Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]





Quando é que eles devem ir para o infantário? #2

por João Miguel Tavares, em 07.10.14

O Dr. Mário Cordeiro voltou a dar-se ao trabalho de responder aos meus desafios, e aqui ficam os seus sábios conselhos, para que não morram na caixa de comentários. (Já agora, aproveito para lhe dar publicamente os parabéns por o seu novo livro, Educar com Amor, estar em primeiro lugar do top do Expresso de Não Ficção - embora dentro da lógica "A minha vida familiar dava um filme", não sei se Não Ficção será a categoria mais adequada...).

 

Só mais uma coisa: como se verá pela sua resposta e pelos comentários de alguns leitores, o Dr. Mário abre aqui uma nova questão onírico-educativa chamada "a sesta". Talvez também valha a pena falarmos todos sobre ela. Para já, convido-vos a ler as muito bem sistematizadas ideias do Dr. Mário:

 

Já que o JMT me pede a opinião, e para ser sucinto, diria:


- não fazer um "cavalo de batalha" acerca do assunto porque cada um é que sabe as linhas com que se cose... se há apoios, se não há, se os apoios que há são eficientes e dão conta do recado (aturar uma criancinha de 18 meses é obra e exige arcaboiço físico e psicológico, mais até do que estimular ou dar de comer...), etc, etc;


- idealmente, a entrada seria aos dois anos e picos (depende muito de quando faz anos, mas há cada vez mais escolas a ter duas entradas: Setembro e Março);


- antes dessa idade, a interacção social é mais para roubar brinquedos do que para jogo em conjunto. Todavia, com a ausência de irmãos, primos e vida de aldeia, as crianças podem ficar um bocado isoladas;


- as "ranhites" e afins aparecem em força, claro. Não quer dizer que ficar em casa seja passaporte para a felicidade, mas [nos infantários] a carga de infecções é maior (dez vezes maior, estatisticamente), embora a maioria sejam coisas simples, embora causem alguma disrupção na vida laboral e no quotidiano dos pais, sobretudo quando não há "SOS-avós";


- há crianças que, embora recebendo esta bicharada toda, não reagem; outras é diariamente...;


- por outro lado, numa escola há sempre a certeza de haver lá educadores (só depois, no 1º ciclo, é que o senhor professor NC começa a deixar turmas semanas a fio sem "s´tores"...), ao passo que uma pessoa em casa pode ficar doente ou, pura e simplesmente, avisar na sexta à tarde que já não regressa na segunda de manhã;


- sem dramas, é ver qual a melhor solução para o ecossistema familiar. As crianças não vivem isoladas e têm de se enquadrar na vida dos pais;


- a partir dos 2 anos, dois e meio, sim... aí já faz falta;


- convém escolher uma escola que siga, pelo menos parcialmente, o Movimento da Escola Moderna, em que se ensina pela cultura e pelo afecto, em que os pais fazem parte da comunidade escolar e em que se brinca muito. E, também, em que não há espartilhos de idades, mas apenas três conjuntos: os grandes, os médios e os pequenos, com grande interacção entre todos;


- Ah. Last but not least: em que se possa dormir a sesta até aos 6 anos!

 

 

publicado às 13:30


74 comentários

Sem imagem de perfil

De Conceição M. a 07.10.2014 às 17:54

Ai a sesta... um dos "traumas" da minha filha relativamente ao infantário era o de a obrigarem a dormir a sesta - ainda por cima, logo nos primeiros dias ( ela entrou com 3anos feitos em julho), como devia tentar levantar-se do colchão, levou uma palmada no rabo (como já tinha 3 anos, chegou a casa e contou-me ;)). No infantário que ela frequentou era obrigatório todos os meninos dormirem a sesta - a não ser que os pais os fossem buscar... - não por quaisquer razões pedagógicas / fisiológicas, mas por razões que se prendiam com a organização dos horários de trabalho das educadoras (por mais que a Coordenadora nos tentasse convencer do contrário). E nunca houve qualquer abertura a, sequer, dar opção aos pais - nem mesmo nos 5 anos, em que me parece que muitos meninos (nem todos, é certo) já passam muito bem sem essa soneca e vão-se habituando à "dura vida" que os espera no 1º ciclo :)
Ah... e nem sempre os pais têm condições de escolher os infantários para os filhos - nem em todas as localidades há muita diversidade de oferta, há condicionantes económicas, há a questão das vagas...
Sem imagem de perfil

De Mário Cordeiro a 07.10.2014 às 18:19

Pois é Conceição - há fundamentalistas em todos os lados!
Quanto a mim, o que deve haver é a possibilidade de dormir a sesta, desde que combinado com os pais. Há crianças que precisam, outras não. Todavia, não deverá ser a criança a decidir - é normal que a atracção por brincar seja maior do que entender as necessidades neurofisiológicas da sesta! Se houver diálogo entre pais e escola, as coisas melhoram... e desde que se saiba (da parte da escola, sobretudo), o que é o sono, para que serve e a sua utilidade na gestão da informação, das emoções e da qualidade de vida, sobretudo em idades mais precoces e de extrema aprendizagem.
Sem imagem de perfil

De Mário Cordeiro a 07.10.2014 às 17:06

Obrigado, JMT, pela simpatia, não só de me colocar à frente do toiro para levar umas pauladas em seu lugar, como (agora falando a sério) de referir o meu livro.
Mas como o meu Amigo gosta de polémicas e os leitores deste blogue pelam-se por elas, vou "atacar" um dia destes com uma outra questão: o facto de o ministério só admitir um encarregado de educação, o que leva, em casos de pais separados com responsabilidade parental partilhada, a muitos casos em que um deles não tem informação sobre reuniões, eventos, visitas de estudo e até, se os directores forem rigorosos, direito a saber as notas dos seus filhos... embora repartam de igual modo a responsabilidade parental e a vivência do quotidiano com o outro progenitor.
Sem imagem de perfil

De Conceição M. a 07.10.2014 às 18:28

Não sei se existe mesmo algum impedimento legal de um aluno ter 2 EE - por razões "operacionais" fará sentido a escola ter 1 interlocutor preferencial... Mas acho que na prática essas situações são habitualmente contornáveis. Eu sempre fui a EE de ambos os meus filhos (infelizmente no Ensino Superior essa figura desaparece, apesar de serem - maioritariamente - os ditos EE a suportar todas as despesas; digo isto porque muitas situações irregulares e injustas e até mesmo ilegais provávelmente não ocorreriam se os EE pudessem continuar a ter uma palavra, mas enfim,,,), no entanto, quando ambas as reuniões eram ao mesmo tempo, o pai ia a uma e eu a outra e nunca levantaram quaisquer problemas - acho mesmo que uma vez até foi a minha sogra ... Pelo menos em relação a um colega da minha filha, cujos pais estão separados e que ficava uma semana com um e outra com outro, às reuniões de EE tanto ia o pai como a mãe e nunca tal foi questionado... Se calhar, quando a guarda é partilhada não é quando se colocam os maiores problemas; quando um dos pais tem a guarda exclusiva e, por diversas razões, não informa o outro e este pretende aceder às informações, à revelia do outro, indo diretamente às fontes... aí é que a porca torce o rabo!
É um bocado como ir ao médico - se uma criança for sempre ao consultório do Dr acompanhada da mãe e um belo dia, surge aí o pai, sózinho, questionando-o acerca das consultas do filho. Dá a informação clínica sem qualquer reserva ( partindo do principio que sabe muito pouco da vida dos pais)? Aqui há tempos, uma mãe veio com a filha menor à Urgência; passadas umas horas, apresentou-se o pai e pediu para falar com o médico que tinha atendido a filha; este conversou com o senhor, com toda a boa fé e, no dia seguinte, estava um sarilho montado, porque a mãe veio dizer que tinha a guarda atribuída pelo Tribunal e não tinhamos que ter fornecido qualquer informação ao pai...
Sem imagem de perfil

De Mário Cordeiro a 07.10.2014 às 19:15

Há cada vez mais casos de pais divorciados: aliás, para as crianças nascidas em 2003, a perspectiva é que, aos 10 anos, mais de 50% já não vivam com ambos os pais biológicos. A guarda e residência partilhadas são cada vez mais comuns, constituindo o "default" da lei. Todavia, enquanto no caso de pais que vivem junto, os conflitos eventuais serão dirimidos em casa dos Excelentíssimos Esposos e Esposas - com absoluto civismo, tal como outras questões: ir a pé para a escola e minudências similares -, quando as crianças vivem com ambos, mas estes separados, ambos deveriam POR LEI ter direito a estar presentes nas reuniões e a serem encarregados de educação. Infelizmente, a Lei declara que só pode ser um... se um professor quiser cumprir a lei, não revelará as notas ao outro progenitor, nem aceitará sequer um papel para uma visita de estudo quando, por exemplo, a criança está em casa desse progenitor que não é EE. Isto é um absurdo PARA TODOS OS PAIS, quando se reclama igualdade de deveres na educação dos filhos. É uma questão de princípio, mas também uma questão prática. Felizmente, a maioria dos professores (creio) terá bom senso, mas se os louvamos por não cumprirem a Lei, não será altura de mudar a Lei (que nem lei é... apenas uma portaria ridícula do ME que pode ser mudada em cinco minutos!).
Quando tudo corre bem, excelente, ninguém dá pela lei... mas se corre menos bem? Chama-se o Nuno Crato?
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 07.10.2014 às 22:48

Sou professora do 1º Ciclo. Não sei realmente o que diz a lei, mas sei que os papéis que os pais preenchem só indicam um E.E.. No entanto, já tive pais (juntos) que escreveram os dois nomes em pé de igualdade e eu não disse nada contra. Também já tive (tenho) alunos que estão uma semana com o pai e outra com a mãe, em que só um deles é E.E., e só esse vai às reuniões, mas vai passando a informação ao outro. E casos de pais separados, em que a criança está a cargo de um deles, e ele não diz nada ao outro (que umas vezes estará interessado, mas muitas vezes não está).
E ainda: pais, juntos ou separados, em que nenhum quer saber de nada...

