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Como por esta altura os frequentadores do PD4 já terão certamente reparado, a excelentíssima esposa é também, com assustadora frequência, uma doidíssima esposa. Tendo ela ficado embevecida com a aplicação do Tomás na composição escolar sobre o Piódão, decidiu seguir a sugestão de certos leitores e lançar-se num verdadeiro trabalho de campo:
- E se hoje fossêmos ao Piódão com os miúdos?
- Olha que ideia tão gira. Sabes onde fica o Piódão?
- Para os lados de Viseu. Os miúdos iam adorar.
- Olha que ideia tão gira. Deixa-me cá ir ao Google... 296 quilómetros a partir de Lisboa. Ir e vir dá 592 quilómetros, se a matemática não me falha.
- Até podíamos passar por Viseu, para dar um beijinho ao teu irmão.
- Olha que ideia tão gira. Deixa-me cá ir ao Google... 84,1 quilómetros do Piódão a Viseu. De facto, era super-fixe irmos fazer 700 quilómetros de carro este domingo por entre montes e serras. Lembro-me de poucas coisas que me apetecessem mais.
- Fazíamos uma surpresa aos miúdos e não lhes dizíamos nada.
- Olha que ideia tão gira. Eles ainda não fizeram os trabalhos de casa.
- O Tomás ia adorar.
- Ia, ia. Infelizmente, ainda não fizeram os trabalhos de casa.
- Fazem rapidamente os trabalhos de casa e depois vamos.
- Já passa das dez da manhã. O Tomás tem de treinar um ditado.
- Treinamos pelo caminho.
- Já passa das dez da manhã.
- Comemos pelo caminho, no carro. Sobraram croissants do piquenique de ontem.
- #!##$&&#%#!!!
E lá fomos.
Partimos de casa às 11.30. Regressámos a casa às 23.30. No total foram para aí sete horas de carro, duas das quais às rodas na serra do Açor. Mas fizemos tudo o que a excelentíssima esposa planeou dentro da sua energética mona - incluindo ir a Viseu dar um beijinho ao meu mano.
Eis a prova:
Mas sabem qual foi a coisa mais curiosa? É que o melhor do Piódão não foi o Piódão. Foi a descoberta de uma ponte suspensa e de um incrível conjunto de santuários nas encostas de xisto na Foz d'Égua, num pequeno paraíso privado escondido num vale da Serra do Açor. Só para abrir o apetite (talvez um dia destes possa contar a sua história), ficam estas fotos, tiradas num dia cinzento, mas que, graças às extraordinárias capacidades persuasivas (género pica-miolos) da doidíssima esposa, acabou por ser bem divertido:
As fotos da Carolina e do Gui do post anterior foram tiradas no sábado à tarde em Viseu. O meu (único) mano vive lá há coisa de 15 meses, a minha sobrinha Catarina fez 11 anos nesse dia, e a família decidiu rumar em peso àquela que é considerada a melhor cidade do país para se viver. Passámos lá todo o fim-de-semana a testar os seus pergaminhos - e Viseu não deixou os seus créditos em mãos alheias.
Estes momentos em família, que desde sempre confortaram o coração da minha excelentíssima esposa mesmo quando os miúdos tinham seis meses e lhes era indiferente estarem em Madagáscar ou em Massamá, também são hoje para mim muito prazerosos. Os miúdos estão maiores, gostam imenso de conhecer coisas novas e divertir-se fora de casa e adoram dormir em hotéis (têm a quem sair).
Hoje em dia, sendo nós um bando de seis, não temos outra hipótese que não seja reservar dois quartos contíguos (nesta caso, na Pousada de Viseu), e por isso a despesa é sempre a dobrar (os hotéis estão-se bem nas tintas para facilitar a vida às famílias numerosas - não há qualquer espécie de desconto para o segundo quarto). Mas como nós só fazemos isto muito ocasionalmente, o investimento vale bem a pena. Toda a gente adorou, Ritinha incluída, que de manhã estava deslumbrada com a vista do seu quarto.
É uma bebé elegante e de gosto muito sofisticado. Sai à mãe, obviamente.