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E se ter filhos não for assim tão giro? #7

por João Miguel Tavares, em 29.06.14

Partes IIIIIIIVV e VI. Hoje, a última parte.

 

PARTE VII

 

Significa isto que não há esperança? Tem de haver esperança – ninguém aprecia finais infelizes, nem em filmes, nem em artigos de jornal. Deixem-me então convocar, em meu auxílio, Jennifer Senior, que transformou brilhantemente em livro uma intuição muito simples: andamos há tanto tempo obcecados com o impacto que os pais têm nas crianças, mas esquecemo-nos de analisar decentemente o impacto que as crianças têm nos pais. E então ela foi analisar. O resultado chama-se All Joy and No Fun: The Paradox of Modern Parenthood. O livro tem tido críticas entusiásticas e um imenso sucesso nos Estados Unidos. É inteiramente merecido.

 

 

Jennifer Senior faz no seu livro o que eu tentei modestamente fazer neste artigo: não deixa pedra por levantar na descrição do impacto devastador que as crianças têm nos pais contemporâneos. Ela cita um estudo levado a cabo em 2004, no Texas, por cinco investigadores (incluindo o prémio Nobel Daniel Kahneman, autor do popular Pensar, Depressa e Devagar), que entrevistaram 909 mulheres perguntando-lhes quais eram as actividades que lhes davam maior prazer. Num total de 19 actividades, tomar conta das crianças ficou em 16º. Atrás de ver televisão. De cozinhar. Ou de limpar a casa.

 

A grande questão, que ouço ser colocada do outro lado do papel desde o início do meu texto, é esta: então por que raio é que se tem filhos? E, no meu atípico caso, logo quatro de uma vez (segundo o INE, só 2% das famílias portugueses são constituídas por seis membros ou mais). Senior responde a esta contradição com uma belíssima citação de Os Quatro Amores, de C.S. Lewis (a tradução é minha):

 

Nós alimentamos as crianças para que em breve elas sejam capazes de se alimentar sozinhas; nós ensinamo-las para que em breve não necessitem dos nossos ensinamentos. Uma grande exigência é colocada sobre o Amor-Dádiva [“Gift-Love”, no original, segundo Lewis o tipo de amor característico da relação pai-filho]. Ele tem de trabalhar no sentido da sua própria abdicação.

 

É uma extraordinária definição daquilo a que eu chamei, sem a sensibilidade nem a sapiência de C.S. Lewis, de síndroma de Estocolmo: estamos apaixonados pelos nossos raptores, mas queremos continuar a ser raptados por eles, e não imaginamos o que seria a nossa vida sem esse permanente rapto. Porque, curiosamente, quando os pais são questionados, não sobre o seu presente afobado, mas sobre quais as suas experiências passadas que foram para eles mais recompensadoras, os filhos estão invariavelmente presentes.

 

Isso tem a ver com uma diferença fundamental na percepção humana que o já citado Daniel Kahneman, em Pensar, Depressa e Devagar (o livro está traduzido em português pela Temas e Debates/ Círculo dos Leitores), classifica como experiencing self (o “eu da experiência”) e remembering self (o “eu da memória”). Num resumo apressado, a sua tese é esta: existe uma distância substancial entre o modo como experienciamos algo e o modo como nos recordamos posteriormente dessa experiência.

 

 

Quem tem filhos sabe isto de cor. O que foi uma pequena tragédia no presente (uma refeição em que tudo corre mal, por exemplo) transforma-se meses depois num momento humorístico ao ser recordado em família. É como nas fotografias: a memória ajuda-nos a sorrir e a mostrar os dentes, ainda que no momento em que a máquina fez clique toda a gente pudesse estar farta uma da outra e a portar-se mal.

 

Com frequência, nós não suportamos o nosso presente como pais, mas sabemos que iremos ter saudades dele no futuro. Posso garantir que já foram centenas as pessoas que, diante dos meus recorrentes protestos paternos (eles são mesmo muito recorrentes), me disseram: “Você ainda vai ter saudades disto.” Eu respondo sempre, muito convicto: “Ai não vou, não.” Mas vou, claro. Está escrito em todos os livros.

