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O jornal The Independent publica hoje um estudo (soube dele via Observador, que tem vindo a dar - e bem - muita atenção a estas coisas da família e das relações) que demonstra que, a partir dos anos 90, os casamentos têm tendência para serem mais sólidos se homem e mulher tiverem o mesmo nível de educação.

 

Não era assim nos anos 50, em que o homem casava abaixo das suas habilitações - afinal, era o tempo em que eles preferiam as loiras. As loiras baixavam a bolinha, conformavam-se ao seu papel de fadas do lar, e os casamentos duravam e duravam. A partir dos anos 60 tudo isto implodiu, e pelos vistos foram precisas três décadas para os casais conseguirem assimilar um posicionamento igualitário dentro de casa.

 

Só que igualdade com igualdade se paga - e aqueles contos de fada do príncipe que descobria uma qualquer Cinderela infeliz e poeirenta tornaram-se mais complicados. Infelizmente, eles já não vivem felizes para sempre: o príncipe do século XXI não tem pachorra para uma Cinderela pouco letrada.

 

O título do artigo do The Independent é: "Gentlemen prefer brains: similarly educated couples last". Mas a questão não é só dos "brains" - é que a educação e o "upbringing" têm um efeito poderosíssimo em relações não-hierarquizadas, como é suposto serem as actuais. Se ela é professora universitária e ele tem a quarta classe, a vida nunca será fácil. É pouco romântico, mas é mesmo assim.

 

 

publicado às 10:50


3 comentários

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De Amélia a 30.07.2014 às 17:55

Bem, eu acho que tudo depende das pessoas em questão. Já os conheci letrados, donos de mestrados e mil e uma pós-graduações e com a cabecinha bem dentro da caixa. Por outro lado, já os conheci com pouca educação superior, dotados de uma inteligência e cultura invejáveis e capazes de manter uma conversa durante horas. *não obstante, o inverso também é uma realidade: inteligentes e com curso superior e menos intelectualmente estimulante e sem um* Claro que a possibilidade de se tirar um curso superior/ou ter oportunidade de estudar mais - testemunho pessoal - abre fronteiras, pessoais e profissionais, e essa abertura desperta curiosidades: mas não é imperativo. Por isso, sim aos contos de fadas. Às criadas que nas horas vagas vão para as dispensas ler Shakespeare e actualizar-se sobre o estado político do país. E sim aos príncipes que se despem de vaidades e se dão ao trabalho de as conhecer. E sim (mais uma vez), eu sou do tempo em que para os miúdos a Gata Borralheira e a Bela e o Monstro eram filmes de culto obrigatório. aha
Beijinhos a todos! : )
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De Amélia a 30.07.2014 às 18:02

e deixem-me corrigir: despensa*
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De Carlos Duarte a 29.07.2014 às 17:37

João,

O estudo era muito americano, pelo que dá a entender. No Reino Unido, por exemplo, sempre foi impensável (menos agora, até!) que se casasse fora da classe social - e isto tanto se aplicava a homens como a mulheres.

Na realidade, o que o estudo "diz" é que as pessoas têm uma maior probabilidade de sucesso conjugal se casarem dentro do seu "meio". Nos dias que correm isso passa muito pela parte intelectual - mais do que estratos culturais. Mas Cinderelas sempre houve muito poucas e com sucesso, ainda menos.

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