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O Dr. Mário Cordeiro voltou a dar-se ao trabalho de responder aos meus desafios, e aqui ficam os seus sábios conselhos, para que não morram na caixa de comentários. (Já agora, aproveito para lhe dar publicamente os parabéns por o seu novo livro, Educar com Amor, estar em primeiro lugar do top do Expresso de Não Ficção - embora dentro da lógica "A minha vida familiar dava um filme", não sei se Não Ficção será a categoria mais adequada...).
Só mais uma coisa: como se verá pela sua resposta e pelos comentários de alguns leitores, o Dr. Mário abre aqui uma nova questão onírico-educativa chamada "a sesta". Talvez também valha a pena falarmos todos sobre ela. Para já, convido-vos a ler as muito bem sistematizadas ideias do Dr. Mário:
Já que o JMT me pede a opinião, e para ser sucinto, diria:
- não fazer um "cavalo de batalha" acerca do assunto porque cada um é que sabe as linhas com que se cose... se há apoios, se não há, se os apoios que há são eficientes e dão conta do recado (aturar uma criancinha de 18 meses é obra e exige arcaboiço físico e psicológico, mais até do que estimular ou dar de comer...), etc, etc;
- idealmente, a entrada seria aos dois anos e picos (depende muito de quando faz anos, mas há cada vez mais escolas a ter duas entradas: Setembro e Março);
- antes dessa idade, a interacção social é mais para roubar brinquedos do que para jogo em conjunto. Todavia, com a ausência de irmãos, primos e vida de aldeia, as crianças podem ficar um bocado isoladas;
- as "ranhites" e afins aparecem em força, claro. Não quer dizer que ficar em casa seja passaporte para a felicidade, mas [nos infantários] a carga de infecções é maior (dez vezes maior, estatisticamente), embora a maioria sejam coisas simples, embora causem alguma disrupção na vida laboral e no quotidiano dos pais, sobretudo quando não há "SOS-avós";
- há crianças que, embora recebendo esta bicharada toda, não reagem; outras é diariamente...;
- por outro lado, numa escola há sempre a certeza de haver lá educadores (só depois, no 1º ciclo, é que o senhor professor NC começa a deixar turmas semanas a fio sem "s´tores"...), ao passo que uma pessoa em casa pode ficar doente ou, pura e simplesmente, avisar na sexta à tarde que já não regressa na segunda de manhã;
- sem dramas, é ver qual a melhor solução para o ecossistema familiar. As crianças não vivem isoladas e têm de se enquadrar na vida dos pais;
- a partir dos 2 anos, dois e meio, sim... aí já faz falta;
- convém escolher uma escola que siga, pelo menos parcialmente, o Movimento da Escola Moderna, em que se ensina pela cultura e pelo afecto, em que os pais fazem parte da comunidade escolar e em que se brinca muito. E, também, em que não há espartilhos de idades, mas apenas três conjuntos: os grandes, os médios e os pequenos, com grande interacção entre todos;
- Ah. Last but not least: em que se possa dormir a sesta até aos 6 anos!