 

Ser pai, portanto, é insuportável e cada vez mais difícil, enquanto ser solteiro é cada vez mais comum e divertido. Mas como Émile Durkheim, pai da Sociologia, descobriu no distante ano de 1897 ao escrever O Suicídio, as pessoas casadas matam-se menos do que as pessoas solteiras, as pessoas viúvas matam-se mais do que as pessoas casadas mas menos do que as solteiras, e as pessoas com filhos matam-se menos do que todas as outras. Quando um casal tem filhos, diz Durkheim, o “coeficiente de preservação” praticamente duplica. Segundo ele, existe uma relação muito forte entre a formação da família e a preservação da vida.

 

 

Muita da angústia moderna terá a ver, a par de todas as mudanças sociológicas, com o facto de o conceito de “prazer” ter ganho demasiado território ao conceito de “dever”. Mas o conceito de “dever”, como prova Durkheim, está lá, bem enfiado no nosso património genético, e merece ser recuperado, a bem da nossa sanidade mental. Se nós pararmos de acreditar que ter filhos é suposto ser uma coisa divertida, e passarmos a aceitar antes que é uma coisa que deve ser feita, e que nos devolverá no futuro, com juros, aquilo que nos tira no presente, talvez o próprio presente se torne mais fácil de suportar.

 

Em resumo, e avançando para o tal final que se quer feliz: ser pai em 2014 é muito difícil, por vezes desesperamos, e sem dúvida merecemos mais atenção do que aquela que nos tem sido dada. Olhar mais dedicadamente para as angústias da paternidade, exterminar de vez o discurso cor-de-rosa dos bebés cutchi-cutchi, seria uma actividade muito útil e, a bem da propagação da espécie, extremamente proveitosa. Ainda assim, a paixão pelos filhos não diminuiu. Pelo contrário: nunca antes pensámos tanto neles, nunca tivemos tantos problemas de consciência por não estarmos com eles e nunca a nossa vida nos pareceu tão deslocada sem eles. Todos temos consciência disso, a cada minuto do dia. Incluindo naqueles momentos – tão frequentes – em que os nossos filhos nos parecem apenas uns caras de cu.

 

FIM

 

publicado às 10:33


18 comentários

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De alexandra a 01.07.2014 às 11:31

"...Incluindo naqueles momentos – tão frequentes – em que os nossos filhos nos parecem apenas uns caras de cu."

Por esta frase e por toda a falta de bom senso, de respeito pelo próximo (tão apregoado e tão pouco praticado pelos católicos da vida) e sobretudo pela grosseria da comparação, infelizmente deixo de ser leitora deste blogue. E sim, faz de facto falta a presença da Teresa que creio, não irá subscrever esta comparação nem no pior dia da sua vida como mãe e/ou como ser humano. Haja brio.
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De João Miguel Tavares a 01.07.2014 às 11:59

O "caras de cu" tem a ver com o comentário do Louis CK, que está no início do primeiro texto sobre o tema. Estes sete capítulos foram publicados de uma só vez na revista de domingo do Público, e o último parágrafo encaixava no primeiro. Não é que os meus filhos frequentemente não o sejam (lamento), mas a expressão não aparece de forma gratuita.
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De Teresa Power a 01.07.2014 às 11:00

