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Quanto mais eu leio os comentários da Maria, da Helena, da Sofia e de tanta gente que tem a simpatia de vir opinar sobre palmadas e boa educação para este blogue, mais sou invadido pela sensação de que nós não estamos a falar dos nossos filhos - estamos a falar de nós próprios e das nossas infâncias. Estamos, de alguma forma, a ajustar contas com o nosso passado, numa espécie de "diz-me o que te fizeram e eu dir-te-ei quem és".
Para que não haja equívocos: eu não me estou a pôr fora disso. Não tenho pretensões de pairar acima dos outros. Acho apenas que o sacana do Freud tem razão - está quase tudo lá, na nossa infância, é lá que devemos procurar a justificação para as nossas forças e para as nossas fraquezas, e para tantos dos nossos gestos como pais. Até porque se há livros de pediatria para todos os gostos, é porque a sua função fundamental não é aconselhar-nos a educar os filhos - é serem espelhos de nós próprios, obras especializadas onde vamos procurar argumentos para sustentar as convicções que já temos à partida.
Eu já aqui tinha contado a história de dois irmãos romenos que andaram a percorrer os lugares das fotos favoritas de infância da sua mãe, reconstituindo-as no presente como prenda do seu 55.º aniversário. Pelos vistos, a moda pegou, e agora foi a vez de dois irmãos e uma irmã americanos oferecerem um calendário à sua mãe com 12 fotos de infância reconstituídas. E a verdade é que é daqueles truques que resulta sempre. Com uma barba daquelas, então...
Dois irmãos romenos andaram a percorrer os antigos lugares de férias de infância durante meses, para oferecerem réplicas actualizadas das fotos favoritas da mãe, no dia do seu 55.º aniversário. Fofinhos, não? Mais imagens aqui.