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A Patrícia C. está a cobrar-me o texto sobre o "overscheduling" - chamemos-lhe sobrecarga de horário - que eu ontem tinha prometido neste post. Peço imensa desculpa, mas vou ter de empurrar essa prosa para amanhã - agora preciso de ir escrever o texto do Público, que o PD4 não me paga as contas.

 

Levanto só uma ponta do véu, que de certa forma a Patrícia já intui: a questão da sobrecarga está a procupar-me um pouco no início deste 5.º ano por causa da Carolina, devido ao estranho balanço entre as coisas que queremos que ela faça e as coisas que ela quer fazer. Mais sobre isso amanhã - para já, fiquem com o comentário da Patrícia C., para o caso de quererem ir opinando:

 

Oh João, mande lá vir então esse post sobre o overscheduling, faxavor…!

É que, se concordo com tudo no texto e faço parte deste grupo de pessoas (muitas das quais assumo que venham com regularidade ao blogue) manifestamente contra a vaga de perder vida própria em prol dos filhos e sacrificando-se mais que a conta por isso, acho que não se pode dizer "apenas" que se é a favor ou contra esse tal overscheduling - ou sobrecarga do horário, que talvez possa ser uma aproximação de tradução.

Fazê-lo como fim em si mesmo não me parece positivo para ninguém, nem fazê-lo exclusivamente para que os pais tenham espaços de respiração próprios - aí os ATLs, as piscinas, etc. serão depositários de crianças e tenho dúvidas que elas (as crianças) de facto possam tirar o partido que lhes (de novo, às crianças) é devido.

Quando a actividade corresponde a um interesse do miúdo, ou quando os pais consideram que será fundamental para o seu crescimento e vida (por exemplo, a natação, um desporto, ou mesmo o inglês), é uma coisa. Muitas actividades só "porque sim", para fazer uma cruz na lista que inclui desporto, música, linguas, artes, etc. já será outra…

Mas espero o seu post, para ver então como defende a ideia de sobrecarga do horário (sim, é talvez uma tradução enviesada para o meu lado!) :)

sport-kid-schedule-overschedule-overscheduling-cal

 

publicado às 10:53


13 comentários

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De Nicole I. a 30.10.2014 às 09:47

Olá acho que a sobrecarga das crianças não é só um problema do ocidente, acho que é global do mundo dito civilizado e acho que nós portugueses nem somos assim tão mãos nessa questão. Fui fazer uma visita ao centro Ismaili em Lisboa, para quem não sabe é um centro mulçulmano. Fiquei fascinada sim com a sua cultura de educação eles assumem que os filhos da comunidade são seus filhos e que o sucesso destes é o da comunidade. A melhor frase que ouvi deles foi dizerem se dois pais tem dois filhos e não conseguem dar a melhor das educações aos dois, dem a filha e não ao filho, porque existem menos oportunidades para as mulheres e são elas que vão mudar o mundo e as gerações.
Sim fiquei parva como eles tentam proteger e muito as mulheres da comunidade, mas fiquei completamente parva com o que exigião das crianças, os lideres dessa comunidade (são escolhidos pelo Aga Khan lider espiritual) pelo periodo de 3 anos em modo de voluntáriado, decidiram que deviam de ter 100% de alunos licenciados e obteram 93% de sucesso e este ano em diante querem qualidade, querem mais alunos nos TOP´s das melhores universidades do Mundo.
E como fazem isto, para além da maioria estudar em escolas privadas, frequentam uma escola de inglês internacional tipo cambrige, desde a 1ª classe, tem aulas ao sabádo de manhã onde para além de uma espécie de catequese aprendem mais sobre o mundo e descobertas e inovação científica.
O centro promove cursos e workshops para ajudar os pais e os filhos a estudar e disponibiliza um curso do que precisam de estudar e fazer para se poder candidatar as melhores universidades do mundo.

A pessoa que nos deu a conhecer o centro é nossa conhecida e tem duas filhas no colégio privado, tem inglês.. perguntei se queriam ir lanchar a casa no domingo. Que não dava porque as meninas tinham actividades curriculares de manhã, depois almoço de família sempre, e mais missa as 7 da noite..

Pelo que ela me enumerou de actividades sobra apenas o sabado após missa as 7 (a missa é todas as noites) e um pouco de tempo livre ao domingo. Nada mais....

Eu pelo horário das míudas diria mesmo bem essas são tal e qual o cartoon, que pensam quando é que vou trabalhar, para só ter de trabalhar.

E os pais nisto andam feitos taxistas de um lado para o outro a levar cada filha as respectivas actividades... e ainda cuidam da casa... é dose...

Se eu já me queixo da minha vida caótica nem quero imaginar quando a minha filha andar na escola.

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