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Quando é que eles devem ir para o infantário?

por João Miguel Tavares, em 06.10.14

Nos comentários a este post, a leitora Sílvia deixou um pedido pertinente e que pode interessar a muitos pais:

 

Vou tentar pedir-lhe, se achar pertinente, para abrir uma nova discussão: Quando é que eles devem ir para a pré-escola/creche/infantário? Sendo que o meu [filho] de um ano tem a sorte de poder ficar com os avós. Para quem tem essa possibilidade, qual a melhor altura para os colocar na escola? Eu estou a pensar na pré aos 3, o meu marido, da velha guarda (fomos para a escola na altura que só se ia aos 6 anos para a primária), acha demasiado cedo (acha melhor aos 4 anos), porque afinal ele vai passar quase 20 anos fechado na escola... Não sei, se puder e quiser abrir essa discussão podia-me elucidar!

 

Ora aqui está uma boa questão. Eu não tenho espectaculares teorias sobre o assunto, pela simples razão de que não tive opção: os meus filhos tiveram de ir para o infantário quando a Teresa voltou a trabalhar. A Carolina, o Tomás e o Gui nasceram todos entre o final de Fevereiro e o início de Março, portanto estavam com seis meses quando chegou Setembro, e foi com essa idade que entraram no infantário. A Rita, como nasceu em finais de Agosto, acabou por ter de esperar um ano. Vivendo os meus pais em Portalegre e os da Teresa em Castelo Branco, não havia alternativa.

 

Assim sendo, não tenho propriamente um termo de comparação, para poder dizer se é melhor eles entrarem para a creche com um, dois, três ou quatro anos. Como o que tem de ser tem muita força, não me recordo sequer de ter discutido isso com o pediatra dos meus filhos. Mas como o Dr. Mário Cordeiro de vez em quando passa por aqui, talvez ele possa esclarecer qual a sua posição. Tenho ideia que, caso haja opção, o Dr. Mário defende os três anos, mas posso estar enganado. Daquilo que já li e ouvi sobre o assunto, é a idade em que as vantagens da socialização e o músculo do sistema imunitário começam a compensar as desvantagens dos "infectários".

 

Mas para responder directamente à questão da Sílvia, e porque cada um de nós acaba por encontrar excelentes razões para justificar os seus próprios actos, devo dizer que nunca me arrependi dessa decisão. É verdade que aos seis meses eles são muito pequenos, mas isso também tem a vantagem de nem saberem o que lhes acontece - e de, por isso, se adaptarem muito melhor ao infantário e às suas rotinas do que uma criança mais velha. Qualquer pai ou mãe que coloca uma criança na creche, pela primeira vez, aos três ou quatro anos, é melhor mentalizar-se para 15 dias de berraria na hora de o deixar na escola.

 

A dimensão da berraria também depende da personalidade dos pais, porque, como todos sabemos, um minuto depois de se fechar a porta os miúdos já estão na maior. Mas para os mais sensíveis a manipulações psicológicas, deixar um filho chorão no infantário pode ser um dos piores momentos do dia - momento pelo qual eu nunca tive que passar. Os meus filhos sempre andaram no mesmo infantário, gosta(ra)m muito de lá andar, e não tenho dúvida que sejam (foram) felizes lá - e eu prefiro tê-los divertidos no meio de miúdos da mesma idade que eles, do que fechados em casa com uma avó ou com uma empregada, sempre a olhar para as mesmas paredes e com diminuta socialização com crianças.

 

A questão da socialização é importante. A Rita está com dois anos, e a diferença em relação à sua postura em Outubro de 2013 é radical, obviamente. Actualmente a Rita já tem amiguinhos, já tem mesas de trabalho, já começa a fazer muitas tarefas, e percebe-se perfeitamente quando uma criança gosta do sítio onde está. Ela gosta, está muito bem adaptada, e para mim é um descanso saber que não vou ter de passar pela berraria dos três anos, porque ela já conhece todos os cantos à casa (os primeiros 15 dias de Setembro, em qualquer infantário, são sempre uma desgraça).

 

Penso, ainda - e isso é um aspecto muito importante -, que o infantário promove muita a independência dos miúdos e melhora as suas capacidades de autonomia e responsabilização. Há algo que ainda valeria a pena acrescentar aqui, e que tem a ver com a diferença de relação que eu tenho com a Rita quando comparada com os outros três filhos na sua idade. Como a Teresa não se cansa de sublinhar, eu sou muito mais próximo dela do que era dos outros. E isso, só para confundir um pouco as coisas, tem a ver com a minha maior presença em casa - mas isso é matéria para um próximo post, que este já vai longo.