Lembrei-me agora de uma fantochada que acontece muito, que é a pessoa que surge como E. E. ser a avó, o avô ou - "adoro" esta - a "madrinha", apenas porque tem a morada que convém para a criança frequentar determinada escola. Deveria eu, como professora cumpridora da lei, recusar informação sobre a criança a qualquer pessoa que não a que surge no papel? Caiam-me dezenas de pais em cima...
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 07.10.2014 às 22:49

*Caíam-me
Sem imagem de perfil

De Conceição M. a 08.10.2014 às 10:19

Olá Bruxa Mimi
Essa "fantochada" - digno exemplo do xico-espertismo lusitano - vem no seguimento de outra fantochada: a lei fala-me em "escolha do estabelecimento de ensino", em preferências... mas na prática quando a preferência recai numa escola que não é aquela da minha área de residência, ou quando quero mudar os cachopos de escola porque alguma coisa não corre bem... é uma complicação! Para mais numa altura destas em que as escolas não querem de forma alguma perder alunos. Se eu resido num determinado sítio mas a vida laboral da familia é noutro e se é aí que eu tenho outro tipo de apoios (por exemplo tenho familiares para onde os filhos podem ir no fim das aulas) ou mesmo, se eu não quiser que o meu filho frequente aquela escola a dois passos de casa porque acho que não tem as condições que eu quero e prefiro ter o trabalho de o ir levar a um sítio mais distante... porque raio é que dificultam tanto a matricula noutra escola?? É declarações da entidade patronal... é declarações da junta de freguesia... acaba por ser mais fácil esse tipo de "fantochadas"...
Sem imagem de perfil

De Susana a 08.10.2014 às 17:46

Acha mesmo que é uma fantochada colocar a morada dos avós porque é aí que a criança terá o apoio depois das aulas, visto que os pais trabalham o dia inteiro e longe de casa? Fantochada é que, para uma coisa tão simples, seja necessário utilizar esse recurso de colocar o avô ou avó (e a madrinha, tia ou amiga da família, porque não?) como EE de educação para que a criança seja aceite na escola em questão. É fantochada que não se deixe uma criança ao deus-dará por aí quando os horários das escolas em nada reflectem a realidade laboral da maioria dos pais? Parece-me que fantochada é esse seu comentário de professora com belos horários de trabalho.
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 08.10.2014 às 20:59

O facto de ser a solução arranjada por uma família para dar o melhor possível aos seus filhos não significa que não seja uma fantochada, na medida em que a pessoa cujo nome aparece como E.E. simplesmente não o é. Dá o nome e a assinatura, mas não faz mais do que isso.

Quanto ao meu horário laboral, faria melhor em não falar do que não sabe. Não me conhece!
Sem imagem de perfil

De Conceição M. a 08.10.2014 às 09:53

Bom dia
Fez-me ir à procura da legislação...Se estamos a falar do Despacho 5048-B/2013, dispõe o artº 2º/a) v. O progenitor com quem o menor fique a residir, em caso de divórcio ou de separação e na falta de acordo dos progenitores. Levando à letra, se a sentença ou o acordo de regulação do poder parental dispuserem no sentido de o menor residir alternadamente com ambos os progenitores, parece-me que se for exigência destes, a escola terá de os aceitar ambos como EE... Mas também não me parece que do Despacho decorra a proibição da existência de 2 EE por aluno - se a escola assim o admitir não acho que esteja a incorrer em violação da lei. É certo que também poderia ser acrescentada uma alínea a prever expressamente essas situações, para não haver dúvidas.
Acredito que, em termos organizacionais, será mais fácil haver só um interlocutor - da mesma forma que existe um Diretor de Turma a quem eu me dirijo, para falar das dificuldades na aula de Inglês, para justificar a falta a História... O que é que acontece se a escola enviar 2 documentos a ambos os EE para estes autorizarem o rebento de 16 anos a integrar uma viagem de estudo à capital e um dos EE autoriza e o outro não autoriza porque o autocarro que leva o rebento não dispõe de cintos de segurança?
Felizmente, a maioria dos professores e restante pessoal das escolas ( Nuno Crato não incluído!) vai conseguindo gerir estas situações da melhor forma - será mais dificil às vezes os próprios pais entenderem-se...
Sem imagem de perfil

De Liliana a 09.10.2014 às 13:21

Sou madrasta full-time de 2 rapazes (o meu marido tem a guarda das crianças e a mãe está a 8000km de distância) e quem assina as coisas é o pai, mas quem vai às reuniões de pais, conselhos de escola, médico e hospitais sou eu. Felizmente, até agora, nunca tive problemas. E as notas da escola são enviadas para nós em duplicado para entregar uma cópia à mãe.
Sem imagem de perfil

De Manuela Guerreiro a 07.10.2014 às 16:17

No pré-escolar das escolas públicas, que eu tenha conhecimento, não há sesta. É preciso preparar os meninos para o 1º ciclo, dizem. Mas o ano passado a professora da minha filha, que tinha uma opinião inicial muito rígida e formada a esse respeito, rendeu-se às evidências e todos os meninos passaram a fazer a sesta depois do almoço. Os benefícios foram evidentes ao nível do comportamento e, consequentemente, no trabalho desenvolvido no período da tarde. Observou também que não eram os mais novos aqueles que mais prolongavam a hora da sesta (o pré escolar inclui meninos dos 3 aos 5/6). A escola está aberta desde as 7.30 e alguns meninos entram a essa hora. Outra questão é a falta de condições. Na sala da minha filha os meninos fazem a sesta no chão. Embora tenham um tapete daqueles de borracha duvido que caibam lá os 25. Ainda assim, é preferível dormir no chão a não dormir de todo.



