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Vamos todos para o divã?

por João Miguel Tavares, em 26.06.14

Quanto mais eu leio os comentários da Maria, da Helena, da Sofia e de tanta gente que tem a simpatia de vir opinar sobre palmadas e boa educação para este blogue, mais sou invadido pela sensação de que nós não estamos a falar dos nossos filhos - estamos a falar de nós próprios e das nossas infâncias. Estamos, de alguma forma, a ajustar contas com o nosso passado, numa espécie de "diz-me o que te fizeram e eu dir-te-ei quem és".

 

Para que não haja equívocos: eu não me estou a pôr fora disso. Não tenho pretensões de pairar acima dos outros. Acho apenas que o sacana do Freud tem razão - está quase tudo lá, na nossa infância, é lá que devemos procurar a justificação para as nossas forças e para as nossas fraquezas, e para tantos dos nossos gestos como pais. Até porque se há livros de pediatria para todos os gostos, é porque a sua função fundamental não é aconselhar-nos a educar os filhos - é serem espelhos de nós próprios, obras especializadas onde vamos procurar argumentos para sustentar as convicções que já temos à partida. 

 

publicado às 10:29


33 comentários

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De Sílvia a 27.06.2014 às 16:23

E em relação a esta parte: " A birrona à la drama queen instalou-se. A palmada vai calar a criança?"
Em alguns casos sim, a palmada cala a criança, noutras não. Conheço um que o pai farta-se de dar palmadas e o chavalo não vai lá nem à lei da bala, daqueles rebeldes que leva e passado 2 minutos está a fazer o mesmo, quase que a desafiar! Aí se calhar o pai tem que mudar de estratégia!
Noutros resulta apenas o olhar fulminante, noutros um simples cala-te, noutros uma conversa, noutros o deixá-los lá sozinhos e noutros sim, uma palmada. As crianças são todas diferentes, cada pai saberá melhor o que resulta com o seu filho.
Faz-me lembrar uma história precisamente duma senhora no hiper com a filha, a menina atira-se para o chão aos berros, numa monumental birra, a mãe segue-lhe os passos, faz igual! A menina levanta-se chega ao pé da mãe e diz-lhe: "Mãe levanta-te, 'tás-me a fazer passar vergonhas"!! Não sei que idade tinha a menina, mas lá está, a mãe é que sabia como lidar melhor com a situação.

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