 

Entretanto, digam de vossa justiça e partilhem as vossas experiências.

 

 

 

publicado às 10:00


61 comentários

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De Conceição M. a 06.10.2014 às 14:25

Pelo comentário da Silvia, acho que ela já fez a sua opção quanto ao colocar logo no berçario / infantário ou protelar essa entrada para um altura mais tardia - o filho dela, com 1 ano, está com os avós. E certamente que irá começar a caminhar (se não o fez já), a falar, a deixar as fraldas, a comer autonomamente... tal como as outras crianças que já estão no infantário desde os 4/5 meses - uns mais cedo, outros mais tarde, mas, do alto do meu desconhecimento cientifico, acho que isso tem a ver mais com eles próprios (com a sua maturidade física / intelectual) do que com o facto de estarem num infantário; até porque, determinados estimulos que nós adultos podemos dar serão maiores havendo só um criança, do que havendo 12 (?) crianças numa sala a cargo de uma educadora e uma auxiliar.
A dúvida da Silvia prender-se-á com a idade "mais acertada" para o colocar no infantário - também não terá dúvidas que, a partir de dada altura, é benéfico para a criança ir para um estabelecimento pré-escolar...
Não sei se existirá uma "idade correta" que possa ser generalizada a todas as crianças... mas acho que a Sn toca num aspeto que me parece ser de levar em consideração - o do inicio de ciclo. Será importante a Silvia inteirar-se das regras vigentes nos diversos estabelecimentos que esteja a considerar. No tempo dos meus filhos, a "sala dos 3 anos" representava um novo ciclo - nomeadamente, em relação aos anos anteriores ( 1/2 anos), a legislação permitia um nº maior de crianças por sala, o que significava que para a "sala dos 3 anos", no inicio do "ano letivo" entrava sempre um grupo de crianças novas - o que já não acontecia nos "4 anos" ou nos "5 anos", em que, a não ser que houvesse alguma desistência, as crianças eram as mesmas do ano anterior, ou seja, que já tinham os seus grupos, as suas afinidades, já conheciam os cantos à casa... Parece-me a mim (se calhar sem fundamento pedagógico algum, porque, também aqui, isso depende de criança para criança - há as que se adaptam facilmente e as que têm mais dificuldades...) que a integração da criança será mais facilitada havendo outras crianças na mesma situação.
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De Teresa A. a 06.10.2014 às 12:44

Eu acho que, como em quase tudo o que tem a ver com criancas, nao há receitas mágicas.
Eu sou mae solteira e sem família por perto, portanto nem sequer tive muita escolha, mas nao me arrependo nada da opcao que fiz, e teria feito a mesma opcao se estivesse num casamento estável com família disponível e perto.

A minha filha foi para o infantário com 9 meses e, agora com quase 5 anos, posso dizer que foi o melhor que lhe podia ter acontecido!
Como é filha única e sem criancas por perto, foi óptimo para ela integrar-se num grupo de criancas (17) dos 0 aos 6 anos. Ela é extremamente sociável, aberta, curiosa, interessada e mexida. Houve uma altura (aí pelos 2-3 anos) em que chorava quando a ia buscar ;-)

Conheco outras criancas que ficaram em casa até aos 3 anos (idade em que a maior parte das criancas alemas entram no infantário) e que fazem um drama enorme quando a mae se afasta dois passos. Têm aquilo a que a minha cunhada chama "mamitis", ou seja, uma ligacao doentia à mae.
A minha filha é muito pegada à minha pessoa mas nao tem medo de me ver ir embora e ficar com outras pessoas porque sabe que eu volto sempre.
E eu fico feliz por vê-la feliz sem mim, apesar de também sentir uma certa mágoa de a ver feliz sem mim, percebem?
Mas, pelo menos para mim, ser mae/pai nao é "usar" os miúdos para nos sentirmos realizados, é dar-lhes asas para voar, mesmo que isso signifique que vao para longe de nós.

