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Obrigado, Sónia

por João Miguel Tavares, em 12.06.14

A leitora Ana Maria, colocada perante as minhas eternas dúvidas metafísico-caninas, qual Hamlet do canil - "Ter um cão ou não ter, eis a questão" -, aconselhou-me a ir ler o que a minha amiga Sónia Morais Santos anda a escrever sobre o cão que ela, num dia de manifesta loucura, resolveu meter dentro de casa.

 

E, de facto, vale a pena acompanhar o seu duplo esforço: para limpar a treta toda que o cão espalha pelo domicílio, e para se convencer de que, apesar de tudo, aquilo tem alguma graça. Mas como se percebe por um post como este, aquilo não tem mesmo graça nenhuma.

 

Portanto, queria deixar aqui publicamente o meu obrigado à Sónia, por a sua família estar a servir de minha cobaia à distância, mesmo sem saber. Quanto mais ela falar do seu cão, mais o meu futuro cão nunca chegará a existir, para grande tristeza das crianças e grande alegria do pai. Portanto, Sónia, escreve, escreve. Diz-me mais coisas que eu quero saber.

 

Que os dedos não tem doam para dares testemunho de cada cocó depositado na sala, cada chichi vertido na cozinha, cada pulga alojada no sofá. Lamento isto ser um triste caso de schadenfreude, mas é por uma boa causa. Estou contigo e com o grande Mojito.

 

publicado às 11:04


16 comentários

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De Paula a 16.06.2014 às 01:08

Por aqui a Sónia também serve de cobaia. E cada vez tenho mais razões para não deixar um espécime canino (que adoro) vir morar num apartamento!
http://vidademulheraos40.blogspot.pt/
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De mjoaoamado a 15.06.2014 às 22:03

e que tal adotar um canito já com hábitos de higiene adquiridos...? Acho mesmo a melhor solução. Há tantos jovens adultos, asseadíssimos, a precisar de uma família !É claro que este conselho para a Sónia já vem tarde.
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De Rafaela a 14.06.2014 às 22:42

Mas se o facto de ter ou não um cão depende das experiencias então cá vai a minha. Que vale o que vale uma vez que a visilidade que é zero... queriamos uma cadela e no maximo com 10/12kg. Adotamos a Laska por foto na internet, a mãe estava abandonada. Fomos busca-la com um mês e uma semana, era minima e sim perdi-me de amores por aquela bolinha de pelo. Depois vieram os xixis e os cocos (confesso que rapodamente se adaptou ao resguado), 2 meses sem dormir uma noite completa porque nós de um lado teimavamos que ela tinha que dormir na cozinha e ela teimava que queria companhia, nunca vi um animal tão carente. Levamos a cama dela para o nosso quarto, será escusado dizer que rapidamente se começou a aninhar na nossa cama a meio da noite...
Era uma cachorra tinha que haver kilos de paciencia, faz parte. E coisas estragadas, montes, entre elas um sofá. Comida roubada nem tem conta, como é possivel que esta bicha suba para cima da bancada?! Isto para não falar so pelo... Foram muitos gritos, ainda são. Mas vale a pena, vale mesmo a pena. Vale pela companhia, vale pela alegria ao ver-nos chegar (nenhum filho nunca me fará isso) e vale ver o Matias enamorado por ela, vale pelas lambidelas... Vale porque a amo e amo a relação ela e Matias têm desde que ele nasceu!
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De Ana a 15.06.2014 às 08:49

Hmmm... Nenhum filho? Então os meus devem ser arraçados de cão. Diariamente e quase sem falhar largam o que quer que estejam a fazer e vão-se atirar para o pescoço do pai assim que sentem meter a chave à porta. Como se o não vissem há anos.... <3
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De Rafaela a 15.06.2014 às 11:50