Sem imagem de perfil

De helena a 08.10.2014 às 09:30

Os meus dois filhos sempre estiveram no pré escolar público onde não havia o hábito de dormir a sesta, no entanto em qualquer um dos casos havia nas salas um cantinho mais sossegado onde os meninos que precisavam/queriam dormir podiam deitar-se.
A minha filha não dormia (nem em casa) mas dei com o meu filho algumas vezes a dormir na "caminha das bonecas" quando o ia buscar mais cedo.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 10.10.2014 às 14:31

A minha filha por vezes adormecia a caminho de casa (+-18.30h) e só acordava ao outro dia.
Simplesmente era impossível acordá-la para jantar, dar banho, fosse o que fosse. Estava em coma, mesmo.
A falta que a seta lhe fez :_(
Sem imagem de perfil

De Lilian a 07.10.2014 às 15:52

Eu concordo com tudo o que diz o Dr. Mario Cordeiro.... menos com a sesta!!! Sesta depois dos 4 anos é que não! Pelo menos não para os meus fhos, claro!
Se for sesta depois dos 30, aí já concordo plenamente!
Sem imagem de perfil

De Sn a 07.10.2014 às 16:26

Ah ah ah! Apoiado sesta depois dos 30!
Sem imagem de perfil

De Mário Cordeiro a 07.10.2014 às 17:02

Lilian: sesta deveria ser como o Natal: "sempre que um homem quiser"... o pior é que, aos 4 anos, já muitas escolas estão mais preocupadas com as "aprendizagens cognitivas" (e até - não é um nem dois casos...) com "avaliações" (cratices...), do que com as necessidades fisiológicas e psicológicas das crianças. É curioso: à medida que o conhecimento da neurofisiologia e neuropsicologia aumenta, parece que as práticas andam em sentido contrário. Culpa dos governantes, mas não só... cada escola pode fazer o que quiser, dentro de certos limites, mas o laxismo impera em muitas.
Sem imagem de perfil

De Lilian a 07.10.2014 às 19:11

Claro que sim, há crianças que precisam imenso de dormir ou que, por imperativos familiares, precisam de se deitar mais tarde. Como eu disse, no caso dos meus filhos, depois dos quatro anos se dormissem a sesta não havia quem os deitasse à noite, o que prejudicava a dinâmica familiar.
Infelizmente há escolas que vêem as crianças como números, que produzem resultados (avaliacoes) e não como meninos que são e que podem precisar de descansar...
Sem imagem de perfil

De Susana V a 07.10.2014 às 15:42

Eu concordo com os dois anos e pico como a altura certa para entrar no infantário. Não vejo vantagem (para as crianças) em entrar no infantário antes dessa idade. Aliás, antes dos 18 meses acho que elas deviam ter o direito de ter um colo só para si. Mas é claro que há aqui muitas condicionantes...

Também acho difícil as crianças serem eficientemente "domesticadas" pelos avós depois dos dois anos porque: 1)- é preciso uma energia enorme da parte do educador como frisou o MC no seu comentário; 2) para facilitar os avós tendem a ser demasiado complacentes).

Quanto a sesta, acho que as crianças deveriam poder usufruir dela até aos seis anos, mas não deveriam ter necessariamente ter de usufruir dela até aos seis anos. Cada caso é um caso.

A minha filha mais velha dormiu a sesta até fazer 5 anos e poderia continuar mais um ano sem problema, só lhe fazia bem. Já a mais nova deixou de dormir aos quatro por escolha minha (no infantário em que andaram entre os 4 e os 5 anos os pais decidiam). Para ela era difícil adormecer à tarde, difícil de acordar depois da sesta, difícil de adormecer à noite, e difícil de acordar de manhã. Depois de parar com a sesta foi uma beleza...
Sem imagem de perfil

De Isabel Prata a 07.10.2014 às 15:07

aqui está um assunto, em que eu, sempre com opiniões tão seguras sobre tudo, não tenho uma opinião. A não ser dizer como o pediatra Mário Cordeiro, cada caso é um caso. Os meus 3 filhos foram muito bebés para o infantário porque não tinham outra hipótese. E correu tudo muito bem. Tiveram as doenças típicas, mas depois dos 3 anos ficaram vacinados.


A única coisa que tenho como certa, é que para uma mãe ansiosa como eu, foi muito mais fácil deixá-los no infantário do que em casa ou numa ama. Se forem sítios em condições (e os infantários onde andaram as 3 crianças eram muito bons) são espaços muito mais seguros do que uma casa.
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 07.10.2014 às 14:56

Só para apimentar e alargar os horizontes desta discussão lanço uma outra questão:

As crianças têm mesmo de ir para a escola?

Parece que não. Afinal, esta coisa da escola é relativamente recente, e não me espantaria se daqui a mais 100 anos viéssemos a descobrir que foi apenas uma solução transitória na evolução da sociedade...
Parece que nos últimos quatro anos o números de crianças em ensino doméstico quadruplicou (http://www.sol.pt/noticia/115935).
Como nos faz bem, por vezes, questionar um pouco tudo aquilo a que fomos habituados, sugiro a leitura deste testemunho de unschooling radical que põe em questão não só a escola como toda a obstinação pedagógica (https://www.smashwords.com/books/view/481175).
Imagem de perfil