Eu sei o que deve ter custado à minha mae ver os três filhos sair de casa: as duas filhas para a Alemanha e o filho para Lisboa. Mas sempre nos apoiou! E depois também lhe deve ter custado ainda mais ter os netos (3 na Alemanha e 2 na Espanha) longe dela, mas também aí nunca se queixou que os via pouco.

Eu acho que o problema é que muitas maes (eu já aqui falei disto) estao muito agarradas aos filhos e definem a sua existência pelos filhos. E entao comeca a competicao, do tipo "o meu comecou a andar aos x meses, o meu já fala, o meu já largou a fralda, o meu já nao usa chucha, o meu já fala inglês". Como se os filhos fossem automóveis e a gente tivesse que mostrar aos outros que tem o carro topo de gama.

Eu, apesar de ser mae de corpo e alma e saber que daria a vida pela minha filha sem hesitar um microsegundo, sei também que existia como pessoa antes de ela nascer e que vou continuar a existir como pessoa depois de ela partir para a sua vida adulta.
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De Sn a 06.10.2014 às 12:54

Será a escola a família da sua filha?
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De Teresa A. a 06.10.2014 às 14:13

Claro que nao!

Ela tem uma família, composta por lacos de sangue e de amizade.
Tem pais, tios, primos, avós, até um bisavô.

Eu acho é que muita gente confunde tempo de qualidade com tempo de quantidade.
Há muitas maes que passam o dia em casa com os filhos mas estes estao permanentemente "ligados" à televisao, aos gameboys, às playstations e aos telemóveis.
O tempo que eu passo com a minha filha é-lhe dedicado.

A minha filha tem uma ligacao fortíssima ao avô, apesar de só o ter visto 3-4 vezes por ano. O avô morreu em Marco mas ela ainda só fala nele. Tempo de muita qualidade, apesar de ter sido muito pouca a quantidade.

Nao é para me estar a gabar, mas eu sei bem que sou, de longe, a pessoa mais importante na vida da minha filha. mas ela tem 4 anos! E ela SEMPRE será a pessoa mais importante na minha vida. O que eu nao quero é ser egoísta ao ponto de querer ser sempre a pessoa mais importante na vida dela. Era mau sinal! Espero que ela um dia encontre alguém que a faca feliz, que tenha filhos.... Vou sofrer mas ela nao me pertence. Ela é a minha responsabilidade mas nao é minha. Nao é um automóvel, uma casa ou um vestido.
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De Sn a 06.10.2014 às 14:42

Eu acredito em tempo de qualidade. E tempo sem qualidade nenhuma. Ambos os tempos fazem falta na criação de laços.
Não acredito em relações filiais que só se fazem de tempo de qualidade. O que é isso? Não se zangam? Não faz mais nada a não ser andar de volta da criança? O tempo de qualidade resulta para os filhos como para as relações. Em distância. Tempo de qualidade é presença. Mesmo que isso implique ficarmos fartos deles e eles de nós. Relações com pouco tempo são superficiais.
Atenção que não conheço a sua vida, não estou a falar da sua família. Estou só a criticar este termo do "tempo de qualidade" que considero um engano.
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De Teresa A. a 07.10.2014 às 13:49

Nao concordo consigo mas respeito a sua opiniao.
O facto é que durante o pouco tempo que passo com a minha filha (2-3 horas por dia, se tanto), a maior parte do tempo é passada comigo a zangar-me com ela por nao se vestir, nao se despachar a comer, etc...
O interessante é que este pouco tempo é tao superficial que a garota, que só me ouve a mim falar português porque nasceu e vive na Alemanha, rodeada de alemaes, fala perfeitamente português.
O tempo de qualidade que passo com ela é ter o cuidado de SÓ falar português, de lhe ler livros em português, de a pôr a ouvir CDs e cassettes em português.... Só um pequeno exemplo para explicar que o (pouco) tempo tem mesmo qualidade, nao é tao superficial como isso.
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De Ana Ferreira a 06.10.2014 às 14:03

Concordo que os nossos filhos tem de aprender a ser feliz sem nós, mas para isso tem de o aprender conosco. Temos de lhes dar segurança, temos de lhes dar autonomia, temos de lhes dar amor. Os nossos filhos são o reflexo daquilo que nós lhe transmitimos.
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De Teresa A. a 06.10.2014 às 14:16