Eu falei da minha experiencia! Não comparei a animais com pessoas mas sim uma acção. E não é uma opinião apenas minha, garanto-lhe que não e garanto-lhe também que o meu filho corre para nós assim que nos vê mas é muito diferente. As pessoas têm é que ponderar bem se querem mesmo ter um cão, se querem passar por tudo o que isso acarreta, se decidirem que sim pensarem se aquela é a altura ideal para isso acontecer, terem em conta o tamanho do cão (e mesmo adotando isso é possivel). Há uma lista grande de coisas a ter em conta e quando agimos por impulso a coisa corre mal. Agora os animais não têm culpa, não pediram para estar naquela casa. Respeito as pessoas que não querem ter cães, chateia-me é o facto de passarem uma mensagem tão negativa de uma coisa que é normal em cães bebés! E atenção a Sónia é uma pessoa que eu respeito imenso pela mulher que é e pela familia que formou mas acho que esta não foi a melhor altura para acolher um cão e daquele tamanho pior ainda, isso leva a que experiencia seja tão negativa!
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De Emília Castilho a 14.06.2014 às 10:44

Bom dia João:
Hoje estou muito triste consigo....fazer a apologia de não ter um cão, seja ele rafeiro ou de raça....não se faz. Ora vamos lá a conversar um pouco. Vivemos hoje num mundo muito "apressado", queremos tudo para amanhã, já nem é para hoje nem para ontem é para amanhã e um cão, ou qualquer outro animal chegam precisamente às nossas vidas para nos mostrar o que é o hoje e para nos permitir parar, pensar e ensinar, sim ensinar, aos nossos filhos o que é criar e amar outro ser um dia de cada vez e sim, a trabalheira que isso dá. Parece cada vez mais, que o que está a dar é a apologia do facilitismo....um cão dá muito trabalho, não se tem e as nossas crianaças, que são umas verdadeiras esponjas, é isso que vão aprender, que o que dá muito trabalho evita-se. Poderia alargar este texto a tantos outros exemplos, o João sabe por certo quais seriam. Um cão não fica pequeno para sempre, vai fazer muitos xixis e cócós onde não deve, vai ladrar e ganir quando queremos e quando não queremos, vai estragar alguma coisa, vai fazer uma festa cada vez que nos vir, vai-nos amar incondicionalmente, vai fazer-nos companhia até ao fim dos seus dias, vai zelar pelos nossos filhos e por nós. E sim, tal como um filho (e o João sabe que eu tenho 3 filhos e 7 cães em casa) vai dar trabalho a educar e para o educar é necessária toda a família. Sim, se for preciso ao princípio é preciso obrigar as crianças que tanto quiseram o cão a ajudar, eu fiz isso e nunca dei conta de ter filhos traumatizados, muito pelo contrário, ensinei-lhes que amar dá trabalho, que amar é cuidar ....e isso dá trabalho. Amar e cuidar dá mesmo muito trabalho e é algo que se faz para a vida e hoje em dia já são eles muitas vezes os primeiros a irem ver se está tudo bem com os cães. Acredito piamente que este ensinamento vai ser uma mais valia na educação emocional dos meus filhos e que vai ser transversal na vida deles. Só para terminar, uma dica, principalmente para quem vive em apartamentos, experimentem ter uma fêmea, sim, faz muita diferença, mas infelizmente em Portugal ainda prevalece muito a ideia do macho que dá menos trabalho porque as cadelas podem ter filhotes, é para isso que existe a esterilização. Já agora um convite para toda a sua família,se vier para os lados de Viseu e quiser fazer-me uma visita esteja à vontade, terei todo o gosto de lhe mostrar como vive a minha família de 3 filhos e sete cães, ou melhor, 19 cães, sim acabei de ter uma ninhada dos meus golden, tenho 12 babies liiindos à solta. Esteja descansado, não vou tentar vender-lhe nenhum.Como diz um íman que tenho no frigorífico, oferta da minha filha Francisca, "Casa com cão é garantia de muita animação".
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De Sílvia a 14.06.2014 às 15:47

Não, uma cadela dá muito menos trabalho a educar, porque é mais limpa, os machos (cães (e não só!)) são uns porcos!!!
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De Anónimo a 13.06.2014 às 20:37


Há 20 anos que tenho gatos em casa e se há alguém picuinhas com cheiros sou eu.

O cheiro só existe se não forem as castrados, e se não limparem as areias. E a esmagadora maioria das doenças se eles não forem vacinados e convenientemente tratados.

O gato é sem dúvida nenhuma o animal perfeito para ter em casa, claro que tem pelos mas há uma coisa chamada aspirador...

Também enho um cão, e partilho das opiniões que li aqui. Adoro-o, não o trocava por nada, mas se pudesse voltar atrás tinha adiado a chegada dele até as minhas filhas serem maiorizinhas
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De Simplesmente Ana a 13.06.2014 às 12:59

Eu tenho um rafeiro grande, que encontrámos na rua. Foi um bicho complicado: péssimo a andar à trela, mordia-nos as mãos todas e atirava-se a nós ou a qualquer pessoas que entrasse em casa (à espera de festas). Rasgou-nos roupa e tudo. Felizmente aprendeu depressa a fazer xixi e cocó na rua e nunca teve doenças, para além de otites. Acalmou imenso com o nascimento da nossa filha. Sempre soube o seu lugar e nunca a aleijou (mentira: uma vez sem querer). Hoje tem 10 anos e só me incomoda duas coisas: pêlos por toda a casa meia hora depois de aspirarmos e cheiro inevitável a cão. Mesmo com banho, OK? Mas ouvir a minha filha dizer "Adoroooo este cão!" vale a pena. Lá isso vale.
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De Ana Leal a 12.06.2014 às 16:22

Olá João!
Veja este post como uma modesta retribuição em relação àquilo que acaba por me, nos, dar , todos os dias com este seu, vosso, maravilhoso blog.
Eu cedi à vontade dos meus filhos, e à minha própria, de comprar um cão. Soube fintar a parte do cão adotado , porque li bastante sobre o assunto e riscos como não saber de que tamanho o cão se tornaria, que tipo de doenças hereditárias, que as há bem complicadas, e que temperamento podia ter, eram riscos que queria minimizar com três crianças em casa, ainda por cima com uma com 2 anos. Comprámos um cão de uma raça tida como boa para crianças Golden Retriever ), de um excelente criador - estudadíssimo e o cão que agora tem 18 meses e pesa 40 KG é não só lindo de morrer, como super meigo e paciente com as crianças, muito "inteligente", e tirando uma ou outra diarreia ainda não teve nenhum problema de saúde. E nós moramos numa vivenda e temos jardim e uma pessoa em casa praticamente o dia todo...e mesmo assim eu estou um bocado arrependida. Porquê? Porque: ele acorda às 6 horas da manhã, TODOS os dias, e ladra até alguém acordar (eu) e lhe abrir a porta de casa para ir à rua e depois quer companhia, e porque é também ele criança quer brincar, e agora além da pressão que tenho para educar 3 crianças tenho ainda que educar o cão. E como me farto de ler, sei que temos de estimula-lo mentalmente, para ele ser um cão obediente e equilibrado e temos de dar passeios grandes, dos quais ele vem invariavelmente todo sujo (para já não falar na dificuldade que foi ensiná-lo a não puxar a trela - que ainda puxa um bocado) e depois para lhe dar banho fico eu toda encharcada dos pés à cabeça. E as crianças? As crianças no primeiro dia em que ele veio para casa gostaram muito, mas depois ele não fazia o que eles queriam (e os cachorros mordiscam imenso e é necessário ensiná-los a não fazer isso - tem até um nome: inibição de mordida em cachorros) e portanto nos meses seguintes deixaram de lhe achar graça até alguém (eu) ensinar ao cão tudo o que ele sabe agora (senta, fica, deita, não, anda, aqui, junto larga, vai buscar, etc ) o que tornou a interacção com eles mais positiva. Mesmo agora fazem um bilú-bilú quando chegam a casa (dura 2 minutos) e depois adeus. E sim a Sónia tem razão. Até aprenderem a não fazer nada em casa, são umas manhãs de vómitos, mesmo para quem não esteja grávida (que voltam a repetir-se, sempre que o coitado do cão come uma porcaria qualquer na rua e fica mal da barriga e sem se conseguir controlar). Por isso João...mesmo com um cão maravilhoso, e todas as condições para o ter, acho que é uma experiência gira para um/a solteiro/s, um jovem casal, ou uma família com filhos um pouco mais crescidos, mais de 14 anos, ou um casal sem filhos, porque em termos de exigência em termos de tempo e cuidados é quase como ter mais um filho - isto claro para quem se preocupa e gosta de fazer bem-feito...se pudesse voltar atrás escolheria o mesmo cão, o mesmo criador, mas definitivamente só daqui a 4 ou 5 anos. Mesmo assim se um dia decidir avançar, escolha um criador que tenha boas condições para poder receber o cão sempre que vocês vão de férias - o nosso é assim e nunca na vida pensei que isso se revelaria tão importante - sim porque nós adoramos o cão e quando vamos a algum lado, sabe bem saber que o deixamos com a família dele, de contrário iria ser um suplicio. (ah! Esqueça também aquela coisa idílica de estar a almoçar, numa esplanada, com o cão sossegado debaixo da sua cadeira. A maior parte dos restaurantes, bares, etc , não permite e até que o cão consiga permanecer nesse estado, há um longo caminho a percorrer...a não ser que tenha imenso tempo para dedicar ao cão - o que pelo leio aqui não me parece :-) )
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De Carolina Maria a 12.06.2014 às 15:43