"Nunca antes pensámos tanto neles, nunca tivemos tantos problemas de consciência por não estarmos com eles e nunca a nossa vida nos pareceu tão deslocada sem eles. Todos temos consciência disso, a cada minuto do dia." João, lamento imenso informar-te, mas isto não é verdade! Como já te disse antes, sou professora há muitos anos... E se isto é certamente verdade para ti e para os teus amigos, não é verdade para muito mais gente! Não percebo de estatísticas, por isso não te digo percentagens nem falo em maiorias, mas... Asseguro-te de que, para muita gente, isto não é verdade! Tomara que fosse! É por isso que nos situamos em "lutas" opostas pela valorização da maternidade e da paternidade neste país, ambos com as melhores das intenções.. Ab Teresa
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De Sofia Lopes a 30.06.2014 às 11:11

deixo aqui o que já tinha escrito num outro post:

pois eu não concordo nada com o "ter filhos (...) é uma coisa que deve ser feita, e que nos devolverá no futuro, com juros, aquilo que nos tira no presente"
parece aquela coisa do "filhos és pai serás, conforme fizeres blablabla" - é o quê, ter filhos como uma espécie de seguro de vida, para ter alguém que nos ampare na velhice? para não ficarmos sozinhos neste mundo? eu não sei muito bem porquê que tive um filho (ainda bem que o tive!), sempre pensei que gostava de ter um carradão de filhos porque cresci no meio de 4 irmãos e acho o máximo ter uma família grande, por enquanto só tenho 1, mas a troika ajude e trabalharei para pelo menos mais 1. mas sempre pensei que ia ter filhos, faz parte da minha visão do mundo, nós temos filhos porque sim :) nunca pensei muito nisso, na verdade, na motivação para ter filhos... (ó pra mim sentada no divã...) porquê ter filhos...? lá está, porque sim! não há um motivo, acho eu, pelo menos para mim... (não estou a gostar lá muito de estar sentada no divã, pareço-me assim um bocadinho insensível... e agora lembro-me da questão "amas-me? sim! porquê? errr... pois não sei... uma pessoa ama a outra porque sim, não é? ama apesar de, acho eu...)
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De Carolina a 30.06.2014 às 01:59

Antes não passava um dia sem vir cá, agora sou capaz de só vir uma vez por semana. tenho saudades dos tempos iniciais do blog e estou um bocadinho farta de tantas discussões sobre assuntos polémicos. quero saber sobre os "pais e os quatro" não sobre apenas e só as "discussões sobre como educar os quatro".
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De Teresa Power a 29.06.2014 às 13:02

Um texto muito bem feito, como sempre, João, mas... Se o nosso presente com filhos é um "aguenta aguenta", em vista de um futuro em que eles se tornarão autónomos, que resposta tens tu para quem, como eu, perde um filho na primeira infância? Ou para quem, como muitos dos teus leitores, tem filhos com deficiências profundas, que nunca, nunca largarão as fraldas nem comerão pela sua própria mão? Estes filhos não têm "futuro". Estarão os seus pais condenados à eterna infelicidade? Olha que não estão. Falo por mim, que sou muito feliz, e falo pelos que conheço e que têm filhos muito diferentes dos nossos. Há mais qualquer coisa...
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De LA-C a 29.06.2014 às 20:19

Nem consigo imaginar o que descreve. Imagino que não estejam condenados a ser infelizes, mas terão de se esforçar muito para construírem a sua felicidade. E será uma felicidade com dor.
Mas, honestamente, tenho de reconhecer que nem sei do que estou a falar.
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De Joao a 29.06.2014 às 12:53

Foram textos muito bem conseguidos, os desta série, nos quais me revejo. Quando ontem passei por si, num mercado da capital, você com os seus quatro, eu com os meus três, pensei que se eu sinto a loucura pairar sobre mim muitas vezes, pior seria para si, com quatro (e só o que entendo dever ser a reserva do espaço de cada um me impediu de chegar até si, um desconhecido, e dar-lhe um abraço de compreensão :-))) ). Não sei se a progressão será linear, mas nesta série de textos a razão da loucura ficou bem retratada. Há dias apeteceu-me enfiar a cara da minha filha mais nova no prato de papa. Não o fiz porque a seguir tinha de limpar-lhe a cara. Este tipo de loucura. Socialmente censurável, mas agora muito clara à luz do que nestes textos se procurou abordar. Ser pai é de loucos. Ser mãe, certamente também, mas a genética moldou-nos para os bisontes, lá está...
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De LA-C a 29.06.2014 às 12:38