Só nao concordo com isso de que "Os nossos filhos sao o reflexo daquilo que nós lhes transmitimos". Era bom, era. Mas a vida nao é tao simples como isso.
Os nossos filhos sao o resultado de inúmeros factores. Um deles somos nós.
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De Ana Ferreira a 06.10.2014 às 22:18

Tem razão, existem muitos factores, mas de facto, mas nós somos o principal. Garanto lhe que uma criança que tem amor, que tem uma familia feliz e equilibrada, que tem quem lhe transmita valores é uma criança muito mais bem formada e muito mais segura. Podia aqui dar o exemplo de familias disfuncionais, mas creio nao haver necessidade.
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De Anónimo a 06.10.2014 às 16:26

Se assim fosse os irmãos seriam todos iguais.....
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De Ana Ferreira a 06.10.2014 às 22:20

Estou a falar de valores, de principios.
E estou a falar de crianças pequenas.
Os meus filhos pelo menos em questão de valores e educaçao são de facto muito parecidos.
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De Anónimo a 08.10.2014 às 10:50

Tenho dois filhos de 14 meses e não podiam ser mais diferentes.
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De marta a 06.10.2014 às 12:08

eu sempre disse que um dia que tivesse filhos nunca os deixaria com os avós (apesar dos maternos estarem perto). sou 100% contra aprisionar os nossos pais com os nossos filhos. obviamente que as pessoas são livres de fazerem o que querem, mas eu fico sempre irritada quando alguém me diz que deixam os filhos com os avós para não apanharem doenças ou porque são muito pequenos. história. não querem é pagar o balúrdio que os infantários cobram. a minha foi com 6 meses e foi muito bem. graças a deus nunca esteve doente (ranhos e tosses no 1º ano sim) e agora entrou para a pré e é uma criança feliz e super desenvolvida. no que se refere a um assunto aqui abordado, a minha apesar de estar no infantário é tímida e já vi crianças que são criadas com os avós e são muito dadas. depende da criança. além do mais é um mimo ver os trabalhos que fazem com as educadoras, os planos para as festas, os dias da mãe e do pai celebrados em comunidade. para mim: infantário com eles!!!
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De Sn a 06.10.2014 às 12:52

Os meus filhos ficaram com a minha família mas eu paguei. Não com a intenção de pagar o trabalho, mas os custos associados de refeições, água, luz, combustível...
Para eles foi um prazer e ficaram tristes quando os netos saíram para a escola. Claro que são humanos e terá havido dias em que não lhes apetecia aturar os netos. Mas nunca senti que faziam um frete. Antes pelo contrário.
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De Anónimo a 06.10.2014 às 13:53

É algum crime não querer ou não poder pagar o balúrdio dos infantários?
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De Ana Ferreira a 06.10.2014 às 14:15

Acha mesmo que para a maioria dos avós (que nao estao no activo) ficar com os netos é uma prisão?
Acha mesmo que é absurdo alguém nao querer pagar as fortunas que os infantários pedem para cuidar dos nossos filhos?
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De Anónimo a 06.10.2014 às 14:57

sim e não
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De Simplesmente Ana a 06.10.2014 às 15:30

Para alguns avó, é uma prisão. Para outros, um prazer. Depende de cada um.

Eu não deixei a minha filha em com os avós até aos quatro anos para poupar dinheiro, mas porque acho que a relação com os avós é benéfica e ajuda a criar laços. Mas claro, ao fim-de-semana também não a "empandeirava" para ir passear.
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De sandra a 06.10.2014 às 16:16

sim, muitas vezes são uma prisão. Os meus pais nunca quiseram essa obrigação. quando era necessário porque a miúda ficava doente ou assim, claro que ficavam. Mas não como regra.

A minha foi para o infantário no fim da licença: 5 meses e meio... correu bem. Nada a opor. Mas também não tenho a outra visão.

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De Nicole I. a 07.10.2014 às 11:27

Tal como existem pais e mães que não aguentam passar dias e dias e dias inteiros com as crianças, quantos pais ou mães ouço dizer vim mais cansado das férias do que quando trabalho (sim é muito bom estar com os filhos 24h por dia, mas é o trabalho mais difícil de todos, principalmente nos primeiros tempos até aos 2 anos. Ou chora com cólicas, ou depois é o dar a papa ou a sopa e ainda não estão habituados e demora-se uma eternidade ou então as birras para comer, depois quando começam a andar e a gatinhar é o andar atrás a educar e dizer não faz isto e aquilo). Também existem avós que dizem sim que é muito cansativo e que já não tem 20 ou 30 anos para correr atrás deles, apesar de os adorarem de morte.