De Sofia a 07.10.2014 às 15:58

Eu não li ainda o livro "Livre para Crescer", hei de lê-lo assim que puder, mas, pelo que li no artigo d'O Sol, não gostei assim muito do conceito. Toda a gente sabe que todas as pessoas são diferentes, têm ritmos biológicos e de aprendizagem diferentes e um mundo ideal estaria perfeitamente adaptado a isso. No entanto, na vida real, um sistema em que tudo estivesse adaptado às necessidades de cada seria insustentável, gerar-se-ia a anarquia. No momento atual, cerca de 90% dos empregos, mais coisa menos coisa, são das nove da manhã às seis da tarde, num ambiente diferente do conforto caseiro, em que as tarefas atribuídas aos trabalhadores nem sempre levam em conta as individualidades dos mesmos (tanto quanto sei) e nem sempre correspondem ao gosto de cada um. A escola acaba por ser uma versão soft desta realidade. Pode não ser justo, pode não ser ideal, mas é a que existe. Será a melhor política manter as crianças fechadas numa redoma, em que o mundo é adaptado a elas, quando mais cedo ou mais tarde serão expulsas dessa realidade, tendo de se adaptar ao mundo em vez de ser ao contrário?
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 07.10.2014 às 22:24

Essa argumentação é válida se encararmos o futuro como sendo uma dependência do presente. Se acharmos que a sociedade evolui, então não há vantagem nenhuma em "preparar" as crianças para o futuro através do condicionamento do que é a realidade actual.
Imagem de perfil

De Sofia a 08.10.2014 às 14:35

Mas o que é a escola e a própria educação se não uma preparação para o futuro? E não acredito que a sociedade mude assim tanto em vinte ou trinta anos, a vida real terá sempre componentes desagradáveis, que preferiríamos evitar mas não conseguimos.
Sem imagem de perfil

De Joana a 07.10.2014 às 16:31

Há 100 anos atrás as mulheres não trabalhavam, hoje trabalham. Havia um comunidade junta na educação das crianças, hoje estamos cada vez mais isolados em casa.

A escola para muitas crianças, é muito mais do que o sítio onde aprendem, é muitas vezes o único sítio onde convivem com crianças da idade delas.
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 07.10.2014 às 22:29

Portanto está a admitir que a escola é um mal necessário para a isolamento social e comunitário que se vive actualmente e para compensar o deficiente convívio (de com viver) que existe dentro da família. Até porque também é muito discutível se as crianças beneficiam mais de conviver com pares ou com adultos de referência.
Sem imagem de perfil

De Joana a 08.10.2014 às 09:03

Não, estou a dizer que não se pode comparar a realidade de hoje - 2014 com a realidade de há 100 anos -1914, em que a esmagadora maioria da população era analfabeta.

Eu pessoalmente não considero a escola um mal necessário, acho uma mais valia
Imagem de perfil

De Teresa Power a 09.10.2014 às 09:39

Ora aqui está uma belíssima discussão para o JMT trazer a público! Há cada vez mais famílias a optar pelo Homeschooling, que está cada vez mais implantado na América e na Inglaterra. Já conheço pelo menos três famílias portuguesas neste caminho! Eu não me imagino a fazer ensino doméstico, simplesmente porque não teria a paciência necessária para acompanhar os meus filhos em disciplinas que me custam imenso entender (leia-se matemática e afins), e porque não tenho disponibilidade económica para o fazer, e por mais uma série de razões. Mas acho que esta seria uma bela discussão a trazer à luz. Que dizes, João?
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 09.10.2014 às 22:56

Ainda bem que a Teresa acha isto uma boa discussão e propôs que fosse promovida. Apesar de eu ainda não ter nada a ver com o homeschooling reconheço que é uma tema que me tem atraído e feito pensar. Talvez por isso gostaria também de conhecer essa série de razões de que a Teresa fala, porque a Teresa é para mim uma referência e porque me parece que as duas razões que apresentou são demasiado de ordem prática...
Imagem de perfil

De Teresa Power a 10.10.2014 às 08:49

Bom dia, João Miguel Tavares e João Miranda! Ora bem, vou deixar o que eu penso de forma muito, muito sucinta:
- Pai é pai, professor é professor. Os pais não podem ser tudo na vida dos filhos, por muitas e longas razões. As crianças devem poder distinguir entre um e outro sem mistura emocional perigosa.
- No passado a escola era em casa, sim, mas com um tutor ou professor que até ela se deslocava. A escola doméstica da Ana Rute Cavaco também não é homeschooling, ou seja, é-o apenas em termos legais, porque é uma escola fora de casa com um grupo de crianças. Estas duas situações são perfeitamente aceitáveis para mim. Continuam a distinguir entre o papel do pai e o do professor.
- Homeschooling é um estilo de vida centrado nos filhos. Eu nunca o faria, porque acredito, como mãe cristã, que a minha vida se deve estender muito para além dos filhos, quer eu trabalhe fora de casa quer não. Convenhamos: uma mãe que faça homeschooling a sério não tem tempo para mais nada, ou sobretudo, para mais ninguém...
- Como cristã, acredito que devemos viver no mundo sem lhe pertencer. Isto é válido para adultos e crianças. Os meus filhos devem conhecer a realidade do outro, confrontar-se com ela, aprender com ela o que é bom e descartar o que é mau. Não tenho receio de que venham a "perder-se" por causa da escola. Para isso é que eu estou cá, como mãe, esse sim o meu papel.
- Como cristã, acredito que ir ao encontro do outro é também uma forma de evangelizar, de temperar com bom sal a realidade do mundo, neste caso da escola. Os meus filhos são um bom tempero na escola, acho eu!
- A escola disciplina-nos e educa-nos porque nos obriga a horários, a respeitar o ritmo do outro, a engolir em seco, a ser contrariado, a sair de mim mesmo para ajudar o outro, a ser ajudado, etc.
- Por último, preocupa-me o fundamentalismo que percebo em blogs e conversas de pessoas que praticam homeschooling, e que pintam a escola como a pior das prisões. Nunca gostei de fundamentalismos, sobretudo em termos de educação, e ele está cada vez mais presente neste pensamento sobre o homeschooling, mesmo em blogs católicos, o que ainda me incomoda mais. A escola não é uma prisão e os meus filhos são tudo menos formatados!
Bem, isto podia ser muito mais desenvolvido, mas um comentário não é um post! Ab Teresa
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 11.10.2014 às 01:43