Parabéns por este texto.
Revejo-me bastante nele. Também sou eu que vou levar e buscar as filhas à escola. Que as tem de levar ao médico e às vacinas sempre que necessário, e com idades pequenas é necessário muitas vezes. E por aí fora.
Não sofrendo tanto como tu sofres, ou pelo menos como tu descreves que sofres, eu diria que desde que tenho filhas, salvo em momentos fugazes, em cada momento, eu estou mais cansado, mais desgastado, com menos capacidade de concentração, mais irritável do que se não as tivesse.
Mas, e este é o paradoxo, é também como se a minha vida fosse muito mais cheia com e graças a elas.
É como se eu vivesse menos satisfeito mas mais feliz.
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De João Miguel Tavares a 29.06.2014 às 12:54

Não sei se "feliz" será a palavra correcta - mas também não sei se a palavra correcta já foi inventada. Diria talvez "menos satisfeito mas mais preenchido".
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De Carlos Duarte a 29.06.2014 às 18:31

Correndo o risco de parecer repetitivo, submeto (mais uma vez) a palavra grega εὐδαιμονία (eudaimonia) ao lugar. Favor ler os filósofos clássicos (especialmente Aristóteles) para uma explanação. Ou então a Wikipedia.
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De LA-C a 29.06.2014 às 18:58

Uma palavra desconhecida que para se compreender exige a leitura de Aristóteles é, basicamente, uma palavra inútil.
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De João Miguel Tavares a 29.06.2014 às 19:51

Mau feitio. É sempre bom aprender palavras novas.
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De LA-C a 29.06.2014 às 20:03

Eu gosto de aprender palavras novas. Mas mandarem-me ler Aristóteles ― imagino que no original para não se perder com a tradução ― para perceber que raio quer a palavra dizer...
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De Carlos Duarte a 29.06.2014 às 21:20

Não se pode dizer que este blog é aborrecido. Ou nos acusam de não falar inglês ou de falar grego antigo...

Ler Aristotles não é crime (ou Platão, já Sócrates só se for mesmo o antigo) e só recomendei a leitura para se ter uma das definições originais do conceito. Quer coisas mais recentes? Sandel, MacIntyre, Singer também explicam. Aliás, qualquer livro de introdução à ética explica.

Eudaimonia (como teleologia - suponho que esta também é inútil, malgrado o frequente aparecimento nos últimos acordãos do TC) é o conceito de felicidade "nobre", de auto-realização (não confundir com os livrs de auto-ajuda ou coisas como o "Pray-Eat-Love") que era tomado como o objectivo de vida para qualquer pessoa na Grécia Antiga. O conceito sobreviveu mas misturou-se ao longo do tempo com o de felicidade e perdeu grande parte do seu significado (felicidade é ter boa sorte, no original - alguém feliz é alguém sortudo).

Vai-me dizer que isto tudo é pouco útil, mas quando se considera que numa das frases fundamentais da Declaração da Independência dos EUA

"We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness."

a parte do "pursuit of Happiness" refere-se ao conceito de eudaimonia (http://hnn.us/article/46460). Infelizmente, para além de termos perdido a etymologia (já agora, "happy" é igualmente sortudo, etimologicamente), perdemos toda a noção do que os Iluministas (e os gregos e romanos) entendiam por ser feliz. Não um estado de euforia permanente, mas sim uma noção mais profunda de estarmos a cumprir a nossa tarefa como seres humanos. Como com os filhos - com birras, falta de paciência mas eudaimonia ;)
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De LA-C a 29.06.2014 às 21:59

Ora muito obrigado pela explicação.
No caso em concreto, parece-me que a definição de Kahneman é mais certeira do que Sandel, MacIntyre e Aristóteles.
Parece-me que mais do que de prazeres de nível superior estamos mesmo a falar de duas personalidades diferentes que temos dentro de nós. Uma que procura a gratificação imediata e outra que olha para o longo prazo.
Os conceitos estão obviamente relacionados mas não são exactamente iguais.
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De Carlos Duarte a 29.06.2014 às 22:59

Não me parece que estejamos a falar da mesma coisa. O conceito de eudaimonia não directamente a ver com gratificação (se consideramos Platão, por exemplo, pode ter NADA a ver com gratificação), mas antes com uma vida bem vivida. A avaliação pode nem ser nossa (as eulogias fúnebres são um bom exemplo).