Eu sou das mães que diz sim amei estar com a minha filha em casa de licença, sim se podesse ficava em casa com ela, mas levava sempre umas horas para a creche para eu poder respirar.. Sim tirei uma semana de férias só eu e ela juntas já ela com 10 meses a andar e cheguei ao trabalho de coração cheio mas como se tivesse trabalhado o triplo.

E sei que não sou a única mãe a dizer que bom que é ser mãe ou pai mas é bom tirar um tempo para nós nem que seja quando estão na escola.
Por isso agora imaginem os avós que ficam com eles muitas vezes desde as 7 da manhã até as 20h porque os pais chegam a casa as 7 da noite e ainda jantam por lá por ser mais comodo e levam a criança já de pijama para casa. Estamos a falar de uma avó e porque a maioria dos homens com 60 a 70 anos só brincam com os netos, fraldas, xixis e cócos é com a mulher e a comida e afins também e se ta a chorar é oh Maria anda cá que o Joãozinho não se cala...

Eu vejo pela minha mãe que fica com a minha filha quando ela esta doente, a minha mãe quer fazer as coisas dela e da casa e deixa com o meu pai mas assim que ela chora é oh Maria olha anda cá ver o que se passa.....

Eu não me imagino com 70 anos a ter estaleca para andar atrás de um miudo de 1 ano 12 horas por dia, como alguns pais deixam os filhos...
Sim porque a idade da reforma é aos 65 anos e as pessoas que conheço com 65 anos a reformar-se agora parecem ter quase 80 anos comparados com os meus avós que só trabalharam até aos 50 anos.
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De Anónimo a 06.10.2014 às 14:28

Boa tarde....Nunca comentei, mas nao poderia deixar de o fazer. Sou avó de 8 netos. Cuidei de todos até à entrada no jardim escola. Neste momento ainda tenho 3 ca em casa, uns gemeos com 15 meses e uma com 2 anos. E ao fim do dia vem todos ca para casa, após a escola. Se me perguntar se tou sempre feliz de os ter cá, respondo lhe que nao, as vezes farto me deles, do barulho que fazem, da confusao. Mas tambem me fartava dos meus 3 filhos, e natural mas isso nao significa que te-los ca seja um frete.Quando os meus filhos estao de ferias e os meninos nao estao ca sinto muitl a falta deles e só espero que eles continuem sempre a vir ca para casa. Nao saberia viver sem a confusao que fazem.
E em relaçao ao desenvolvimento, nao acho que nao estao menos desenvolvidos que as outras crianças da mesma idade. Nunca fizeram birra para ficar na escola, tem espeço para brincar, e tento proporcionar lhes a maioria das actividades que poderiam fazer na escolinha. A unica coisa que foi mais dificil foi o acostumar me a conduzir uma carrinha de 9 lugares :)
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De ccunha a 06.10.2014 às 16:26

:-)
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De Ana Cunha a 06.10.2014 às 16:28

Grande avó! :)
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De Sílvia a 06.10.2014 às 17:33

Grande avó mesmo! :)
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De Carla Marques a 06.10.2014 às 17:58

Deve ser uma avó formidável! :) netos e filhos cheios de sorte.
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De Mãe Sabichona a 06.10.2014 às 22:47

Que avó maravilhosa! Parabéns!
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De Conceição M. a 06.10.2014 às 17:25

