção.

De qualquer das formas acho que é preciso desdramatizar. A minha experiência diz-me que quanto mais entro em stress com o facto de a criança não perceber o que lhe explico ou não estar a tomar atenção, piores resultados obtenho. Muita das vezes é preciso uma pequena dose de manipulação para conseguir obter os resultados esperados, sem a criança se aperceber.

Outra sugestão é que não se frustre demasiado a criança, não se insista demasiado, pois se ela se aperceber que estamos a passar um atestado de burrice, ainda mais difícil vai ser lidar com assunto, e pode mesmo causar problemas de auto-estima.
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De Anónimo a 29.10.2014 às 14:01

Compreendo o seu comentário e é claro que não estou já a achar que "descobri o problema" da minha filha.
Antes fosse assim tão fácil!
Mas ler tais testemunhos e sugestões abriu-me a novas possibilidades e a querer saber se, de facto, há ou não, necessidade de um acompanhamento diferente.
Por isso, acho que a ideia do psicólogo, a melhor, no sentido de detectar algo ou, simplesmente (e espero que seja esta a hipótese), descansar-me e ajudar-me a lidar com a minha filha.
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De Conceição M. a 29.10.2014 às 18:19

Cara anónima
Ontem estive para comentar e acabei por não o fazer - hoje vou "mandar o meu bitaite".
Ponto 1 - não desespere!
Ponto 2 - a sua menina terá à volta de 7 anos, certo?
Ponto 3 - há vários fatores sempre a ponderar.
Quando a minha filha entrou para o 1º ano, entrou para uma turma "mista" ou seja, tinha 6 meninos do 1º ano e os restantes do 2º (tive oportunidade de escolha - e achei que esta seria a melhor alternativa). Lá fui acompanhando os progressos, mas a dada altura comecei a achar que ela já devia fazer a junção da palavra e ainda não o fazia (ela sabia as letras, juntava o p+o é po e um p+o é po, mas depois não dizia pó-pó) - afligi-me, chorei, achei que se calhar ela tinha algum deficit... porque com o irmão nunca me tinha apercebido disso... afinal, mais dia menos dia, ela lá aprendeu o que tinha de aprender!
No 3º ano, foram as contas de dividir!!! uma aflição... no entanto, nesse ano ela mudou de professora, que tinha os meninos do 4º ano (com provas no final do ano!), os da 3ª e 2 destes, apesar de formalmente estarem no 3º ano, "de facto" estavam no 2º - ou seja, a professora tinha alunos com 3 níveis, estava muito preocupada com os alunos do 4º ano, por causa da prova (que evidenciaria também o trabalho dela!) e os outros acabavam por ficar um pouco à margem porque (digo eu) a professora não conseguia dar conta do recado. Como não nos entendíamos com as minhas explicações das contas de dividir - eu acho que se a nossa explicação não é semelhante à da professora, eles acabam por se confundir ainda mais... - acabei por pedir a alguém que a ajudasse nesse ponto e tudo se resolveu - ela acabou por compreender e saber fazer as ditas contas.
No 4º ano, os meninos residuais da turma (o grosso da turma estava 1 ano à frente, seguiu para o 5º...) juntaram-se à outra turma do 4º ano, com outra professora, que já era a dos outros meninos. Quando fui falar com a professora, disse-me que a minha filha não sabia lêr, que devia ter algum problema... isto apesar de ter boas notas nos testes e nos exercícios que fazia, de fazer os TPC sem dificuldades... tentei ver o que se passava - achei que, de facto, ela não lia fluentemente, engasgava-se um pouco, mas fiquei também a saber, que quando a professora a mandava ler alto, chamava logo a atenção, perante todos os meninos, que ela não sabia lêr, o que a deixava, naturalmente, nervosa (e ainda se engasgava mais...), com medo da professora, de ir às aulas e que ela a mandasse ler alto. Fui ao oftalmologista (podia ser que não visse bem...), fui ao pediatra, fui à psicóloga, nomeadamente para despistar uma eventual dislexia ou assim... Felizmente não era nada e eu fiquei descansada - falei com a professora e pedi-lhe, nomeadamente, para se abster de comentários negativos do género que vinha fazendo.
Enfim, o 4º ano passou ... é certo que a leitura não é o forte dela, mas até ganhou um prémio de mérito no 6º ano e hoje, no 10º é uma aluna razoável - trabalhadora e aplicada.
Isto para lhe dizer que às vezes é uma questão de tempo e de maturidade deles e ás vezes também temos de ter em consideração quem nos diz o quê e as circunstâncias das coisas...
Ah e também para lhe dizer que o mais velho sempre foi distraído, falador, desconcentrado... aliás eu acho até que havia uma ligação direta entre o sentar na carteira e a "cabeça" do meu filho disparar para paragens mais interessantes! Desde cedo revelou alguma aptidão e apetência por desenho e foi seguindo sempre essa linha - no secundário seguiu a área de artes e hoje está no curso que escolheu (até por mérito próprio porque o curso tem condições de acesso próprias, não depende só das notas). E muito eu ouvi das professoras!!!
Por isso, não descure, mas não desespere! Como vê, em maior ou menor medida, acabamos por ter sempre algo que nos identifique. Além disso, se os nossos filhos fossem perfeitos, a "coisa" nem tinha piada :)
OK - falei demais - fui!
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De Anónimo a 30.10.2014 às 10:09