Obrigado pelo comentário Teresa, bem me parecia que tinha razões mais de fundo.
São mais ou menos essas as razões que me deixam de pé atrás relativamente ao homeschooling, embora em algumas persista com dúvidas. Sem ser necessariamente para prolongar aqui a discussão mas:
- Só nós é que não podemos centrar a nossa vida naquilo a que fomos chamados, a família? Os sacerdotes centram a sua vida na pastoral, os religiosos na oração ou missão, outros no trabalho. Mas os pais têm que se dividir, passando inclusivamente mais tempo no trabalho do que com a família ( o que também não significa que não permaneçam centrados nela)
- Sem dúvida que os nossos filhos são para viver no mundo, mas não sei se isso passa pela escola nos moldes actuais nem a partir de que idade e de estrutura pessoal é que o beneficio de estar exposto ao risco é superior ao perigo (há realidades em que os riscos são bastante reais)
- Eu também não sou de fundamentalismos, se os meus comentários foram mais agressivos foi só para espicaçar. Tenho a certeza que a escola tem muito para evoluir e portanto a solução não terá que passar pelo homeschooling generalizado. No entanto percebo os pais que o escolhem e acredito que o conseguem fazer sem prejuizo para os filhos.
Imagem de perfil

De Teresa Power a 11.10.2014 às 09:13

Uns centram a vida na missão, outros no trabalho, outros na família... João, como lhe disse, se centrarmos a vida em Deus, tudo se ajeita naturalmente! Só Ele é o Senhor, o centro de gravidade. Quando assim fizermos, descobrimos naturalmente o equilíbrio em todas as nossas realidades. Porque centrar a vida no trabalho ou até na família (sim, não se esncandalize!) pode ser uma atitude idolátrica...
Eu também às vezes faço comentários aqui mais agressivos para espicaçar! O JMT tem as costas largas :)
Ab Teresa
Sem imagem de perfil

De João Miranda Santos a 13.10.2014 às 00:17

Não me escandalizo nada Teresa, percebo isso perfeitamente! É o que mais se vê por aí é pais que estendem o seu umbiguismo à família... e pobres dos filhos que são meros instrumentos de realização dos pais.
Foi apenas uma questão de usar o termo errado, eu queria dizer dedicar à família, naturalmente como consequência de estar centrado em Deus, só assim me faz sentido.
Mas é claro também que a Teresa com essa rectificação oportuna arrumou a questão, porque para estar centrados em Deus é na oração que encontramos o modo certo, muito mais do que em divagações filosóficas e generalistas.
Obrigado!
Sem imagem de perfil

De Mãe Sabichona a 07.10.2014 às 14:50

Tenho procurado infantários que sigam o movimento escola moderna ou high scope, mas não é fácil encontrar. Há uma high scope mas é só em Cascais e outra se não me engano na Amadora. Liguei, aliás, para a associação MEM e foi-me dito que não existem propriamente escolas (à excepção de uma em benfica) que sigam este tipo de pedagogia. O que acontece é que existem educadores/professores que se formaram na mesma e que depois depende de onde eles estão. Mas na mesma escola, um pode seguir MEM e outro não e é uma questão de sorte. Se o Dr. Mário me souber responder que infantários na grande Lisboa conhece que sigam MEM agradeço...
Sem imagem de perfil

De Susana a 07.10.2014 às 16:03

O Infantário Piloto Diese na Av. 5 de Outubro segue o MEM e só posso dizer bem dele.
Sem imagem de perfil

De Susana a 07.10.2014 às 16:07

O Infantário Piloto Diese na A. 5 do Outubro em Lisboa segue o MEM
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 15.10.2015 às 22:16