A Marta radicaliza a questão ao achar que os pais deixam os filhos com os avós só para não pagarem infantário...Os meus 2 filhos ficaram com os avós paternos até aos 3 anos, altura em que foram para o infantário. Foram os próprios avós que se disponibilizaram e até insistiram nessa solução e eu e o pai concordámos - porque ambos se tinham reformado recentemente e não tinham uma idade avançada; porque era uma forma de eles se sentirem uteis e porque nós, pais, reconhecíamos que eles estavam em perfeitas condições de cuidar de uma criança; porque achámos que seria bom para as crianças criarem um vinculo forte com os avós e para estes também seria importante esse vinculo com os netos (quando o filho era pequeno trabalhavam tanto que afinal acabaram por gozar pouco a infância dele - com os netos surge a oportunidade de gozarem a parte boa do crescimento daqueles que mais amamos...); porque o bébé estaria menos exposto a doenças, normalmente mais transmissíveis nos infantários, numa altura em que o sistema imunitário ainda está frágil ( os meus filhos raramente ficaram doentes antes de irem para o infantário)... é óbvio que também não ficámos chateados por não ter que pagar o infantário! Hoje os meus filhos têm 19 e 15 anos e têm uma relação muito forte com os avós paternos - não têm a mesma relação com os meus pais, apesar de os verem frequentemente e de gostarem muito deles e de os avós os ajudarem muito (o meu filho mais velho foi para a Universidade para Lisboa e agora calhou a vez aos avós maternos de o acolherem :) ), mas não é a mesma coisa...
É claro que isso tem de depender da disponibilidade das pessoas - a minha mãe, mesmo se na altura vivesse ao pé de mim e se já estivesse reformada, nunca se teria disponibilizado da mesma forma... e contra isso, nada - os rebentos teriam de ter ido para o infantário em tenra idade, como muitos outros...
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De Ana a 06.10.2014 às 12:02

O Dr. Mário Cordeiro recomenda a entrada na escola a partir dos 2 anos, 2 anos e picos.. é o que consta no livro dele..
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De Gonçalo Nascimento Rodrigues a 06.10.2014 às 11:40

Sou Pai de 3. Os 2 mais velhos foram para a escola quase com os 3 anos feitos, sempre por opção. A mais nova ainda está em casa, tem 2 anos e 3 meses.

Da nossa experiência, até aos 2 anos eles ficam muito bem em casa. Fazem ainda 2 sestas (uma de manhã, outra de tarde) e brincam sozinhos. Estarem "guardados" para não apanharem com tudo o que vem dos "infectários" (bom apelido, sim sr.) e brincarem sossegados com as suas coisas, para nós foi o melhor. Mas o último ano em casa sempre foi um "drama". A partir dos 2,5 anos eles estão mais que preparados para socializarem e estarem o dia inteiro fechados em casa dá-nos cabo da cabeça.

Connosco resultou bem e foi uma excelente opção. Nunca estiveram muito doentes, a não ser quando foram para a escola. Cresceram de forma saudável e quando entraram aos 3 anos, nunca tivemos problemas. Um choro ou outro faz parte. Os primeiros dias são uma festa, adoram e só querem voltar. Quando percebem que é para sempre e têm rotinas definidas que não podem transgredir, aí começa a chantagem. Mas rapidamente passa.
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De Ana Ferreira a 06.10.2014 às 11:35

Bom dia João!
Não sou muito de comentar, mas desta vez não podia deixar de o fazer. Tenho dois filhos, uma menina com 6 anos e um rapaz com 2 anos. Quando a minha filha nasceu trabalhava em casa e optei por coloca-la na creche com 1 ano. Nunca ouve birras, a adaptaçao foi optima, adorou e adora a escola. Se puder fica em casa, e prefere, mas quando vai para a escola, vai feliz.O mais novo continua a ter a mãe em casa, mas agora desempregada, então não vai para a creche, ira sim o ano que vem para o jardim-escola. Mas por ele ate podia ir ja, porque quando vamos levar a mana a escola ele fica na sala da educadora do ano passado da irmã ate que vou levar a mais velha, ate que vou falar com a professora, ou fazer outras coisas e ele fica na boa, diz adeus a mama e senta-se ao pe dos meninos que la estão.
Não acho que ele esteja menos desenvolvido que a irmã estava com a mesma idade, não acho que tenha problemas de socialização, brinca com outros meninos, fala pelos cotovelos, e faz todas as atividades que filhos de amigos da mesma idade, que estão na creche, fazem. Claro que isto se pode dever ao facto de ter tempo e conhecimentos, para o estimular, para brincar com ele, para lhe ensinar as coisas. Também se pode dever ao facto de ter uma irmã mais velha que puxa por ele.
Como tenho as duas experiencia posso dizer que não há uma melhor que outra, o melhor para os nossos filhos e serem felizes seja na creche, seja com os avos, sejam com os pais ou numa ama. E ninguem avalia melhor o bem estar dos filhos que os papas.
Cumprimento ao João e a Teresa
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De Sn a 06.10.2014 às 11:32

Entre ama ou colégio escolho colégio; entre entre família que vai fazer um frete ou colégio escolho colégio; entre família que acolhe os meus filhos ou colégio escolho família.