Obrigada.
O seu comentário fez-me sorrir. Obrigada por isso.
É verdade que por vezes é mesmo uma questão de maturidade. Já no ano passado eu ouvi muitas queixas sobre a fraca aptidão para a matemática, aliás eu saía das reuniões com a professora com a sensação de ter uma filha que era um 0 a matemática.
Um dia em conversa com outra professora, ela dizia-me para ter calma, descansar que por vezes o "clique" faz-se mais tarde. Senti-me mais calma e confiante e o ano foi passando. Ela acabou por tirar satisfaz bastante a todas as disciplinas, incluindo matemática.
Mas este ano, noto mais as dificuldades em casa, quando faz os tpc.
Nos poucos dias que não faço com ela, ou não corrijo, ao outro dia é só coisas mal, riscos a vermelho e observações no caderno diário.
Sinto-me logo em baixo e culpada por no dia anterior não ter dado tanta atenção.
É esta pressão que me está a tornar ansiosa, nervosa e a procurar soluções, porque sei que assim não é bom para mim nem para ela.
A professora dela, que é uma óptima professora, é muito exigente, rigorosa e com um ritmo de trabalho que acho que nem todos conseguem acompanhar - a minha filha, por exemplo.
Mas sempre que tento falar com ela, a resposta é que o programa é extenso e na escola não há tempo para tudo, por isso os pais têm de trabalhar muito em casa.
E eu sinto mais esse peso, ao ver as dificuldades da minha filha.
Se ela fosse daqueles miúdos que aprende tudo à primeira, talvez as palavras da professora não me fizessem sofrer tanto, querer dar mais de mim...
Por isso, tomei a decisão de falar com a professora em primeiro lugar (amanhã), consultar um psicólogo para descartar qualquer situação e arranjar alguém que a ajude nos trabalhos de casa.
Para bem dela, para bem da nossa relação e da nossa família.
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De Diana a 03.11.2014 às 22:58

Não acho nada absurda a ideia de ir a um psicólogo (sendo o mais adequado um psicólogo educacional). Não necessariamente para procurar e provar que há um "problema" mas essencialmente para poder despistar a existência de um ou, se for o caso, a criança ter efectivamente um diagnóstico que lhe permita medidas educativas adequadas.
Sou terapeuta ocupacional e já trabalhei com algumas (embora poucas, sou recém-licenciada) crianças com dislexia. Além disso, as Dificuldades de Aprendizagem não são só a tão famosa dislexia, incluem também a discalculia que, muito resumidamente, se traduz em dificuldades em interpretar e resolver os problemas. Sim, interpretar: perceber se é para somar, subtrair, multiplicar, dividir, etc.

Na minha opinião a ida ao psicólogo não iria prejudicar em nada a criança, mas sim beneficiá-la e também tranquilizar a família e ajudá-la a criar estratégias para lidar com essas dificuldades da criança. Além disso, muito frequentemente as crianças com estas dificuldades têm baixos níveis de auto-estima e demonstram por vezes agressividade e frustração porque são incompreendidass e um diagnóstico pode fazer toda a diferença!
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De Rita Martins a 29.10.2014 às 11:20

