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Quando é que eles devem ir para o infantário? #2

por João Miguel Tavares, em 07.10.14

O Dr. Mário Cordeiro voltou a dar-se ao trabalho de responder aos meus desafios, e aqui ficam os seus sábios conselhos, para que não morram na caixa de comentários. (Já agora, aproveito para lhe dar publicamente os parabéns por o seu novo livro, Educar com Amor, estar em primeiro lugar do top do Expresso de Não Ficção - embora dentro da lógica "A minha vida familiar dava um filme", não sei se Não Ficção será a categoria mais adequada...).

 

Só mais uma coisa: como se verá pela sua resposta e pelos comentários de alguns leitores, o Dr. Mário abre aqui uma nova questão onírico-educativa chamada "a sesta". Talvez também valha a pena falarmos todos sobre ela. Para já, convido-vos a ler as muito bem sistematizadas ideias do Dr. Mário:

 

Já que o JMT me pede a opinião, e para ser sucinto, diria:


- não fazer um "cavalo de batalha" acerca do assunto porque cada um é que sabe as linhas com que se cose... se há apoios, se não há, se os apoios que há são eficientes e dão conta do recado (aturar uma criancinha de 18 meses é obra e exige arcaboiço físico e psicológico, mais até do que estimular ou dar de comer...), etc, etc;


- idealmente, a entrada seria aos dois anos e picos (depende muito de quando faz anos, mas há cada vez mais escolas a ter duas entradas: Setembro e Março);


- antes dessa idade, a interacção social é mais para roubar brinquedos do que para jogo em conjunto. Todavia, com a ausência de irmãos, primos e vida de aldeia, as crianças podem ficar um bocado isoladas;


- as "ranhites" e afins aparecem em força, claro. Não quer dizer que ficar em casa seja passaporte para a felicidade, mas [nos infantários] a carga de infecções é maior (dez vezes maior, estatisticamente), embora a maioria sejam coisas simples, embora causem alguma disrupção na vida laboral e no quotidiano dos pais, sobretudo quando não há "SOS-avós";


- há crianças que, embora recebendo esta bicharada toda, não reagem; outras é diariamente...;


- por outro lado, numa escola há sempre a certeza de haver lá educadores (só depois, no 1º ciclo, é que o senhor professor NC começa a deixar turmas semanas a fio sem "s´tores"...), ao passo que uma pessoa em casa pode ficar doente ou, pura e simplesmente, avisar na sexta à tarde que já não regressa na segunda de manhã;


- sem dramas, é ver qual a melhor solução para o ecossistema familiar. As crianças não vivem isoladas e têm de se enquadrar na vida dos pais;


- a partir dos 2 anos, dois e meio, sim... aí já faz falta;


- convém escolher uma escola que siga, pelo menos parcialmente, o Movimento da Escola Moderna, em que se ensina pela cultura e pelo afecto, em que os pais fazem parte da comunidade escolar e em que se brinca muito. E, também, em que não há espartilhos de idades, mas apenas três conjuntos: os grandes, os médios e os pequenos, com grande interacção entre todos;


- Ah. Last but not least: em que se possa dormir a sesta até aos 6 anos!

 

 

publicado às 13:30


74 comentários

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De Anónimo a 09.10.2014 às 09:53

Assustador! Acho que nao me lembro de ver um pai na minha faculdade ha 15 anos atras... sera mais um sinal da tal falta de independencia de que falava JMT ha uns posts atras?

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