Os meus filhos ficaram com família até aos 3 anos e foram tempos muito felizes. Não estavam confinados a um prédio e tinham outras crianças com quem pontualmente brincavam.

Tinham adultos disponíveis para atender as suas necessidades, para dar colo e para brincar.

Aos 3 anos ambos foram para o colégio e não foi dramático. Não houve 15 dias de choradeira! Adaptam-se. Mas se lhes der a escolher, colégio ou família nem pensam 2 vezes! Família!!! Para nós pais isso apenas significa que tomámos a decisão certa. Também não será mau sinal se uma criança preferir a escola a estar com a família?

Ficaram com família até aos 3 anos porque as vantagens da família eram superiores às dum colégio, após os 3 víamos mais vantagens em frequentarem um colégio (socialização, desenvolvimento de competências que dificilmente adquirem com família, preparação para a escola...)

Nas férias escolares não ficam no colégio e matam as saudades dos avós.

Quanto à idade de entrada para um colégio, se 3 ou 4 anos, depende da maturidade da criança. Há crianças que aos 3 ainda são muito bebés e outros mais espevitados. Penso que facilita a adaptação quando o grupo inicia o processo ao mesmo tempo. Se entrar aos 4 vai integrar uma sala que esteve em adaptação todo o ano anterior e já se conhece.

Como mãe que teve filhos em casa recomendo que procure colégios que não sejam muito grandes nem tenham muitos alunos. Que permitam ir levar e buscar as crianças à sala e que o contacto com a educadora seja fácil.
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De Sílvia a 06.10.2014 às 11:12

Antes de mais, obrigada pela atenção de ter perdido um pouco de tempo a abrir esta discussão. É um porreiro,pá! (já diria o outro)

Pois, compreendo que não tendo tido outra opção, não terá termo de comparação, mas a minha ideia seria mesmo "ouvir" opiniões de outros que por lá passaram. Acho que estou a ver se me ajuda a decidir, mas acho que já cheguei à conclusão que, mais uma vez, a forma de reagir de cada um deles terá muito a ver com as suas personalidades a com as dos próprios pais (como referiu no post). Dando apenas 2 exemplos (sim, porque ando a perguntar isto a todos os que conheço com filhos pequenos! É o trauma!), contou-me há pouco uma colega cujo filho agora tem aí uns 8/9 anos, que também entrou aos 4, e segundo ela porque ia para a primária no ano seguinte (com 5 a fazer 6) e segundo ela nunca fez uma birra, nunca chorou, nada, foi tudo tranquilo. E conheço outro (filho duma amiga de família), agora com 14 anos, que foi para o infantário/berçário aos 3 meses (ela não tinha outra hipótese, é patroa!!) e nunca se deu na escola, na primária não havia dia em que não chorasse, logo em casa, para ir; ainda hoje ele e a escola não têm grande afinidade! Mas lá está, ele sempre conseguiu manipular bem os pais (a mãe sempre se sentiu culpada por te-lo deixado tão cedo no infantário).

O que me preocupa mais nem é a questão da socialização, que ele convive com outras crianças, tenho vizinhos (tanto na minha mãe como na minha sogra) também com bebés e eles já costumam brincar (como antigamente!), portanto ele não está todo o dia preso em casa com pessoas mais velhas. Também não me preocupa o chorar, ele tem que chorar, na vida todos choramos, desde que não chore por se ter magoado, ou por ter fome (aquelas coisas básicas), eu não me preocupo muito! Preocupa-me que ele é muito mexido/irrequieto, e está habituado a andar a fazer o que quer e na escola vai estar "preso". Eu também era assim, mas na altura a professora percebeu-me e dava-me tarefas para me manter ocupada. Hoje em dia os professores já têm tanto com o que se preocupar, que não sei se ainda têm esta atenção.

É complicado saber se vamos acertar nas nossas decisões! De qualquer forma vou ver se faço uma estatística com as repostas a este post e se chego a alguma conclusão! Mais uma vez, obrigada.

