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Quando é que eles podem ir sozinhos para a escola? #3

por João Miguel Tavares, em 24.09.14

No Facebook, o Duarte Araújo Mata deixou este link para uma notícia de há um ano do jornal italiano La Stampa. São muito curiosas - e significativas - as diferentes percentagens de filhos que vão sozinhos para a escola em Itália, na Inglaterra e na Alemanha. Título e pós-título do artigo: 

 

Scuola: “Bambini privi di autonomia” Appena l’8% torna a casa da solo

 

In Germania il 76%, in Inghilterra il 25%: i bambini italiani, a differenza dei coetanei europei, sono sempre scortati dagli adulti: secondo esperti e pediatri è molto negativo

 

publicado às 12:06


10 comentários

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De José Moreira a 25.09.2014 às 11:15

A propósito deste assunto, lembrei-me de uma cena de um filme:

"Marlin (o pai): I promised I'd never let anything happen to him (o filho).
Dory: Hmm. That's a funny thing to promise.
Marlin: What?
Dory: Well, you can't never let anything happen to him. Then nothing would ever happen to him. Not much fun for little Harpo."

Do filme "À procura de Nemo"
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De Sofia a 25.09.2014 às 13:50

Agora que penso nisso, hoje em dia muitos papás são como o Marvin, realmente. E o peixinho ainda tinha a desculpa de ter tido um trauma e de que o filho tinha uma barbatana mais pequena que o normal.
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De s* a 25.09.2014 às 10:35

Como tudo vai do hábito e das mentalidades, o meu filho tem 9 anos, anda no 5º ano e vai para casa sozinho, para a escola não porque eu também vou trabalhar no mesmo horário.
Mas desde o 3º ano, que comecei por levá-lo a pé para a escola (o meu horário permitia), até que começou a ir sozinho.
Hoje em dia, não só vai para casa a pé como fica sozinho até eu chegar, eu sei que há pais que ficam escandalizados, mas eu sei que ele é responsável, não atende o telefone a estranhos (mesmo que estejamos em casa), nem abre a porta.
Quando chega a casa,lancha e começa a fazer os TPC e se não tiver faz extra sem que ninguém o mande.
Para terminar, o pai no início também não queria que ele tivesse tanta autonomia, porque era muito pequeno, hoje se lhe custa, custa, mas paciência habitua-se.
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De Isabel Prata a 25.09.2014 às 09:30

As dores do crescimento dos nossos filhos, a primeira vez que os deixamos no infantário, o 1º dia de escola, a primeira vez que dormem fora etc

Na minha cabeça todas as tragédias são possíveis, mas tenho vindo a aprender a lidar com isso, porque é assim que tem que ser. Tenho 3 filhos, 21, 20 e 10, e não há volta a dar, viveremos sempre angustiados, que eles sejam atropelados, que tenham um acidente, que andem em más companhias (por acaso o cenário do rapto nunca me atormentou). Mas os filhos não são nossos são do mundo e a nossa obrigação é dar-lhes asas, procurando que as calças sejam à medida das pernas. Só assim eles ganham autonomia e só assim eles podem aprender a lidar com as situações e a evitar os perigos. E ir estando atentos aos sinais que eles dão. Hoje há uma ajuda muito grande, os telemóveis. Mas mesmo assim é só uma ajuda, e que até se pode tornar contraproducente: no dia em que por alguma razão eles não atendem, entramos em pânico. Quando os mais velhos começaram a sair à noite, iam cheios de recomendações, sobretudo em relação ao álcool. De início íamos buscá-los, depois começaram a vir de táxi, depois com amigos, depois tiram carta... De início não adormecia antes de chegarem, agora, sossegada por os saber ajuizados, apenas quando acordo de manhã vou ver se eles estão nos quartos. É assim, o irem sozinhos para a escola aos 10 anos é só uma pequena etapa. Como dizem os antigos a solução é "alma até almeida".
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De Anónimo a 25.09.2014 às 14:00