Eu acho que essa questão varia muito consoante o cão. Mas claro, isso só se descobre depois de o ter... É preciso correr o risco.
Eu tive um cão rafeiro. Não posso dizer que era tudo maravilhas porque estaria a mentir. Mas, devido ao seu tamanho médio, não tive muita razão de queixa. Vivíamos só eu e o meu namorado num T3 por isso, deixámos um quarto completamente vazio para o cão (que acabava por ser o seu wc quando sozinho em casa). Atendendo ao facto de que eu não tenho olfato não me custava nada ter de limpar esse tipo de coisas (quase) todos os dias. Sabia que era algo que fazia parte e fui previamente avisada pelo meu namorado "um cão num apartamento não vai dar bom resultado. Depois limpas tu tudo..." E assim cumpri a minha parte.
Por outro lado, como ainda estava a terminar o curso, tive tempo para o vigiar, passear e ensinar (obedecia, sentava, deitava e dava a pata). É muito lindo chegar ao pé de alguém e mostrar as proezas do cão mas, para o cão as saber fazer é preciso (muito) tempo e (muitíssima) paciência...
Apesar de ter adorado a experiência, confesso que não tenciono arranjar outro enquanto viver num apartamento...
É preciso muita disponibilidade para ensinar um cão nos seus primeiros meses dentro de 4 paredes...
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De Maria Cruz a 12.06.2014 às 15:22

Tenho uma amiga com a qual, depois de conversarmos um pouco dizemos: ¨vamos aos blogs¨ que por mais tonto que pareça, comentamos um pouco sobre o que andamos lendo por aí... Acabamos que acompanhamos a vida dos bloggers como se fosse uma novela... Hoje tomamos um café juntas e disse uma frase que vem muito a calhar com esse post , assim, não resisto. Eu disse: ¨ Olha, se eu encontrasse o JMT na rua, acho que eu lhe diria- não arrume um cão, você vive num apartamento, a rotina da sua família é um tanto incerta ( imagino que os horários da Teresa são rotativos), com quatro crianças já deve ser uma correria, leia o que escreveu a Sónia!¨
Bem, sei que não pediu minha opinião, mas olha, dei na mesma!
Bom Santo António !
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De mae sabichona a 12.06.2014 às 12:34

Por aqui os relatos da Sónia estão a ter precisamente o mesmo efeito. Ando cada vez mais entusiasmada com a ideia de ter um cão desde que fui mãe, mas ao ler os posts dela, não há vontade que resista...

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