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De Sílvia a 06.10.2014 às 11:26

E já agora, a propósito do sociável, engraçado que às vezes estou com pessoas (amigas, conhecidos, vizinhos) com filhos de idades próximas do meu, que andam no infantário e ele mal os vê vai abraça-los e tentar brincar com eles e são eles que se retraem, ficam com um ar muito desconfiado (não socializam nada!)! Lá está, acho que terá a ver com a personalidade de cada um.
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De Andreia a 06.10.2014 às 11:11

Tenho um filho de 9 anos e gémeos de 15 meses. Todos foram para a escola aos 5 meses. Nunca me arrependi de o ter feito. Os meus pais trabalham e os meus sogros não vivem perto, logo não tive a opção de ficarem com avós. Uma outra pessoa, "estranha", nunca foi opção para mim.
Em qualquer um dos casos foi sempre uma adaptação fácil, porque, tal como refere, eles nem dão por isso.
Nunca tive qualquer problema com as doenças, o grande senão da entrada "precoce" na escola. Adoeceram tanto quanto os que estão em casa. Mas aí existe um factor muito importante que são os outros pais. Os meus filhos sempre estiveram em salas cujos pais dos outros meninos, tal como eu, são extremamente responsáveis e se a criança está doente, ou ameaça ficar, não vai à escola.
Nada de benurons ou brufens de manhã para disfarçar a coisa!! Por isso, um dos factores de sucesso para a entrada das crianças tão cedo na escola é terem a sorte de estarem em salas de meninos com pais responsáveis!
Quanto à socialização, desenvoltura, autonomia, independência, etc. nada melhor que a escola. E quem observa uma criança que está na escola e outra que não está, sabe bem ver a diferença.
Mas essa é uma opção muito pessoal dos pais que não deve sofrer qualquer ingerência ou influência por parte de ninguém.
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De sandra a 06.10.2014 às 16:26

Muitas vezes não há grandes soluções excepto "disfarçar" com bem-u-rons...

Não o fiz, mas sem quem o tenha feito porque não se podia dar ao luxo de faltar ao trabalho e não tinha alternativa...

Onde a minha filha ficou e tendo em conta que era um meio não muito abastado, era no infantário que diziam que preferiam que lá deixassem os bebes do que entregues a "sabe-se lá a quem"...~

apenas para chamar atenção que isto de "pais responsáveis", escrito dessa forma, tem muito que se diga...
Não consigo chamar a pais sem alternativas, irresponsáveis!!!
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De Anónimo a 07.10.2014 às 09:37

quando se disfarçam sintomas com benurons, é porque os miúdos estão em plena fase de contágio. e nessa situação, é irresponsabilidade, sim, deixar os filhos no colégio, para que eles distribuam as suas viroses alegremente.
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De Ana Garcia a 06.10.2014 às 10:50

Oh como gosto deste tema. Tal como o João, D. Pimpolha também foi cedo para a escola, tinha 5 meses. Não me arrependi nada, sempre ficou bem, nunca passei muito com doenças, tinha uma gastro de vez em quando o que faz com que hoje em dia, uma gastro lhe passe em 1 dia apenas e sem febres nem nada. Ganhou imunidade. Por causa de vários factores já mudou de escola 4 vezes e nunca houve choradeira pois está habituada e adora a escola. Estamos a 1 dia de ter um maninho e agora vivemos nos Algarves e com os avós por perto mas nem por isso vamos mudar de estratégia, não quero nem o meu filho a ver sempre as mesmas pessoas e numa rotina pouco enriquecedora e nem quero privar os avós da independência que com todo o direito adquiriram. Por isso para a creche irá! Claro que de vez em quando vai fazer gazeta... Mas esta é apenas a minha opinião, tão válida quanto as outras. Mas se eu perguntar à D. Pimpolha, ela me dirá que prefere ir á escola do que ficar em casa da avó...
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De Sílvia a 06.10.2014 às 11:21

"e nem quero privar os avós da independência", Ana, compreendo o que diz, mas essa é a opinião deles?

No meu caso foram as avós (mãe e sogra, que ficam à vez) que se ofereceram para ficar com ele e sei que ficariam aborrecidas se em vez de optar por elas tivesse optado pelo infantário.
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De Anónimo a 06.10.2014 às 12:21

Pois, mas avós há que prezam a sua independência e vida social. a minha mãe nunca ficaria com os meus filhos. vai buscá-los á escola ou leva-os a passear, mas tudo de acordo com os seus horários e vontades.
bem gostaria de ter tido uns avós com quem deixar os meus filhos... mas faço por compreender o ponto de vista deles, de terem o descanso que lhes é devido.

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