Dar asas nao significa relaxar. Significa aceitar que ha riscos, mas que os nossos filhos estao preparados para eles.
Os meus deixaram-me comecar a sair a noite muito cedo, mas ate sair de casa para me casar, sempre que chegava e passava pela porta do quarto dos meus pais, ouvia "Ja chegaste?"
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De Anónimo a 24.09.2014 às 20:10

No cantão Suiço onde moro - e penso que pelo menos nos outros cantões germânicos - as crianças vão sem adultos para a escola a partir dos 4 anos. Não vão sozinhas, vão em pequenos grupos, há um kindergarten em cada esquina, ou seja, provavelmente ninguém mora a mais de 500m da escola, as pessoas conduzem a 50km, quando não é a 30km (velocidade máxima nas zonas residenciais e perto das escolas) e a polícia vai às escolas ensinar as crianças a atravessar a estrada.

Os miúdos de 10 anos já podem ter que ir para mais longe e vão de tram, trotinete ou bicicleta, também em grupos.

A minha mentalidade lusa ainda me faz ter vontade de parar o carro e perguntar aos mais pequeninos se estão perdidos e precisam de ajuda :-)))
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De Susana V. a 24.09.2014 às 17:31

O meu medo relativamente às crianças andarem sozinhas numa cidade como Lisboa é muito mais prosaico, mas também estatisticamente mais significativo que o medo dos raptos.

É o medo de eles serem atropelados nas passadeiras e nos semáforos por condutores desvairados. Ou serem atropelados por outros pais que usam as passadeiras em frente às escolas para estacionar "só por um bocadinho". Esta é uma ameaça muito real em certas zonas de Lisboa (não provavelmente muito relevante nas Avenidas Novas).
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De Rita a 24.09.2014 às 13:29

Na Holanda, as criancas de 10 anos vao nao so' sozinhas para a escola, como o fazem de bicicleta ;). Antes disso, ha todo um processo de educacao para a seguranca rodoviaria feito felos pais e pela escola. E' comum ver os pais a levarem, inicialmente, as criancas lado a lado na bicicleta (muitas vezes com uma mao no ombro da crianca). Vao dando progressivamente mais independencia ate' que elas passam um pequeno "exame de conducao", la' por volta dos 8/9 anos.

Nao quero comparar a pequena cidade holandesa onde vivi com o centro de Lisboa, mas atrever-me-ia a dizer que isto e' tambem uma questao de mentalidades! (da mesma forma que, aos 18 anos, os jovens sao incentivados - leia-se, coagidos ;) - pelos pais a sairem de casa, mesmo que continuem a estudar/trabalhar na mesma cidade)
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De Conceição M. a 24.09.2014 às 17:11

É sem dúvida uma questão de mentalidades, de formas de estar em sociedade...
O meu filho no secundário teve uma colega de ascendência alemã (não sei se ela nasceu cá ou não). Todos os dias - fizesse chuva, sol, frio ou calor - desde os 15 anos(10º ano), aquela menina, vinha de bicicleta para a escola e ia para casa ao fim do dia (de inverno já era escuro ), fazendo um percurso bem distante, pois morava nos arredores ( e não nos mais próximos) de Aveiro. Não por uma questão de carência de recursos, mas exatamente por uma questão de mentalidades diferentes! Era, acho, atleta de alta competição e uma excelente aluna - o meu filho estranhava o facto de ela se aplicar tanto em ter boas notas e sem sequer saber ao certo o que queria seguir; resposta dela - quero ter as melhores notas possíveis pois assim tenho sempre maiores possibilidades de escolher!
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De Olívia a 24.09.2014 às 17:42

Que belo exemplo a dessa rapariga! Quer na autonomia quer na sua posição quanto ao estudo e à escola. E sim é uma questão de mentalidade!
Olívia

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