Relativamente ao Infantário Piloto Diese, na Av 5 Out, gostava de apresentar a minha experiência e observações que fiz ao longo dos meses em que o meu filho o frequentou.
A 1ª vez que visitei as instalações, mostraram-me um refeitório, um recreio coberto, a cozinha e várias salas. Nunca me passou pela cabeça perguntar se o meu filho iria fazer as suas refeições no refeitório ou brincar no recreio diariamente. Só depois do ano lectivo começar, é que me dei conta que as crianças da creche não comem no refeitório e que os recreios são para as crianças mais velhas do jardim-de-infância. Na maior parte dos dias, os meninos da creche passam o dia na sala de actividades que é a sala onde brincam, onde fazem as refeições e as sestas.
Cada sala da creche tem cerca de 20 crianças, sendo acompanhadas por 1 educadora e 2 auxiliares. Nenhuma das salas que me mostraram tem mais de 16 metros quadrados. Em termos de climaterização, apenas vi uma ventoinha em duas das salas e nunca vi aquecedores. No final do dia, as salas estão completamente abafadas e com um cheiro bastante desagradável.
Para além da mensalidade e das refeições (ou serviço de refeitório, caso as crianças levem comida de casa), todos os meses existem despesas a fazer no infantário: bibes, lençóis, chapéus, álbuns fotográficos, passeios, visitas de estudo, espectáculos, dvds com fotografias ou cds graváveis com música, para dar exemplos. É exigido que a compra destes produtos seja feita sempre em dinheiro, recusando-se a emitir facturas. Não há nenhum mês em que não haja este tipo de despesa adicional e o preço cobrado é acima do valor considerado médio para o efeito.
Existem ainda, ao longo do ano, algumas iniciativas de carácter marcadamente comercial, como a feira de Natal e feira do livro, onde se comercializam produtos feitos pelas crianças e livros em que a margem de desconto do editor reverte a favor do infantário.
No final do ano, o infantário organiza uma festa. É cobrado dinheiro a todos os que quiserem assistir à festa, inclusive cada um dos pais tem de pagar bilhete se quiser ver a actuação do seu filho. Não sei se este tipo de práticas comerciais é comum noutros colégios ou infantários. Parece-me abusivo e fica evidente primazia do negócio e do lucro, em detrimento do bem-estar das crianças.
Ao nível pedagógico, foi-me dito que, para além das educadoras trabalharem todas com o modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna, também as auxiliares tinham formação sobre o mesmo. Este foi o principal motivo que me fez escolher o infantário. Porém, após ter-me informado junto de dois professores que há mais de 20 anos trabalham com este modelo pedagógico, percebo que as educadoras apenas utilizam os chamados instrumentos de pilotagem, descurando os princípios de actuação pedagógica. Para dar alguns exemplos, posso afirmar que assisti, várias vezes, a uma das auxiliares da creche a gritar com as crianças e a ralhar com elas, acusando-as de terem “lágrimas de crocodilo” por estarem a chorar. Sei do caso de uma educadora que obriga as crianças a morderem-se a elas mesmas, caso estas mordam as outras crianças. Não critico estas formas de actuação, apenas sei que alguém que realmente implemente o modelo pedagógico do MEM nunca agiria assim com uma criança.
Por estes e por muitos outros motivos não aconselho este infantário.
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 07.10.2014 às 23:10

Nas escolas oficiais, realmente não há maneira de saber ou escolher um educador ou professor que trabalhe segundo a pedagogia do MEM, mas não deveria ser assim em relação às escolas particulares. Há várias escolas que seguem o MEM, por assim dizer, umas mais a fundo do que outras, certamente, mas são várias. Experimente as escolas "Voz do Operário" (há - ou havia, quando estagiei - na Graça, na Ajuda e talvez mais alguma). No Restelo havia a Cooperativa de Ensino "A Torre" - também estagiei lá -.

O infantário piloto Diese não conheço pessoalmente, mas se quiser conhecer um pouco veja o blogue de uma das salas (várias salas têm, mas eu só sigo este blogue):

http://sala-da-marta.blogspot.pt/

Vontade de conhecer este infantário não me falta!
Sem imagem de perfil

De Mãe Sabichona a 08.10.2014 às 01:14

A torre tenho conhecimento e a voz do operário também mas são zonas inacessíveis. Não conhecia esse piloto diese. Soube que o moinho de sonho na amadora segue a pedagogia high scope mas ainda não visitei e não tenho referências. Têm conhecimento de algum nas zonas de loures, odivelas ou lumiar?
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 08.10.2014 às 08:06

Infelizmente, não.
Sem imagem de perfil

De Mãe Sabichona a 09.10.2014 às 10:28

Com mais um contacto com a associação, esta é a resposta:
"O Movimento da Escola Moderna é uma associação de autoformação cooperada de professores de todos os graus de ensino (do Pré-Escolar ao Superior) organizados em núcleos regionais que abrangem o continente e ilhas.
Estes professores reunem-se regularmente para a sua formação, mudando de núcleos regionais sempre que a sua colocação a isso obriga.
O MEM não tem portanto escolas específicas onde os seus professores trabalham, nem dispõe de escolas do próprio Movimento da Escola Moderna."
Portanto, deduzo que mesmo existindo locais que sigam este movimento, não estão indicados como tal.
Sem imagem de perfil

De Bruxa Mimi a 09.10.2014 às 22:11

Eu conheço esse texto da página do MEM, mas sinceramente acho que só se aplica aos professores que trabalham nas escolas públicas. Os colégios que decidam trabalhar seguindo o modelo do MEM, fazem-no, e mesmo que saiam professores, contratam novos professores que estejam "na mesma onda pedagógica".

Por outro lado, disse-me um colega que há colégios que querem ser associados ao MEM para poderem atrair clientela, mas que só seguem a pedagogia do MEM no papel. Um pai/mãe que tenha boas referências do MEM (de certeza que também há quem diga mal, como em tudo), mas que não tenha a mínima noção do que é, facilmente engole como verdadeiro o que lhe for dito.