Vou deixar aqui aminha experiencia.
Sou Geóloga, acabei o curso superior e tirei mestrado.
Até chegar à universidade nunca, mas nunca, fui boa aluna. Odiava estudar, fui aluna de “3s” e depois de “11/12s”, cheguei a passar com negativas. Acabei por ir parar a Geologia porque foi o único curso em que consegui entrar com a minha média. As notas que os professores enviavam para casa diziam sempre qualquer coisa do estilo “A Rita é muito conversadora, distrai-se muito e distrai os colegas”. Se me perguntassem à saída de uma aula do que se tinha falado, dificilmente conseguiria dizer o assunto…. Odiava estudar, baldava-me sempre que podia aos TPC’s e mais tarde, baldava-me às aulas até ficar “tapada”. Tive explicações de matemática no 10/11 e 12º, mas só consegui um mísero 10 nestes anos.
Quando cheguei à faculdade, apaixonei-me pelo curso, comecei a estudar por prazer (alguns assuntos) e por obrigação (outros, que detestava). A matemática cheguei a tirar um 17, mas as notas foram sempre acima de 14, nas disciplinas que gostava tirava sempre 15/16 e, na minha área favorita 18… Mas depois tinha as outras, assuntos que não gostava, e nessas os 11 e 12 eram, para mim, grandes notas….O mesmo aconteceu na parte curricular do mestrado.
Ao ler o seu comentário texto revi-me completamente…. Mais ainda porque tenho um irmão mais velho que sempre foi um excelente aluno a todas as disciplinas…. Peço-lhe que não faça comparações… que não diga o teu irmão isto, ou o teu irmão aquilo (isso sim, pode agravar problemas de auto-estima, que hoje em dia, com 37 anos, estou a resolver com uma psicóloga)
Tal como no comentário anterior aconselho que veja as comunicações no TED do Sir Ken Robinson (www.ted.com/speakers/sir_ken_robinson) . Se ficar mais descansada julgo que faz bem em leva-la ao psicólogo para ter a certeza que não se passa nada de mal com ela (uma mãe descansada com o assunto, será de certeza melhor para ela). Desconfio, e isso é só a minha opinião, que é mais uma “Rita”, que só conseguirá ter prazer no estudo, quando encontrar aquilo que gosta…
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De Anónimo a 29.10.2014 às 11:19

Continuo a ler atentamente os comentários.
É bom saber que não estou sozinha.
Não fazem ideia o quanto ajuda saber que existe quem tenha passado pelo menos.
Obrigado a todos (e mais uma vez ao João por permitir).
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De Joana Mendonca a 29.10.2014 às 11:00

Antes de mais, Parabéns ao PD4 por iniciar esta discussão e ajudar esta mãe. Todos os meninos aprendem de forma diferente, daí que as mesmas soluções não sirvam da mesma maneira a meninos diferentes. A sua história faz-me lembrar a história que Sir Ken Robinson conta no inicio do seu livro "The Element" e que também conta nos seus ted talks, da menina que foi dada como tendo dificuldade de aprendizagem, mas que se revelou dançarina, e se tornou uma coreografa. Aqui há uns tempos li um artigo muito interessante sobre o mito de ser mau a matemática: http://www.theatlantic.com/education/archive/2013/10/The-Myth-of-Im-Bad-at-Math/280914/?fb_action_ids=10202275755721025&fb_action_types=og.recommends. Talvez haja outras formas de aprendizagem que mais se adequem à personalidade e forma de aprender da sua filha. Ou alguma actividade extra que a ajude a canalizar as suas distrações e onde possa ir buscar motivação (com a minha filha mais velha é a musica). Não sei se é o caso, mas em muitas escolas há um psicologo que ajuda a sinalizar os casos que se considerem necessitam de outro acompanhamento. Isso e o trabalho com a professora pode ajudar. Felicidades para ela!
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De Céu Franco a 29.10.2014 às 10:42

Quando eles têm um irmão mais velho "quase perfeito", trazem logo um "rótulo" associado - esse pode ser o primeiro problema. Depois, se não está a conseguir dar esse apoio escolar, não deixe que isso interfira no seu papel de mãe: tenho 3 filhos, e quando o mais velho foi para a escola, também tive alguma dificuldade em conciliar esses 2 papeis - de mãe e de apoio escolar. Zangávamos com frequência, e eu perdia facilmente a paciência com eles. Esforcei-me muito para manter a calma, e houve dias que simplesmente desliguei da escola - felizmente consegui ultrapassar isso, e hoje sou capaz de os ajudar sem perder a paciência. Não deixe de brincar e passear - a sua filha precisa da mãe em primeiro lugar - se não conseguir, coloque alguém a ajudar a pequena

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