No caso dos filhos - a coisa em concreto aqui - é a diferença entre sentir felicidade com os filhos ou pelos filhos. Se tivermos uma visão utilitarista da coisa, os filhos seriam "equivalentes" (com aspas) a uma refeição, ou um objectivo profissional, ou um hobby. Coisas com que podemos ter prazer (sem significados esquesitos). Ora, na minha opinião, os filhos vão para além disso. Criar bem os filhos deve ser visto como algo mais do que uma acção que nos pode trazer prazer ou satisfação. Criar os filhos é um dever social, para connosco, com os nossos próximos e para com a Sociedade em geral. É a nossa função (e peço desculpa pelo palavrão), um dos nossos telos.

Um exemplo: imagine um pai (ou mãe) com uma doença terminal, que deixa tudo definido e delineado para que a Educação do filho seja o melhor. E fá-lo de tal maneira que consegue isso mesmo. Essa pessoa não pode sentir satisfação COM o filho, até porque não benefícia do que fez. Mas pode (e deve) sentir-se realizado. Conceitos diferentes.
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De Patrícia a 01.07.2014 às 01:28

Excelente diálogo! - os meus parabéns LA-C e Carlos Duarte - deu para aprender "uma beca" (como diria o adolescente cá de casa...)

E Parabéns JMT, pelo excelente conjunto "E se ter filhos não for assim tão giro"!...

De facto, sempre me pareceu que não era sequer suposto ser "giro"!... É suposto ser Bom... o que vai um pouco de encontro ao tal conceito de Eudaimonia...

E a bem da verdade, o pai cá de casa não tem sofrido muito o que descreve nos textos, simplesmente porque há 16 anos que a mãe o é em regime de exclusividade ocupacional... o que, entenda-se, não significa de todo que tenha sido um "mar de rosas"... muitas vezes me apeteceu "atirar um catraio pela janela", sim senhor, porque ele não parava de gritar... pois, que não era chorar, era gritar, que os pulmões que ele tinha faziam inveja a muita gente crescida!... (mais até o mais velho, o único dos 3 que não beneficiou na 1ª infância da exclusividade da função maternal aqui da mãe dele...)

E sim, apesar da nossa experiência diferente, há já algum tempo que "pressinto" a dificuldade masculina em lidar com esta presença acrescida junto da prole, executando tarefas para as quais não estão geneticamente desenhados nem convenientemente socializados desde a 1ª infância, divididos entre as suas próprias necessidades (caçar bisontes) e as daqueles que amam (banhos, papas, biberons, fraldas, muita paciência, muita ternura e colinho, e muita abdicação - de sofá, de filmes, de refeições sossegadas, de noites bem dormidas, de quec**, já para não falar das caçadas aos bisontes mais difíceis ou menos bem sucedidas...)

Fica uma ideia: o vosso esforço e realidade de "homens à beira de um ataque de nervos" tem uma consequência muito benéfica, a longo prazo, nos vossos filhos (especialmente nos rapazes), e que os meus não usufruirão (antes partilharão da experiência pela qual estais vós a passar agora) - estando eles desde já a ser socializados para cumprirem esses mesmos papéis sociais, abrem-se as portas à epigenética para que o seu ADN seja "expresso" de forma diferente, desenvolvendo desde tenra idade as capacidades neurológicas que mais se adaptam ao papel em causa, tornando-lhes a "coisa" mais natural, um dia que se vejam eles na necessidade de cuidar da própria prole!...

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