Infelizmente, não tenho mesmo mais sugestões de escolas a dar, além das que mencionei.
Sem imagem de perfil

De Maria2 a 09.10.2014 às 03:40

É seguir os professores. Durante algum tempo, na ESE de Lisboa tinha professores que nos formavam seguindo a Filosofia do MEM. No caso das educadoras, desconheço.
Sem imagem de perfil

De Sónia Mota a 07.10.2014 às 14:26

O Dr. Mário Cordeiro só não é o pediatra dos meus filhos porque eu, sendo transmontana, vivo em Guimarães. No entanto, consigo que ele tenha alguma influência na vida deles porque vou comprando os livros dele e vou pondo em prática muitos dos conselhos. Tenho 2 putos, um de 4 e outro de 1 ano. O mais velho foi para o infantário aos 2 e foi um inferno porque chorou que se fartou durante meses a fio. O mais novo foi já em Setembro deste ano por ser mais fácil na rotina do dia-a-dia (levar um ao infantário e outro aos avós e depois ir buscar era uma perda enorme de tempo em viagens). Concordo que o infantário se torna necessário depois dos 2 anos. Até lá, a interacção com os adultos é suficiente. Em relação à sesta, vou ter que discordar. Bem, não é discordar, é mais "depende da criança". O meu filho mais velho deixou de fazer a sexta no infantário no fim do ano lectivo anterior (ele fez os 4 anos em Julho, por isso fez a sesta até aos 4), mas aos fds já não fazia a sesta desde os 3 anos e meio porque, apesar das sestas dele serem apenas de 1 hora desde muito pequeno, à noite demorava imenso tempo a adormecer. Quer o deite às 21h, quer o deite às 23h (em dias de festa), ele acorda entre as 7h e as 7h30. Quando fazia a sesta na escola, acabava por adormecer já perto das 22h 2 acordava à hora do costume. Desde que deixou de a fazer, consigo que esteja a dormir às 21h para que durma, pelo menos, 10 horas que, não sendo muito, é o normal no caso dele. O meu mais novo dorme sestas de 3 horas e mais e dorme 11 horas durante a noite.
Sem imagem de perfil

De Sn a 07.10.2014 às 14:19

Mas dormir até aos 6... Só se lá por casa os horários forem loucos e a criançada se deitar tarde e levantar cedo.
Os meu filho mais velho dorme 11h aproximadamente e acorda sozinho (tem 6 anos). Se noto que está mais cansado deito-o mais cedo.
O meu filho mais novo tem 4, ainda dorme sesta e já começou a acontecer o mesmo que aconteceu com o mais velho : levanta-se "n" vezes e tem dificuldade em adormecer. Depois, pela manhã, é uma chatice pois está cheio de sono e rabugento.
Não sei. Mas eu não sou médica ;)
Sem imagem de perfil

De gralha a 07.10.2014 às 15:28

Olhe que os meus dormem 11 horas à noite e bem precisam de sesta. O de 7 anos só a deixou aos fins-de-semana quando entrou para o 1.º ano e o de 4 anos está a ressentir-se bastante por lhe terem tirado a sesta na escola este ano. Acho que depende das crianças, como depende dos adultos, mas era bom que todos pudessem ter essa opção.
Sem imagem de perfil

De Sn a 07.10.2014 às 16:32

Sim, deve ser isso. Se calhar importava que quem precisasse dormir pudesse fazer-lo.
Sem imagem de perfil

De Mário Cordeiro a 07.10.2014 às 16:59

Nãos e trata de "dormir obrigatoriamente até aos 6" mas de ter essa possibilidade. Não há razões práticas para não o fazer: há sempre duas salas. Durante a hora da sesta, quem precisa de dormir, dorme numa (nas caminhas desdobráveis) e quem não precisa brinca na outra. A interacção entre crianças de diversas idades, sobretudo quando quase não há irmãos em casa (exceptuam-se os ilustres gestores deste blogue) é muito saudável, também.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 10.10.2014 às 14:29

Não há SEMPRE duas salas, infelizmente.
Na escola (pública) onde andam os meus filhos existia uma sala da pré (JI) mista - 3 aos 5/6 anos.
E três salas do 1.º ciclo, em que numa delas era sempre leccionado dois anos juntos (ex. 1.º e 2.º).
Um ano não houve "meninos suficientes" para 3 turmas do 1.º ciclo e retiraram um lugar... enfim, em vez de darem o lugar a um prof desempregado, darem a oportunidade às crianças de terem uma turma pequena... mas não, tiveram de ter duas turmas mistas - 1.º e 2.º ano com uma professora, 3.º e 4.º com outra.
Como haviam sempre muitas inscrições para a sala da pré que não conseguiam entrar (entravam sempre os mais velhinhos), conseguiram abrir outra sala da pré e assim também ir "investindo" em mais crianças para depois ingressarem o 1.º ciclo, pois com apenas uma sala da pré e mista nunca saíam muitos meninos para o primeiro ano.
Assim, dois anos depois da escola ter conseguido a 2ª. sala da pré, consegui recuperar um lugar do 1.º ciclo.
E agora, sala????
Pois, a solução foi um contentor... não é o ideal, mas os pais estão contentes.
A escola é pobre, os recursos são escassos e básicos, mas é uma grande família!
Pena não serem sempre assim as escola, em especial no 1.º e 2.º ciclo (e quem sabe 3.º)...
Grandes agrupamentos, turmas de 30 alunos... tantas condições físicas e depois????

Pois... e já me perdi (desculpem) isto para dizer que nem todos os locais têm condições fisicas para as sestas. Na "nossa" escola improvisam, com os colchoes da ginástica, com a caminha das bonecas e quando algum precisa de dormir, pois dorme! Mais uma vezs, não é o ideal... é o possível!
Sem imagem de perfil

De Sofia Lopes a 09.10.2014 às 10:53

Mas também não é preciso ser-se médico para saber se os nossos filhos precisam dormir a sesta ou não ;)

Comentar post





Os livros do pai


Onde o pai fala de assuntos sérios



Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2016
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2015
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2014
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2013
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2012
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D