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Da última vez que fomos aos Montes da Senhora, o Gui apercebeu-se que a Memi e a Zezinha não tinham um bloco de notas disponível para pequenos apontamentos na cozinha.
Vai daí, agarrou num bloquinho de folhas de papel e em vez de o pôr simplesmente em cima de uma bancada com um lápis ao lado, muniu-se de um rolo de fita-cola e desconstruiu o bloco de notas. Depois, colou-o à parede da cozinha, folha por folha, para que elas não tivessem o trabalho de ter que as separar.
Finalmente, cunhou cada uma das folhas com o seu nome e encabeçou o seu novo bloco com um desenho da família Mendonça Tavares, para que a Memi e a Zé nunca se esqueçam de nós. E nem a caneta faltou, que encaixou num buraquinho do seu novelo de fita-cola. Muito útil, como se imagina.
Desde que mudámos para o Areeiro que eu tinha bem definido o projecto para a única parede livre na nossa cozinha. Quando dizia ao João que queria lá fazer uma horta, ele gozava comigo, mas como as nossas prioridades de investimento familiar passam pouco por mobiliário (ainda nem temos a sala mobilada, que funciona actualmente como um quintal onde se joga futebol, basquetebol e se anda de trotinete), acho que ele não percebia bem o que eu lhe queria dizer.
Já tinha investigado as alternativas disponíveis no mercado para aquele espaço e acabei por escolher a opção da Minigarden que, apesar de não ser propriamente barata (cada bloco de três peças e nove "vasos" custa 39,90 euros), merece o seu valor pela estética e pelo engenho.
Assim sendo, este ano resolvi mobilizar toda a família e aproveitar os meus presentes de aniversário para conseguir finalmente fazer a nossa horta vertical na cozinha. Entre a sustentação da horta e a colocação de terra e de plantinhas, toda a família participou no projecto. Agora, ela já está assim.
É um prazer acordar de manhã e chegar à cozinha, onde cheira a hortelã-lavanda, erva cidreira, poejo e a terra! Quase que me esqueço que não vivo no campo. A horta já faz parte integrante da casa e todos (hum... todos, menos o João) se preocupam em regá-la e em passar a mão pelas ervinhas para lhes tomar o cheiro.
Neste momento ainda não tenho todas as ervas que gostaria de ali ter plantadas, e já comecei a perceber, por exemplo, que a salva não morre de amores pelo microambiente da nossa cozinha (ou, por outra, morre - literalmente), mas, com paciência, lá chegarei.
Contudo, dado que ainda sou caloira neste campo das hortas verticais, alguém aí desse lado por acaso sabe como conseguir fazer sobreviver os tradicionais raminhos de salsa e coentros, que até hoje não quiseram nada comigo?
Um dia eu vou ser assim na cozinha: